AMANDA V - NOVIDADE QUASE ESPERADA (Versão 1 - agosto) - PARTE 1

I – NOVIDADE QUASE ESPERADA

(VERSÃO I - agosto)

Na primeira semana de agosto, Marco e Amanda foram ao médico para fazer o terceiro pré-natal dela. Laila acompanhou os dois, pois até aquele dia tinha sido sempre ela que acompanhava Amanda nas consultas, mas Marco queria participar daquela consulta em especial. Mariana foi junto, como sempre, e adorou passear no “carro do Maco” como ela falava.

Ele ficou com a irmã na sala de espera, enquanto Amanda era examinada, já que Mariana não podia entrar no consultório e, como a menina não parava, ele foi andar com ela pelo jardim que havia diante do consultório do doutor Arnaldo que era uma extensão de sua casa.

Sentou-se no banco encostado à parede e ali, sentada também, ele viu uma moça que devia estar esperando ou por alguém ou por sua consulta. Mariana começou a correr pelo pequeno jardim e a moça observava a menina, sorrindo.

Ela tinha cabelos curtos, pretos, pele clara, um ar que lembrava a atriz que fez Joana D’Arc num filme que ele tinha assistido há muito tempo. Tinha uma revista aberta no colo.

Marco continuou prestando atenção na irmã e seus pensamentos de repente se voltaram para Amanda e seu filho. Estava distraído pensando nisso, quando uma pergunta o interrompeu:

- Ela é sua? – foi a moça que perguntou.

Ele acordou de seus pensamentos, olhou para ela, respondeu:

- Como?... Ah, não, é minha irmã.

- Não precisa mentir. Ela é a sua cara.

- Mas eu não estou mentindo. Ela é minha irmã mesmo.

Ela sorriu com ar de quem não estava acreditando. Mariana aproximou-se do banco onde ela estava sentada e apanhou uma folha seca no chão caída de uma árvore e levada até ali pelo vento.

- Dá pra mim? – a moça pediu, estendendo a mão. – Quer que eu jogue no lixo?

Mariana olhou para ela, indecisa e olhou também para Marco, como a pedir sugestão ou permissão.

- Dá pra moça, ele pediu.

A menina colocou a folha na mão da moça e depois colocou as mãos para trás, sorrindo.

- Obrigada. Você é muito linda, sabia? Como é seu nome, gatinha?

- Mariana, respondeu a garota, abaixando-se novamente para apanhar outra folha.

- Mariana, que lindo! Quantos aninhos você tem?

Mariana não respondeu de imediato nem olhou para ela. Pegou a folha e foi entregar para Marco.

- A moça perguntou quantos anos você tem, Mari.

Ela colocou o indicador e o médio em forma de V, respondendo os dois e mostrando para ele.

- Fala pra ela, mas com a boca, ele pediu.

Mariana se voltou para a moça e mostrando os dois dedinhos, falou:

- Dois...

- E não é sua filha...

- Não! – ele disse, rindo.

- Mariana, como é o nome do papai? - a moça insistiu.

- Antônio Calos... ela respondeu, encostando-se nos joelhos de Marco.

- E quem é esse aí? - ela perguntou, apontando para Marco.

A menina olhou para ele e respondeu:

- É o Maco.

Marco sorriu, beijando a menina, e a estranha também sorriu.

- Irmãos mesmo?

- Irmãos mesmo. Ela é raspa de tacho. Veio depois de dezoito anos de descanso lá em casa.

- Caramba! Tem tudo pra ser sua filha. É a sua cara, só não tem os olhos verdes.

- Isso é culpa da minha mãe, mas todo mundo fala isso. Acho que meus filhos não serão tão parecidos comigo.

- Você está esperando alguém aí no consultório do doutor Arnaldo?

- Estou. Minha mulher está aí dentro com minha mãe.

- Você é casado?

- Sou, ele disse, sorrindo.

Ela olhou para sua mão esquerda, segurando a mão de Mariana, só então reparando na aliança. Sorriu também e balançou a cabeça.

- E qual das duas está grávida?

Marco riu.

NOVIDADE QUASE ESPERADA (VERSÃO I - agosto)

PARTE I

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS

SEJAMOS, TODOS, LUZES NA ÁRVORE DE NATAL DO CRISTO!

UM NATAL DE MUITA UVA PASSA (para quem gosta!) A TODOS!