MANDY - MUITO BOM PRA SER PRA SEMPRE VII-PARTE 7
VII – MUITO BOM PRA SER PRA SEMPRE
Marco e Amanda foram juntos levar o pedaço de bolo a Benê, na bicicleta dele, mas logo que entraram na lanchonete, Benê já lhes fez um sinal, mostrando que tinha “boi na linha”. Numa mesa, no canto da lanchonete estavam Otávio, André e Caio. O sangue de Marco gelou ao vê-los.
- Caramba! - falou baixinho. – De novo não...!
- Vamos embora daqui, Marco, pediu Amanda em voz baixa, segurando a mão dele e puxando-o.
- Calma, Amanda, ninguém tem que sair correndo. Benê, a mamãe mandou isso aqui pra você, disse ele, colocando o pacote com o bolo sobre o balcão.
- Obrigado, diz pra ela que ela é um anjo, mas... se manda daqui, antes que eles te vejam! - Benê disse, baixando a voz.
- Já viram, Marco falou, olhando para Otávio que olhava para eles também.
- Marco, eu não quero ver você nem a minha lanchonete, partidos em pedaços. Dá um beijo na sua mãe e dá o fora daqui, por favor...
- Calma, tio, a gente já está indo...
Otávio e os dois rapazes levantaram-se e aproximaram-se do balcão e Otávio apoiou o braço esquerdo nele, de frente para Marco. Sem olhar para Benê, pediu:
- Me dá uma Coca, por favor.
- Você já pediu e eu já servi, disse Benê. – Está em cima da sua mesa.
- Eu quero outra, pro meu amigo aqui, falou Otávio, apontado para Marco com o queixo. – Em homenagem aos velhos tempos...
Marco não sabia o que fazer. Por sobrevivência, queria ir embora, mas seu orgulho dizia que não ia fazer isso correndo. Benê ia tentar ao máximo, evitar confusão.
- Ele não quer, já estava de saída, não é, Marco?
- É, eu não tomo refrigerante. Não precisa não, Benê. A gente está indo nessa.
Deu as costas, segurando a mão de Amanda e, ia saindo, quando Otávio perguntou, sorrindo cínico.
- Vai fugir de novo?
Marco parou e Amanda chegou a passar em sua frente para puxá-lo, mas ele a segurou.
- Vamos logo, Marco! - ela pediu, aflita.
Ele se voltou e encarou Otávio, com os olhos brilhantes de raiva. Benê saiu de trás do balcão e se colocou entre os dois.
- Vai embora, Marco, por favor!
- Titio está mandando, maricas. Vai embora ou o lobo mau te pega! - disse Otávio, gozador.
Marco partiu para cima dele, mas o braço mais forte de Benê o segurou.
- Para com isso, Marco Antônio!
- Eu não vou ficar ouvindo isso e sair correndo, Benê! Me larga!
- Vá embora! - ele disse, empurrando o sobrinho para a porta, com a ajuda de Amanda. - Dá o fora daqui ou você não entra mais na minha lanchonete!
Benê voltou-se para Otávio e ameaçou, apontando-lhe o dedo:
- Você também, vá embora! Eu sei que você é maior de idade e vou chamar a polícia, se não parar com essa infantilidade na minha lanchonete! Como freguês é muito bem vindo, sempre, mas não pra isso.
- Eu ainda não terminei minha Coca, disse ele, tranquilamente, sem sair do lugar.
Marco continuou olhando para Otávio que sorria para ele, irônico, depois deu as costas e saiu da lanchonete. Ao chegar junto da bicicleta, deu-lhe um forte chute que a fez cair longe.
- Droga!
- Calma, Marco! - Amanda pediu.
- Calma! Calma! Calma! Todo mundo só me pede calma, mas sou eu que estou sendo provocado! Quem está sendo chamado de maricas sou eu!
- Não interessa do que ele te chama! É isso que ele quer de você, Marco! Ele quer um motivo pra brigar!
- Falou bem, Amanda, disse Otávio, saindo da lanchonete com os dois amigos. – Só que eu não quero só brigar com ele, eu quero acabar com ele. E acho bom você criar juízo por ele, já que ele não tem nenhum medo do que pode lhe acontecer. Afaste-se dele ou não vai sobrar nem fumaça do seu namoradinho novo pra contar a estória.
- Ameaças... falou Marco. – É só isso que você sabe fazer? E só ergue a crista quando está perto desses dois palhaços!
André e Caio quiseram investir contra ele, mas Otávio os impediu só com um gesto da mão.
- Eu não estou ameaçando. Só não quero que digam que peguei vocês dois de surpresa depois. Há quase um mês, eu avisei você pra se afastar dela. Você viu que eu não fiz nada e continuou facilitando. Pois o aviso ainda está de pé.
- Deem o fora daqui, vocês três, mandou Benê com voz enérgica. – Ou eu vou chamar a polícia... E isso não é uma ameaça.
Otávio apontou para os dois e finalizou:
- Se ama mesmo esse idiota, Amanda... larga dele... ou ele morre!
Os olhos dela encheram-se de água. Otávio deu as costas e afastou-se com os dois amigos. Marco segurou a mão de Amanda e a puxou para si, abraçando-a.
MUITO BOM PRA SER PRA SEMPRE
PARTE VII
BOM DIA!
PAZ, BÊNÇÃOS E LUZ PARA TODOS