MANDY - MUTO BOM PRA SER PRA SEMPRE VII-PARTE 11
XI – MUITO BOM PRA SER PRA SEMPRE
Em vez de ficar satisfeito com aquele discurso de Rotemberg, Marco ia ficando cada vez mais ansioso e perguntou:
- Mas...?
- Mas... ela me contou o que aconteceu ontem, na lanchonete do seu tio, e eu fiquei muito preocupado. A Amanda está apavorada... Ele teme por sua causa...
- Eu sei...
- E ela quer te proteger do Otávio... se afastando de você...
Marco engoliu em seco e permaneceu calado.
- Se eu pudesse, colocaria o Otávio na cadeia, mediante ao que ele tem feito, as ameaças e tudo, mas você sabe que a nossa polícia não costuma prender gente por ameaçar. É preciso que o pior aconteça primeiro pra eles agirem. E até que isso aconteça, quem está sendo ameaçado que se previna. E é isso que ela quer que você faça.
Marco continuou em silêncio. A garganta começava a doer.
- Ela decidiu não vê-lo mais e eu gostaria que você respeitasse essa decisão dela.
Ele baixou os olhos e não conseguiu dizer nada.
- Quem sabe, com o passar do tempo... o Otávio cresça um pouco mais do que a idade dele e perceba o mal que está fazendo a vocês e a ele mesmo. Vocês são jovens, têm todo o tempo do mundo. Se foram feitos um pro outro, como minha filha diz, nem o tempo vai separar vocês. Vamos esperar um pouco mais.
Marco levantou-se, deu a volta na cadeira, apoiou-se nela e disse:
- O Otávio venceu, então?
- Melhor ele vencer agora do que vocês perderem.
- Eu já perdi. Se a Amanda decidiu isso, eu fico de mãos atadas. Não tenho mais nem porque não quebrar a cara daquele cretino. Ele conseguiu chantagear ela direitinho. Na verdade, ele não queria tocar em mim; ele sabia que podia manipular a Amanda como quisesse, me usando como isca. Ele ganhou... dessa vez sem mover um dedo. E o pior é que ele nem está lutando por ela, nem quer nada com ela, porque sabe que ela não gosta mais dele. Eu nunca vou me conformar com isso, professor.
José Rotemberg não soube como argumentar. Marco respirou fundo e terminou:
- Diga a ela que... quando ela arrumar um namorado novo, vai ter dois no pé dela...
Marco deu as costas e saiu, batendo a porta. Havia acabado de bater o sinal para a segunda aula. Ele entrou na sala, passando por Rubens que saía, pegou os cadernos e saiu novamente.
Teo e Aldo acharam aquilo muito estranho e foram atrás dele.
- Ei, Marco! Aonde você vai, cara!?
- Pra lua! - ele disse, sem parar de andar.
- Que foi que o Rotemberg falou, Marco?!
O rapaz não parou para responder e saiu do prédio. Teo e Aldo pararam, desistindo.
- Cara, ele não está bem não, falou Teo.
- Será que o diretor suspendeu ele de novo? - Aldo perguntou.
- Por quê? Ele não fez nada! Isso está muito esquisito...
Completamente aturdido, Marco resolveu descarregar sua revolta em alguém que realmente merecesse. Iria atrás de Otávio que deveria estar também na escola, a três quilômetros dali.
Marco conhecia bem o bairro e sabia o caminho para o Paralelo Interlagos de cor, e a bicicleta o ajudou a chegar lá mais rápido. Percorreu a Avenida das Nações e a Interlagos em tempo recorde.
Chegou diante do colégio, muito antes da saída, mas esperou sentado na bicicleta no outro lado da rua, diante do prédio do colégio. A cabeça estava a mil por hora e nem o tempo que ficou esperando a saída de Otávio o fez acalmar-se. Já se imaginava sozinho, sem Amanda e não conseguia admitir tê-la perdido. As palavras de José Rotemberg martelavam seu cérebro e doíam no coração.
Quando os estudantes começaram a sair, ele ficou alerta. Observava cada rosto que passava, a procura de Otávio e, quando o viu, procurou segui-lo com os olhos até que ele saísse do meio dos outros jovens. Otávio estava na companhia de uma garota, mas logo se despediu dela e foi na direção do carro que estava estacionado ali perto, do outro lado da rua.
MUITO BOM PRA SER PRA SEMPRE
PARTE XI
BOM DIA!
PAZ, BÊNÇÃOS E LUZ PARA TODOS