AMANDA VI - RECANTO XIII - PARTE 2

II – RECANTO

Na quinta-feira, antes do feriado de Proclamação da República, Marco chegou à noite em casa e, depois de jantar com os pais, foi para o quarto descansar.

Ele já tinha voltado à sua rotina na faculdade e na RR e de vez em quando viajava para o Rio para fazer alguns trabalhos para a A M Bueno, mas nunca ficava longe mais que um dia.

No quarto, Amanda arrumava as roupinhas de Lupe, que Dalva havia acabado de passar, numa gaveta e ele se sentou ao lado dela na cama e beijou seu ombro.

- Boa noite, amor.

- Oi... ela disse, sorrindo, recebendo seu beijo.

- Está tudo bem?

- Hum, hum...

Lupe estava deitado na cama acordado e ele se deitou ao lado dele, apoiando a cabeça num braço e segurando o pezinho do filho.

- Oi, filho! Sentiu minha falta?

Marco acariciou a penugem que cobria a cabecinha do menino e sorriu.

- Ele está ficando loirinho mesmo como você.

Ela apenas sorriu e fechou a gaveta, depois disse:

- A Letícia também.

- Eu vou ter filhos loiros! É muito legal! Obrigado.

Ela respirou fundo e ele percebeu que ela queria dizer alguma coisa.

- O que foi, namorada? Você está tão quieta, monossilábica...

- Marco, eu quero voltar pra nossa casa...

- Sério? Eu estava pensando na mesma coisa...

- Jura? Eu pensei que você quisesse ficar aqui mais tempo, por ser a casa dos seus pais...

- Não, nada a ver. Eu só quis ficar aqui enquanto você estava fraca, mas eu sei que a gente pode dar conta de cuidar do Lupe na nossa casa. E meu pai já agilizou tudo com a casa nova e acho que até a Letícia vir pra casa, a gente já vai estar morando lá.

- Sério!? – ela perguntou, animada.

- A Rita e seu pai estão arrumando tudo por lá. A casa já é nossa. Fica numa rua chamada Recanto.

- É pertinho da casa do meu pai!

- Vamos aproveitar que amanhã é feriado e vamos até lá?

- Eu não quero deixar o Lupe...

- Não precisa. A gente leva ele com a gente.

- Ele ainda é muito pequenininho, amor. Não acho legal. O Arnaldo aconselhou que enquanto ele não tomar todas as vacinas não é legal ficar levando ele a lugares que tenham muita gente estranha. Além de ser recém-nascido, ele é prematuro.

- Tudo bem... diz Marco, levantando o filho nos braços. – Você não pode passear ainda, filhão, então... a gente vai mudar pra nossa casa direto na semana que vem. No sábado que vem.

- Marco!

- Eu estou te dizendo que a Rita e seu pai já contrataram uma empresa de mudança, pra começar a levar nossos móveis pra casa nova, amor. A gente não mora mais na Capitão Otávio Machado. A gente mora na rua Recanto, na Chácara Flora.

Ela sorriu e o abraçou, beijando seu rosto e beijando o filho também.

- A gente vai pra casa, filho! A gente vai pra nossa casa, meu amorzinho!

Na semana seguinte, Marco e Amanda entravam de vez em sua casa nova na Rua Recanto.

A casa era bonita e aconchegante e tinha um jardim charmoso diante dela, com garagem para três carros. Tinha até um quarto reservado para Dalva. A governanta ia morar com eles.

Antônio, Laila, José e Rita estavam lá para recepcioná-los. Amanda ficou olhando para tudo com o filho nos braços e seus olhos se encheram de lágrimas.

- Queria tanto que sua irmã estivesse aqui, filho...

- Ela vai estar, amor, logo... Marco disse. – Você gostou?

- Eu amei... Mas ela só vai estar completa depois que a nossa menina chegar.

- Não vai demorar. Mais quinze dias e ela vai estar aqui com a gente.

Na primeira noite em que dormiram no quatro na nova casa pela primeira vez, Marco e Amanda foram dormir tarde. Marco tinha tido a ideia de colocar os berços dos bebês em posições estratégicas. O de Lupe do lado dele na cama e o de Letícia do lado dela. Assim, quando algum deles acordasse, ficaria mais fácil para eles acudirem os filhos.

Amanda dormiu logo, cansada pelo dia agitado, mas Marco demorou a dormir. A cama era a mesma, mas o quarto era maior que o do apartamento. Rita tinha conseguido comprar estrelas fluorescentes novas para colocar no teto, mas elas estavam mais esparsas e em posição diferente, mas ele pensou que com o tempo se acostumaria com elas, como se acostumou com as primeiras. Ficou olhando para o teto um bom tempo até adormecer, cansado também.

No dia trinta daquele novembro, a menina Letícia teve alta e voltou para casa. Maria Eugênia recebeu um telefonema de Rita e voltou para o Brasil para conhecer a afilhada. Ficou com o casal um dia inteiro e viajou de novo para América com a promessa de voltar para o batizado em quinze dias.

No dia sete de dezembro, Teo e Cleo se casaram no cartório civil de Pirituba e deram uma recepção única para o casamento e para o aniversário dele no dia oito.

No final de semana seguinte, no domingo os gêmeos foram batizados. Benê e Maria Eugênia, Teo e Cleo consagravam seus afilhados a Deus na matriz de Santo Amaro sob as bênçãos do padre Orlando que foi convidado e compareceu à casa do casal na Chácara Flora para o almoço oferecido por eles aos pais, padrinhos e amigos mais íntimos.

RECANTO

PARTE II

Eu acredito que DEUS TENHA O CONTROLE DAS NOSSAS VIDAS...

e depois dele... NÓS MESMOS.

Vamos fazer o que é certo e bom pra nós e para o próximo.

Velucy
Enviado por Velucy em 02/01/2019
Reeditado em 02/01/2019
Código do texto: T6540762
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