AMANDA V - NOVIDADE QUASE ESPERADA (Versão II) - PARTE 2

II – NOVIDADE QUASE ESPERADA

(VERSÃO II – agosto)

Naquele dia, já deitados em seu quarto, os dois conversavam sobre a nova descoberta. Marco acariciava a barriga de Amanda e sorria.

- Eu ainda não acredito... A ficha vai demorar pra cair.

- Eu só acredito por que estou sentindo os dois aqui dentro. Nunca imaginei sentir uma felicidade tão grande. Parece que eu estou sonhando...

Marco a beijou ternamente.

- A gente tem que pensar nos nomes que vamos dar pra eles. Um menino e uma menina! Caramba! Isso é surreal demais!

- Letícia...

- O quê?

- Letícia... O nome da minha avó, mãe da minha mãe, que me criou lá em Minas e morreu em 87, antes de eu vir pra São Paulo.

- Letícia... Significa Alegria...

- É... Ela uma mulher muito doce e positiva com tudo. Eu a amava demais...

- Letícia... É o nome da nossa menina, ele falou, beijando a barriga de Amanda. – E o nosso garotão?

- Escolhe você. Não tem ninguém que você queira homenagear? Ou vai ser Marco Antônio Ramalho Junior?

- Não... Marco disse, fazendo uma careta. – Isso já está tão batido. Não quero que meu filho seja chamado na escola por Júnior... Argh! Nem pensar.

Amanda riu e afastou os cabelos dele na testa.

- Então o que vai ser?

Ele pensou por um momento e teve uma recordação boa também.

- Luís Felipe...

- Como?...

- Podia ser Luís Felipe. É o nome do meu avô materno. Meu tio Benê sempre me falava com muito carinho do pai dele e da minha mãe... Luís Felipe de Assis...

- Sua mãe tem Assis no nome?

- O nome dela de solteira era Laila Maria de Assis. Quando se casou com meu pai, ela tirou o Assis e se arrepende até hoje. Eu podia ser Marco Antônio de Assis Ramalho, já pensou?

- Ficaria bonito também.

- Eu não conheci esse avô. Ele morreu quando eu tinha três anos. Aliás, eu não conheci nenhum avô meu. Os pais do meu pai morreram quando ele era adolescente ainda. Mas esse avô morou por muito tempo em Santo Amaro mesmo e era o dono do barzinho que o Benê teve até pouco tempo. Eu sonhei com ele uma noite dessas...

- Sonhou?

- Foi um sonho até nítido demais pra ser um sonho. Ele estava sentado num banco no clube...

- No nosso clube?

- É... Estava... conversando com uma senhora mais ou menos da mesma idade que ele, muito simpática. E quando ele me viu me chamou pra sentar perto deles. Eu não conseguia dar um passo, mas ele sorriu e brincou dizendo que quando eu aprendesse a andar, eu conseguiria chegar perto deles.

- Que estranho...

- Eu acho que aquela senhora... era a sua avó, Amanda.

Amanda se sentou na cama e olhou fixamente para ele.

- Como assim?

- Como ela era?

- Muito bonita, loira, não tinha um fio de cabelo branco, apesar dos seus sessenta e dois anos. Ela pintava sempre de um loiro clarinho pra disfarçar e confundir as pessoas.

- Era ela sim... A senhora que eu vi era assim... loira e de certa forma lembrava você. Eu até pensei que... podia ser nós dois no futuro.

Amanda sentiu os pelinhos do braço se arrepiarem e passou as mãos por ele se abraçando.

- Me arrepiei toda, amor...

Ele a beijou.

- Não é muita coincidência os dois estarem juntos no meu sonho?

- Você sempre diz que não existem coincidências...

- Não existem mesmo...

Ela desliza as mãos pelos cabelos dele e repete:

- Luís Felipe... É bonito e forte...

- Luís Felipe e Letícia... Vocês gostam, bebês? - ele perguntou, olhando para a barriga.

Tocou e a pressionou levemente e sentiu o pequeno movimento sob sua mão.

Chegou a se assustar e olhou para Amanda.

- Você sentiu isso, amor?

- Senti... ela disse, sorrindo, com uma lágrima rolando por seu rosto.

- Meu Deus... Eu acho que não vou aguentar mais cinco meses esperando por eles, Amanda.

- Vai, vai sim, meu amor. Eu vou te ajudar. Nossa Letícia e nosso Luís Felipe ainda vão nos surpreender muito.

NOVIDADE QUASE ESPERADA (VERSÃO II - agosto)

PARTE II

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS

UM NATAL DE MUITO MERGULHO NO MAR A TODOS!

OBRIGADA!