AMANDA VII - MANDY (1999/2000) I - PARTE 1

I – MANDY (1999/2000)

Marco acordou assustado e ergueu o corpo na cama, sentindo a cabeça doer. Amanda o sentiu se mexer e abriu os olhos, tocando em seu braço.

- Que foi, meu bem?

- Não sei...

- Pesadelo?

- Não...

Ele se levantou e saiu da cama e foi até a porta do quarto.

- Aonde você vai, Marco?

- Vou ver as crianças.

- Eles estão bem, amor. Vem dormir.

- Já volto.

Marco saiu do quarto e entrou na porta da frente que era a do quarto dos filhos gêmeos de oito anos, Letícia e Luís Felipe. A irmã Mariana de dez, também estava dormindo ali com eles, porque os pais deles, Antônio e Laila, tinham saído em viagem para descansar, pois o pai precisava tirar umas férias merecidas desde muito tempo.

Ele chegou perto da cama de Letícia e Lupe (como era chamado carinhosamente o menino de oito anos Luís Felipe), que dormiam juntos numa cama de casal e viu que os dois estavam num sono tranquilo. Passou a mão pelo rosto da menina e beijou sua testa suavemente. Depois deu a volta na cama e fez o mesmo com o menino, que dormia, com o dedinho na boca.

Marco sorriu e tirou o dedo dele da boca e ajeitou o cobertor sobre ele. O menino se mexeu levemente, mas continuou a dormir. Marco beijou-o também. Ia fazer o mesmo com Mariana, sua irmã, mas viu que ela estava acordada, olhando para ele, deitada numa cama ao lado.

- Ainda não dormiu? - ele perguntou, baixinho.

- Estou com saudade da mamãe, ela respondeu no mesmo tom sem se mexer.

- Eu também... mas ela volta logo.

Ele se sentou na beira da cama ao lado da irmã e ajeitou também o cobertor sobre ela.

- Marco...

- Oi.

- O papai vai morrer?

Marco franziu a testa, estranhando a pergunta.

- Que pergunta é essa agora, Mari?

- Eu sonhei com isso, ontem. Sonhei que o papai não voltava da viagem com a mamãe.

- Mariana, todo mundo vai morrer um dia. O papai, a mamãe, você, eu... todo mundo. Ninguém dura pra sempre. E o papai está bem. Ele vai voltar logo, em uma semana. Para de pensar abobrinha.

- Você promete?

- Mari, como eu posso... ‘Tá bom, eu prometo. Se eu não prometer, você vai ficar me alugando mesmo. Vai dormir.

- Por que você acordou e veio até aqui?

- Não sei... Eu tive um sonho estranho, mas não lembro o que era. Minha cabeça está doendo um pouco. Deu vontade de ver os gêmeos e você. Fiz mal?

- Não.

Ela se ergueu e lhe deu um abraço apertado. Marco estranhou, mas correspondeu ao abraço e ficou abraçado a ela por alguns segundos e lhe beijou o rosto.

- Vai dormir, gatinha. Está tudo bem.

Mariana voltou a se deitar e ele ajeitou as cobertas sobre ela novamente.

- Você promete que vai ser meu irmão pra sempre?

Ele riu e balançou a cabeça.

- Infelizmente não tem como mudar isso, garota. Eu até queria, mas...

- Marco!

- Você faz cada pergunta. Larga de ser boba! Claro que sim. Eu pensei que você soubesse disso há trinta anos.

- Eu tenho só dez, bobão!

- Ah, é, desculpe. Eu é que vou fazer trinta no ano que vem. Mas então para de falar besteira e dorme. Eu sou mais velho e estou mandando.

- Eu te amo.

- Eu também te amo... trinta mil vezes mais que você.

Marco a beijou no rosto e apagou o abajur.

- Boa noite, anjo.

- Boa noite.

Ele se levantou e viu Amanda parada, encostada na porta. Marco sorriu e foi até ela.

- Tudo bem? - Amanda perguntou.

- Tudo.

Antes de sair do quarto, ele olhou para os três e respirou fundo. Pegou a mão dela e saiu, fechando um pouco mais a porta, mas deixando-a entreaberta. Ali mesmo no corredor, beijou-a e falou baixinho:

- A gente tem que fazer mais um. Você me prometeu cinco.

Amanda riu e o beijou novamente.

- Você é quem sabe...

Marco ia beijá-la de novo, quando sentiu uma pontada no lado direito da cabeça. Fechou os olhos e encostou-se a parede.

MANDY – 1999/2000

PARTE I

DEUS TENHA O CONTROLE DAS NOSSAS VIDAS

e depois dele... NÓS MESMOS.

Vamos fazer o que é certo e bom pra nós e para o próximo.

Velucy
Enviado por Velucy em 03/01/2019
Código do texto: T6541986
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.