AMANDA VI - GINI VII - PARTE 1

I – GINI

Na tarde seguinte, ao entrar na sala de Rita, ela levantou-se e foi até ele. Trocaram um abraço terno e ele estranhou, mas imaginou o motivo do abraço.

- Que bom que você voltou...

- Obrigada...

- Por quê?

- Por ser esse homem íntegro que você é e por me dar de presente o marido mais maravilhoso do mundo.

- Epa, eu não te dei marido nenhum. Ele já estava lá quando você chegou em São Paulo.

- Mas eu não teria conhecido ele, se você não tivesse conhecido e conquistado a Amanda.

- Vocês voltaram? É por isso essa cara de felicidade?

- Graças a Deus! Fiquei tão preocupada pela Amanda...

- Só por ela?

- Por tudo, disse ela, levando Marco a sentar-se no sofá. – Mas graças a Deus tudo saiu bem. O José entendeu tudo e me perdoou e a você.

- Eu sei. Eu fui falar com ele.

- Por isso também... obrigada!

- Sempre às ordens. Falando de coisas... menos relevantes... o Roni apareceu?

- Não e nem vai, mas eu tenho uma novidadezinha pra você. Os donos da A M Bueno, pra quem você vai modelar, estiveram aqui hoje cedo e disseram que você já pode assinar o contrato, amanhã, e ir para o Rio na segunda-feira que vem.

- Maravilha! – ele disse, apoiando as costas no encosto do sofá, mas não parecendo muito animado.

- Ah, que carinha é essa? Isso não pede uma comemoração? O que foi? Não vai desistir, vai? Eles estão muito interessados em você, Marco.

- Eu só queria saber o que eu tenho de tão especial que um teste pra modelos não encontre. A gente tem feito isso há tanto tempo e nunca nos prendemos a um tipo só. Está cheio de cara bonito por aí.

- Já ouviu falar de carisma? De estrela? Você tem uma, bem brilhante, em cima da sua cabeça e eles querem você por causa disso.

Marco olhou para o teto e balançou a cabeça.

- Eles querem você como topmodel.

- E nunca tiveram um?

- Tiveram, mas parece que ele foi dispensado por... indisciplina, sei lá. Mais ou menos como o nosso Roni que conhecemos e amamos.

Marco sorriu, coçando a ponta do nariz.

- Além de já entender do riscado e ser quase um publicitário, você tem o tipo físico, altura e a idade que eles querem. E seus olhos verdes, pele bem cuidada, cabelo bem cuidado atraíram o Adriano logo que ele te viu de perto. E se eles querem disciplina, isso não vai te faltar nunca.

- Será que passou pela sua cabeça e pela deles que eu sou casado e quase pai de gêmeos e que isso tira a disciplina de qualquer um? Pode ser que daqui quatro ou cinco meses eu esteja barrigudo, meus olhos já não estejam tão verdes de tanto acordar de noite pra trocar fraldas, dar mamadeira, ouvir choro de criança...

Rita riu.

- Até lá você já vai ter feito muito sucesso, não pense em termos de futuro distante. Pense no dinheiro que você vai ganhar em curto prazo que não é pouco, meu bem. Você já é um rosto conhecido. Não vai demorar muito pras pessoas reconhecerem você como o gato da Bunny’s de oitenta e nove e aí... o céu é o limite, gato.

- Tudo bem... Só que ainda dói aqui dentro pensar em deixar a Amanda aqui sozinha...

- Por dois ou três dias por semana!

- Nem que seja por dois ou três dias, Rita. Esse tipo de contrato não é assim tão fechado. Às vezes o modelo tem que viajar e ficar disponível pro que a agência precisar dele... E se de repente numa dessas emergências, a Amanda precisar de mim? Eu não vou hesitar de sair correndo de lá e vir pra cá.

- Ela não está bem agora?

- Está... Está mais tranquila que no início da gravidez. Acho que pelo fato de ter que ficar mais quieta pela dieta de choque que o Arnaldo passou pra ela por causa dos bebês, ela procura se mover muito menos agora. Mas eu noto que não é o normal dela. Eu sei que não é o normal dela. Ela está segurando com todas as forças, dentro dessa Amanda calma, a minha namorada alegre, ativa, que gosta de dançar, de correr, de fazer amor comigo, tudo pra garantir que nossos bebês nasçam bem e saudáveis. Mas eu sei que ela sente vontade de chorar de vez em quando e não faz isso pra não me assustar. Ela está tão mais sensível, tão...

- Tão grávida! – disse Rita. – Isso tudo é normal e necessário, meu querido, e ela sabe disso. Essa fase logo vai acabar e vocês vão lembrar no futuro que valeu a pena o sacrifício. E ela não está sozinha. Ela tem a mim, tem sua mãe, a Dalva...

- É, eu sei, mas eu queria tanto ficar com ela o tempo todo...

- Marco...

- Tá, tá bom! Não falo mais nada. Rio de Janeiro aí vou eu!

- É esse o meu garoto.

Rita beijou seu rosto e foi sentar-se em sua mesa.

- Eu assinei o contrato da nova campanha da Coca-Cola hoje, te falei?

- Falou, ele disse.

A porta se abriu de repente e por ela entrou Maria Eugênia. Rita ficou maravilhada. A moça tinha ido para os Estados Unidos de vez no início de janeiro de 1990 e só voltava para visitar a família e Rita uma vez no ano.

GINI

PARTE I

UM ANO NOVO DE REALIZAÇÕES A TODOS!

FÉ E ESPERANÇA SEMPRE!

OBRIGADA! FELIZ 2019!

Velucy
Enviado por Velucy em 27/12/2018
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