MANDY - AMANDA & LÍDIA VIII - PARTE 14
XIV – AMANDA & LÍDIA
Ao ver o filho, Antônio sorriu e cumprimentou:
- Oi, que bons ventos o trazem? Aconteceu alguma coisa? Algum problema?
- Eu vim justamente pra saber se estava tudo bem com você.
- Graças a Deus, tudo bem. Contratei dois guarda-costas, brincou ele.
Marco colocou os cadernos sobre a mesa e sentou-se na poltrona diante dela. Antônio notou que ele estava diferente. Perguntou:
- O que você tem? O que foi que o seu amiguinho aprontou dessa vez?
Marco nem ouviu a pergunta dele direito.
- Posso te fazer uma pergunta, pai?
Antônio colocou o fichário que estava lendo numa estante, sentou-se na ponta da mesa e disse:
- Pensei que tivesse sido demitido dessa função: responder a dúvidas suas.
- Não estou brincando, pai... Marco falou, sério.
- Desculpe. Pergunte.
- O que você faria... se descobrisse que a namorada do seu melhor amigo está a fim de você?
Antônio riu da ligeireza com que ele formulou a pergunta.
- Uau! Que avalanche! O que eu faria?... Se ele é meu amigo, dividiria ela com ele!
Marco continuou sério e disse:
- Eu adoro, quando você está feliz... mas eu não estou feliz. Eu falo sério, pai.
Antônio ficou sério também e perguntou:
- Que amigo? O Teo?
- Eu não falei que a vítima era eu.
- Pela sua cara, só pode ser. Ou é a Amanda que está apaixonada por ele?
- Não! Que absurdo! Claro que não!
- A namorada dele é aquela moreninha, de cabelo bem curtinho... vozinha um pouco esganiçada...
- É, a Lídia, amiga da Bete.
Antônio pensou e respondeu:
- Se eu não gostasse dela, não faria nada.
- Ele está sofrendo um bocado. Ele gosta muito dela. E eu não sei o que fazer pra ajudar.
- Entendo... Mas o que você pode fazer, filho? Ninguém pode mudar o coração de uma pessoa. Acho que você é a última pessoa que pode fazer alguma coisa pelo Teo. Ele sabe?
- Soube, hoje, como eu.
- Se zangou com você? Brigaram?
- Não, nem uma coisa nem outra, mas ele está bem pra baixo, na pior mesmo.
- Ele vai superar. Vai esquecer. O Teo é um cara muito positivo, muito... pra cima, como vocês dizem. Ele supera.
- E com ela, o que eu faço? A gente estuda no mesmo colégio, se vê todo dia. E ela anda pegando no pé da Amanda...
- Amanda... A miss encrenca...
- Ei! Se você se referir a ela nesses termos mais uma vez, eu vou ficar muito magoado com você, pai!
- Desculpe, eu não tinha esse direito. Desculpe. Mas as mulheres se entendem muito melhor nesse campo que os homens. Elas sabem quando desistir. É só você não facilitar, não alimentar esperanças...
- Nunca nem pensei nisso. Eu respeito e gosto demais do Teo. Só tenho medo que ela perturbe a Amanda ainda mais.
- Acho que sua namorada tem classe e educação suficientes pra não levar em conta a outra.
- Tem... Marco disse, com um suspiro. – Ela despejou uma garrafa de soda na cabeça da Lídia, hoje, no colégio.
- O quê?! Aquela carinha de anjo fez isso?
- Fez, com classe, como você disse, mas fez, Marco falou, rindo discretamente.
- Por quê? Por causa disso?
- Não, foi porque a Lídia disse que ela veio de Minas pra me roubar da Bete.
- Isso não faz sentido. Ela nem conhecia você.
- Pra você ver o quanto a Lídia é sem noção. Ela é maluca.
- Ou está mesmo muito maluca por você... Quer dizer que a Amanda despejou refrigerante na cabeça da outra?
Marco apenas balançou a cabeça confirmando.
- O pai dela já soube?
- Não sei, mas vai saber. A Amanda não esconde nada dele.
- Então a Lídia está numa fria...
- Não, esse não é o lance da Amanda. Ela não quer prejudicar a Lídia. Só reagiu, porque foi provocada e não é de hoje que a Lídia cutuca. Ela recebeu o que merecia. Até o Teo concorda com isso.
- E a Amanda sabe dessa paixão da outra por você?
- Foi ela que me contou.
- Mulheres... disse Antônio, balançando a cabeça.
- Ei! Não encaixe minha Amanda no meio dessas... mulheres. Concordando você ou não, ela é diferente.
Antônio sorriu.
- Ficaria admirado, se não fosse. Os Ramalho só se casam com mulheres especiais, diferentes e brigam muito por elas, antes disso. Sua avó era especial, a sua mãe nem se fala e você tem que se casar com uma mulher especial, pra manter a tradição.
Marco riu.
- E se eu quisesse me casar com a Bete? Eu até transei com ela... E se ela... ficasse grávida de mim?
Antônio pensou, fez uma careta parecendo sentir dor e respondeu:
- Eu te deserdaria! - disse Antônio, levantando-se da mesa. - Agora dá o fora que eu preciso trabalhar.
- Você tem cada uma! - Marco falou, levantando-se e apanhando os cadernos.
- Falando de amenidades, Marco: você tem visto seu amiguinho Otávio?
- Não, graças a Deus, não. Pai, eu pensei em ir falar com ele, o que você acha?
- Por quê? Está a fim de fazer mais amizades?
- Sei lá, de repente, a gente pode vir a se entender e ele larga do meu pé...
- Pra brigar de novo? O cara é apaixonado pela sua namorada, esqueceu? Ficou doido?
- Não, eu só quero... conversar numa boa, de homem pra homem.
- Sabe como você vai falar com ele da próxima vez, filho? No hospital! E os dois estarão internados no mesmo quarto, só com a boca se mexendo. Esquece!
- Hum... fez Marco, para não discutir com o pai, mas sem tirar a ideia da cabeça. - Tchau, até mais!
- Marco...
- Oi.
- Nada de bancar o herói, está me ouvindo?
- Não esquenta, não.
AMANDA & LÍDIA
PARTE XIV
OBRIGADA E BOM DIA!
MUITAS BÊNÇÃOS A TODOS