AMANDA IV - ENCOSTO DE OLHOS AZUIS VII - PARTE 2

II – ENCOSTO DE OLHOS AZUIS

Marco sorriu.

- Eu não quero ficar mal acostumado e muito menos engordar, Dalva.

- Não engorda, não. Você não parece ter tendência pra engordar... mas devia deixar a barba crescer.

- Por quê?

- Pra parecer um homem casado. Você ainda parece um menino. Nunca pensou nisso?

- Já. Alguns colegas meus sugeriram isso uma vez, mas eu quase não tenho barba e quando nasce é muito ralinha, fica esquisito. E de mais a mais, a Amanda tem a pele muito clarinha e sensível. Eu tenho medo de irritar a pele dela se deixar crescer.

- Você já perguntou pra ela, se ela gostaria de vê-lo de barba?

- Não, ele disse, sorrindo. – Talvez por eu não goste, nunca cogitei a ideia.

- Pergunte qualquer dia. Talvez ela te surpreenda.

- É, pode ser. Por falar nela, vou ver por que ela está demorando, ele levantou. – A gente volta já. Dá licença, Dalva.

- Fica à vontade, meu bem.

Marco foi até o quarto e chegando lá viu Amanda, sentada diante do espelho, vestida no roupão de banho, cabelos molhados, parecendo estar chorando. Ele estranhou e se aproximou dela, ajoelhando ao seu lado, aflito.

- O que foi, amor? O que aconteceu? Você se machucou?

Ela olhou para ele e enxugou o rosto, sem responder.

- O que foi, Amanda? Me diz. O que aconteceu?

- Eu não estou grávida... Estou menstruada...

Ele ficou olhando para ela por alguns segundos, depois respirou, aliviado, por não ser nada tão grave. Pegou suas mãos e as beijou.

- Você está chorando por isso, amor?

- É a segunda vez que a gente transa sem proteção e nada acontece, Marco.

Ele sorriu e a abraçou, carinhosamente, beijando sua testa.

- Você não vai ficar paranoica por causa disso, vai? A gente tem todo o tempo do mundo pra isso, Mandy. Não fica assim. Na primeira vez, foi até sorte nossa, porque ia ser meio estranho você entrar na igreja e se casar já com o bebê na barriga. Agora... Agora não era pra ser ainda, amor. Tem paciência.

Ela abraçou-se a ele e foi aos poucos se acalmando.

- Eu sabia que você queria ter um filho, mas não pensei que fosse tanto, ele diz.

- Eu quero muito. Eu tive uma vida muito solitária como filha única e não quero que meus filhos passem pela mesma coisa. Quero encher a nossa casa com eles.

Marco segurou o rosto dela entre as mãos e a beijou.

- Eu sei o que você quer dizer. Eu também quero muito. Senti a mesma sensação por dezenove anos, mas não se preocupe. Eles vão vir, acredite. É que Deus está esperando ter espaço nessa barriga de menina pra caber um bebê... ou dois... Você não tem lugar aí ainda, ele disse, sorrindo e acariciando sua barriga por baixo do roupão.

Ela sorriu.

- Promete que você não vai ficar pra baixo o dia inteiro por causa disso?

- Prometo...

- Então vai se trocar e tomar café. Eu vou ligar pra Rita...

O telefone tocou na sala.

- Não vou mais. Acho que é ela.

Ele enxugou no rosto dela uma última lágrima e a beijou.

- Te amo... boba! - disse baixinho.

Quando chegou à sala, Dalva já tinha atendido ao telefone e falava com Rita. Elas trocaram algumas palavras e Dalva passou o telefone para ele.

- Oi, Rita.

- Bom dia, querido... Que bom que eu posso continuar te chamando assim... Está tudo bem?

- Está, ele respondeu, rindo. - A gente já está indo.

- Só diz pra Amanda que ela vai fotografar pro outdoor da Coca-Cola sozinha hoje com o Gustavo.

- O Roni está no comercial também, ele...

- Só ela. Depois eu explico pra ele quando ele chegar. Diz pra ela ir pra maquiagem com a Cláudia logo que chegar.

- Ele vai chiar, Rita...

- Deixa que eu me entendo com ele. Quem manda nessa agência sou eu e ponto final.

Ele sorriu.

- Que bom que você voltou...

- Também acho. Aquela Rita covarde não combinava comigo. Tchau, lindo!

- Tchau, chefe.

ENCOSTO DE OLHOS AZUIS

PARTE II

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS

SEJAMOS, TODOS, LUZES NA ÁRVORE DE NATAL DO CRISTO!

OBRIGADA SEMPRE

Velucy
Enviado por Velucy em 04/12/2018
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