AMANDA IV - SEGREDOS V - PARTE 4

IV – SEGREDOS

Marco e Amanda foram até a sala de Rita. Chegando lá, ela estava discutindo com Roni.

- Eu acho que eu mereço isso! - ele disse, apontando para o próprio peito.

- O valor do cachê já tinha sido acertado, Roni. A gente não pode mudar mais o que foi acordado! Nunca fizemos isso com ninguém. Não é ético.

- Acontece que eu tenho dado de tudo por essa agência e a minha imagem tem muito valor aqui dentro, e tem dado muito lucro pra vocês.

- Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Você está misturando tudo.

- A Coca-Cola é uma empresa bilionária. Uma multinacional. Você pode muito bem tirar uma porcentagem do que vai ganhar deles.

- Eu não vou fazer nenhuma modificação. Não vou renegociar nada! Se você não está contente...

Ela parou, quando Marco e Amanda entraram na sala.

- Pronto, chegou alguém que pode me dizer se eu estou errada no valor que eu estou pagando a vocês ou não. Amanda, o Roni acha que esse comercial vale mais do que eu estou pagando a vocês. Você concorda?

- Não... ela respondeu. - Por que valeria mais? Isso já tinha sido discutido.

- Porque ele vai passar no Brasil inteiro, não só aqui em São Paulo, disse Roni.

- Essa diferença já foi considerada, Roni, Rita falou. - Ninguém está sendo lesado aqui. E eu não faria isso com a minha própria enteada, pelo amor de Deus!

- O comercial da Bunny’s no início do ano teve quase o mesmo valor e você conseguiu pagar o cachê de um monte de gente, inclusive o meu, o do Hugo Lins e o do Marco, sem contar o da Amanda. Estou errado?

- Essa conversa de novo...? - Marco falou em voz baixa.

- Eu me recuso a falar sobre isso novamente. Esse assunto já está esgotado. Eu não vou mudar um milímetro da minha decisão. Se você não está contente, sou até capaz de pagar a rescisão do seu contrato, mas prefiro que você deixe a RR.

- Rita! - Marco interveio, temendo que aquela decisão pudesse detonar a bomba que Roni tinha colocado pairando sobre suas cabeças.

Roni sorriu, olhou para Marco e depois para ela de novo.

- Seria ótimo se eu fizesse isso, não? Mas não, não vou discutir. Eu ainda quero me divertir muito com a cara de vocês, por aqui.

Ele ia sair da sala, mas ao passar por Marco, ele segurou seu braço.

- Espera um pouco, Roni.

Roni olhou para a mão dele e depois em seus olhos.

- Larga o meu braço.

- Com todo prazer, Marco falou, soltando o braço dele. – Só que eu já estou cheio de você, tanto ou mais do que você está cheio de mim. E eu sei que, se tem alguém sobrando nessa estória, esse alguém sou eu.

- Marco... Rita ia começar a falar.

- Me deixa falar, Rita. Eu decidi fazer Publicidade e Propaganda por sua causa e por causa da fé que você tinha e tem na Amanda. E eu estou fazendo o que eu gosto, num lugar que eu amo, mas a RR não é a única agência de publicidade que existe em São Paulo e eu estou disposto a tentar meu estágio em outra agência qualquer e acabar com essa pressão.

- Marco, você não vai fazer isso, Rita disse.

- Vou, Rita. Eu não aguento mais esse cara me olhando torto toda vez que me vê.

- E vai deixar sua mulherzinha sozinha, aqui? - Roni perguntou.

- Ela não está sozinha, ele respondeu, olhando para Amanda, que também não entendia aquela decisão.

- Se você for, eu vou também, Amanda disse, aproximando-se dele e segurando seu braço.

- Não diz bobagem. Você fez uma carreira aqui. Você fica.

- Isso não é justo! - Rita disse, batendo na mesa com força. – Você não vai sair da RR por causa desse... moleque imaturo que não vê mais nada a não ser o seu próprio umbigo.

Roni começou a bater palmas lentamente e disse:

- Bravo! Estou gostando do show. Você tem talento, Marco, não devia ter se recusado com tanta convicção de ser garoto propaganda. Ficar fora daqui fica mais conveniente pra você mesmo.

- Do que você está falando, Roni? - Amanda perguntou.

Roni ia começar a falar, mas Marco se antecipou:

- Vê bem o que você vai dizer. Dependendo do que seja, eu posso perder o resto muito pequeno que eu ainda tenho de paciência e você pode vir a ficar algum tempo sem fotografar.

- Marco... Amanda disse, pressionando o braço dele.

- É que ele tem medo que eu diga coisas que eu sei e que não seriam interessantes pra ele que você soubesse, Amanda.

- O quê? - ela perguntou.

- Roni, para com isso, disse Rita. – Você não sabe o que está fazendo.

- Eu posso não saber, mas vocês sabem o que fazem aqui e lá fora todo dia.

Marco não conseguiu mais segurar a raiva do rapaz e ia avançando sobre ele, mas Amanda o segurou novamente.

- Não, Marco! Para! Roni, do que você está falando?

- Fala logo então o que você quer falar, idiota! - Marco gritou. - Acaba logo com isso!

- Não, Marco, você não está pensando, disse Rita.

- Eu não sei se consigo mais viver assim, Rita. Eu passei um final de semana horrível. Quase perdi meu pai e ainda tive que ficar pensando no que fazer pra me livrar desse... cretino de olhos azuis!

- Mas o que está acontecendo afinal? - Amanda perguntou.

- Fala, Roni. Conta o que você está tão ansioso pra contar. Diz o que você acha que sabe, Marco incentivou.

O rapaz olhou para ele, para Rita e finalmente para Amanda.

- Não... Rita sussurrou, quase chorando.

- Você sabia, Amanda, que seu maridinho não é tão fiel a você como ele quer que todo mundo acredite?

Marco não se segurou mais, soltou-se das mãos da mulher e lhe deu um soco no rosto com vontade.

SEGREDOS

PARTE IV

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS

SEJAMOS, TODOS, LUZES NO MUNDO E SAL DA TERRA!

OBRIGADA SEMPRE

Velucy
Enviado por Velucy em 01/12/2018
Código do texto: T6516297
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