AMANDA IV - PRONUNCIAMENTO XII - PARTE 2
II – PRONUNCIAMENTO
Ângela olhou para os dois rapazes. André não sorriu, apenas baixou os olhos. Caio já tinha lágrimas nos olhos.
- ...Pessoas como a Débora que não pôde estar aqui, porque também está com filhinha nova, a Juliana que nasceu no final do mês passado. Essa é outra de nós que merece todo meu respeito e... eu quero ser como ela quando crescer. Quero me lembrar pra sempre de todos os colegas... ou melhor... os amigos que fiz e agradecer a todos e deixar meu beijo especial a todos e mais especial ainda a minha grande amiga Amanda Rotemberg que... depois de um desses vacilos de adolescente, quase perdeu a vida no ano passado por amor, mas voltou pra nós... mais linda que antes, também por amor, e teve a grande sorte de se casar com esse amor em outubro passado, o Marco, também ex-aluno do colégio e, com todo respeito, Amanda, o gato do Terceiro A de 88 – todos riram, Marco mostrou discretamente o punho fechado para ela e sorriu em seguida - ... Eles provaram que o amor existe... se a gente tem o coração no lugar certo.
Ângela olhou para a amiga e sorriu. Amanda não conseguia conter as lágrimas silenciosas, mas sorria entre as lágrimas para ela também, enquanto apertava junto de si os braços de Marco que a abraçava pelas costas.
- Desejo a todos sem exceção um maravilhoso Natal e um Ano Novo cheio de dias repletos de realizações e lembrem-se sempre... No nosso colégio há muitos exemplos de que, se a gente cair, de todo tombo há sempre uma chance pra se levantar e dar a volta por cima... Obrigada pela paciência de me ouvirem e tenham um ótimo baile. Boa noite a todos e divirtam-se!
Ela se afastou do microfone e depois de receber um abraço de Rotemberg e seu agradecimento pelas palavras ditas, desceu do palco, debaixo dos aplausos de todos os presentes.
Ao chegar perto da mesa, Amanda a abraçou com força por um longo tempo.
- Obrigada.
- Falei muita besteira?
- Você quase matou a gente do coração, mas está perdoada, disse Marco. - Mandou muito bem, garota.
- A gente não sabia que ia ter discurso, Amanda disse. – Meu pai não me disse nada.
- Eu pedi pra ele não dizer nada pra você nem pra ninguém da escola. Se de repente eu perdesse a coragem, ninguém ia notar. Eu só queria dizer pra todo mundo que eu amo esse colégio e que me dói muito ter que deixá-lo.
Agora a emoção tomava conta dela finalmente e Ângela começou a chorar, aproveitando o ombro de Amanda.
Naquele instante, uma turma de alunos da sala delas, liderada por Márcia e Ivan, se aproximou chamando as duas para tirarem uma fotografia com o grupo todo da sala do Terceiro A. Amanda olhou pra Marco e pediu:
- Você se importa se eu for?
Ele riu e começou a deslizar os dedos por seu rosto para enxugá-lo depois de todo choro.
- Eu vou ficar zangado se você não for. Eu quero uma foto dessas na nossa estante na sala.
- Estou muito amassada? - ela disse, esfregando o rosto também. - Eu chorei pra caramba.
- Está linda. Você não consegue ficar amassada.
- Solta ela, Marco, estrilou Márcia. – A gente já te devolve ela. Vem, Amanda, a gente vai tirar a foto lá fora, no jardim do clube, vem!
Amanda beijou o marido e falou baixinho:
- Tchau, namorado, eu já volto. Te amo!
- Também te amo.
Ele ficou olhando para ela se afastar e viu André se aproximar dele.
- Oi.
- Oi, André.
- Posso falar com você um minuto?
- Claro.
- Vamos até a minha mesa. Não tem ninguém lá. Está todo mundo dançando ou tirando fotografia ou zanzando por aí. Pode ser?
Marco concordou e o seguiu.
PRONUNCIAMENTO
PARTE II
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS
SEJAMOS, TODOS, LUZES NA ÁRVORE DE NATAL DO CRISTO!
OBRIGADA SEMPRE