O diário de Ana Capítulo VII

Cançado Carlos dormiu sobre o diário, e teve um sonho um tanto curioso onde uma mulher vestida de branco estava o chamando e abrindo os braços dizendo:

-Vem Carlos, vem para os braços da mamãe, a tanto te procurei, vem meu filho. Ele acordou assustado pois o sonho pareceu-se muito real, mas Carlos logo compreendeu pelo fato de ter assimilado sua vida com a de Ana e também porque emociono-se muito, com certeza influenciou para que ele tivesse tal sonho.

Levantou da cama, calçou as chinelas e foi se arrastando até o toalete. Seu rosto estava amassado, seus olhos inchados te tanto ler e chorar, decidiu que iria ficar sem ver o diário naquele dia pois não queria mais emocionar-se tanto, então desceu a pequena escadaria em direção a cozinha, resolveu fazer um café bem forte para despertar e depois? Não sei, pensou ele, o que poderia fazer? Há sim, arrumar minhas poucas roupas no roupeiro seria um bom início para começar minha rotina por aqui, Carlos refletiu, e logo tomou café com torradas subiu novamente para organizar suas roupas, foi quando de súbito lembrou do sonho que sonhara na noite passada e veio um desejo enorme de ler o diário, como se algo ou alguém o comprimisse para que só pudesse ficar fixado ali.

Não pensou duas vezes e pegou o diário desesperado e começou a ler novamente.

"Não sei o que está acontecendo comigo, mas meus dias estão girando ao redor de Marcos, eu acordo pensando nele, passo horas na janela desejando ao menos avista-lo e observar seus passos. Sei lá, acho que estou ficando louca, pois penso nele a cada respiração da minha vida, e se papai descobrir estou morta antes mesmo de morrer.

Então algum anjo ouviu minhas preces e aconteceu que um dia estava eu na janela de meu quarto quando ouvi palmas no portão e batidas na porta da sala, era Sofia minha melhor amiga, ela veio me trazer um recado de Marcos dizendo que ele queria falar comigo.

Minha face corou de timidez e ansiedade pelo fato que a muito havia esperado pra falar finalmente com ele.

Sofia é ligeira, sempre foi desde nossa meninice e logo arrumou um jeito desse encontro acontecer.

A idéia foi essa, Sofia iria convencer a mãe a leva-la na sorveteria, e falaria para mãe dela me chamar para acompanha-las no passeio, logo Marcos estaria em frente a sorveteria, na praça principal da cidade.

Mas o que iria dizer? Acho que a timidez calaria minha voz, e ficaria vermelha igual um tomate maduro. Meu Deus!

E aconteceu que no dia do encontro, la estava eu, com a melhor roupa que eu tinha, um vestido rose com perolazinhas pregadas no ombro, sandálias brancas nos pés. Mamãe não gostava que eu usasse saltos, pra ela eu ainda era uma menininha. Também pudera, nessa época eu tinha apenas dezesseis aninhos, um rosto doce e angelical sem falça modéstia é claro."

Continua...

Patrícia Onofre
Enviado por Patrícia Onofre em 23/12/2018
Reeditado em 27/12/2018
Código do texto: T6533720
Classificação de conteúdo: seguro