AMANDA IV - REVELAÇÃO VI - PARTE 1

I – REVELAÇÃO

No final do dia, Marco saiu da agência e foi até o colégio Paralelo pegar Amanda. No carro, já voltando para casa, ela falou:

- Meu pai liberou a Dalva pra ir ajudar a gente, no apartamento. Ela vai começar amanhã. Que é que você acha?

- A Dalva vai trabalhar lá em casa?

- Vai.

- A Rita precisa mais dela do que a gente. Ela fica o dia inteiro fora de casa.

- Nós também. Não agora, que estamos de férias, mas ele já tinha pensado nisso, quando você ficou sozinho na minha viagem a Campos. Ele contratou uma nova empregada, uma moça um pouco mais jovem, mas bem eficiente também. E ele falou que a Dalva de vez em quando pergunta de mim, suspira de saudade, ela quer vir me ajudar. Ela praticamente me criou. É quase minha mãe.

- Quer dizer que eu vou morar com a sogra? - ele disse, sorrindo.

- Não é bem isso, ela falou, sorrindo também. – Ela vai continuar morando na casa do meu pai, só que vai vir me ajudar sempre.

- Não vai ficar muito pesado pra ela?

- Não. Da Chácara Flora até nossa casa não é tão longe.

- Ela não vai trabalhar de graça, vai?

- Claro que não. Eu vou pagar o mesmo que meu pai paga.

- Você vai pagar?

- Por que, não?

Marco ficou em silêncio, parecendo não ter gostado muito da ideia, e continuou prestando atenção na rua.

- Marco, o que eu tenho recebido pelo meu trabalho na RR, é o suficiente pra pagar a Dalva e mais três empregadas. Não se preocupa com isso. E a gente já conversou sobre esse assunto.

- Tudo bem. Se ela vai te ajudar... faz o que você achar melhor.

O carro chegou diante do prédio e entrou na garagem. Os dois subiram. No apartamento, Amanda colocou a bolsa sobre o sofá e ficou olhando para ele.

- A gente pode conversar sobre o Roni, agora?

Marco olhou para ela e não respondeu.

- Eu ainda não entendi o que aconteceu lá na agência. Por que você bateu nele? Eu te pedi tanto... Quem tem que ter certeza de que você é fiel a mim sou eu, ninguém mais. E eu confio em você. A menos que eu tenha que duvidar disso.

Marco continuou olhando para ela em silêncio.

- Tenho, Marco?

- Não...

- Ele disse que você não queria que ele me contasse... “coisas interessantes”, que ele sabia. Sobre o quê?

- Ele estava ameaçando a Rita, desde a volta de vocês de Campos, depois daquela reunião que vocês três tiveram, sobre ele estar assediando você.

- Como ameaçando? Ele não disse nada sobre isso, enquanto eu estive lá.

- Depois que você saiu... ele ameaçou a Rita dizendo que... se ela continuasse brigando com ele por causa de você, ele...

- Ele o quê, Marco?

- Ele ia contar pra você que... eu e ela temos um caso.

Amanda se sentou no sofá.

- O quê?! Mas... que absurdo! O Roni ficou louco? A Rita é minha madrasta. É mulher do meu pai! E você é... primo... dela...

- Pra você ter uma ideia de como é pequena a mente dele. Eu fico enojado só de pensar. Foi por isso que eu bati nele. Eu passei o resto do domingo pensando no assunto. A Rita me contou na casa do meu pai, enquanto você tomava banho. Ela também estava apavorada que você pudesse acreditar nessa sandice e isso acabaria com o nosso casamento e com o dela.

- E por que você não me contou?

- Como eu podia contar uma coisa dessas pra você, Amanda? A gente já estava cansado, fragilizado com tudo que tinha acontecido. Eu não podia nem pensar em jogar mais uma bomba dessas na sua cabeça.

- Mas ele quase jogou... Foi por isso que você estava tão nervoso na gravação do comercial.

- É...

- Aquela conversa que a gente teve aqui ontem... tem alguma coisa a ver com isso?

- Que conversa?

- Sobre você ter ficado... muito tempo sem transar com ninguém depois que começou a namorar comigo.

Marco não conseguiu falar nada. Engoliu em seco. A garganta travou. Ela continuou:

- Lá na casa do seu pai, você também falou... da relação bonita de quase irmãos que você tem com a Rita. Ela pode até ser bem mais velha que você, mas ela se comporta e age como se tivesse a mesma idade que você. Fala com você como se fosse sua irmã. Ela é só sua prima... É prima do seu pai...

- Aonde você quer chegar?

- Que é possível...

- Não, não diz isso. Pelo amor de Deus, não diz isso, amor.

Ele se sentou ao lado dela e segurou sua mão.

REVELAÇÃO

PARTE I

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS

SEJAMOS, TODOS, LUZES NO MUNDO E SAL DA TERRA!

OBRIGADA SEMPRE

Velucy
Enviado por Velucy em 02/12/2018
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