MANDY - MUITO BOM PRA SER PRA SEMPRE VII-PARTE 2

II – MUITO BOM PRA SER PRA SEMPRE

Mais tarde, na saída do colégio, quando se encontrou com Marco, Amanda não aceitou seu beijo e fingiu zanga. Ele não entendeu nada e reclamou:

- Ei! O que foi que houve?

- Sua... ex me contou que você vai enjoar de mim logo que conseguir o que quer de verdade, daqui a algum tempo.

- Minha o quê?!

Amanda continuou andando na direção de seu carro. Ele a seguiu bem confuso.

- Amanda, quer fazer o favor de me explicar que estória é essa? O que foi que houve?

Ela voltou-se, fazendo o possível para ficar séria, e disse:

- Bete... Você conhece alguma música com o nome dela também, além daquela da Blitz, “Bete... Frígida”? Se bem que eu acho que de “frígida” ela não deve ter nada, não é?

Marco entendeu tudo e riu.

- Você sabe ser cruel também, não, anjo? Ela foi falar com você?

- Afirmou de pés juntos que você gosta dela ainda e vai se cansar de mim quando conseguir o que quer...

- E você?

- Não desconverse. O que você quer de mim que já conseguiu com ela, hein?

Marco parou e passou a mão pelo cabelo, mais confuso ainda. Ela parou também já perto do carro e voltou-se, olhando para ele, segurando os cadernos na frente do corpo.

- Sem resposta, Marco Antônio?

- Eu não acredito que aquela... Amanda, ela só quer envenenar tua cabeça.

- Ela não disse a verdade?

- Não, claro que não! - ele falou, colocando as duas mãos na cabeça.

- Ela disse que você só terminou com ela, porque conseguiu o que queria.

Marco encostou-se no carro dela, ponderando o que dizer.

- É por causa dela que a Lídia me odeia, não é? - Amanda perguntou.

- A Lídia não te odeia. Ela é uma tonta. As duas são amigas porque se merecem, se combinam. Nem sei como o Teo consegue aguentar e mesmo namorar com ela. Também não sei como eu aguentei a Bete por dois anos. Eu estava... procurando por você.

- “Dois anos não são dois dias...” Frase dela.

- Ué! Você não namorou com o Otávio por mais tempo que isso?

- Ela também te ensinou a dirigir?

Marco sorriu e respondeu à provocação com outra.

- Não, mas me ensinou o que fazer no banco de trás do carro e não foi antes de eu terminar com ela. A gente tinha quinze anos e pouco mais de seis meses de namoro quando isso aconteceu. Mas o namoro durou um tempo depois disso... e valeu a pena. Apesar do estresse que era namorar com ela... valeu a pena. Eu aprendi muito.

Amanda ficou vermelha e não conseguiu disfarçar o espanto. Nem soube o que dizer. Marco riu e a abraçou.

- Você está brincando? - ela perguntou, sem jeito.

- Ué! Você não queria a verdade?

Totalmente desnorteada, ela gaguejou, sem conseguir olhar nos olhos dele.

- Ah, não sei... Não teria nada... com qualquer garota, mas... depois do que ela fez hoje... Ela me pareceu tão... vulgar. Falou isso pra mim com uma naturalidade... Quase morri de vergonha...

- Amanda... se ela quis insinuar que eu... me aproveitei dela, é mentira. Na verdade, foi justamente o contrário... mas a gente continuou namorando ainda por um ano e meio. E não fui eu que terminei com ela. Ela terminou comigo por ciúme bobo, no dia em que eu conheci você, já te disse isso.

- Eu não quero mais falar disso com você, disse ela, entrando no Fiat. Marco deu a volta no carro e entrou também, no lado do passageiro, sentando-se ao lado dela.

- Não, agora você vai ter que terminar o assunto. Ou você acredita em mim ou a gente tem que rever tudo que tem acontecido entre a gente, Amanda. Eu não vou pra casa com essa dúvida. Eu não vou deixar que um Otávio de saia fique entre a gente. A Bete é passado e não tem o direito de ficar falando por mim ou de mim com você nem com ninguém. Isso tem que parar. Meus pensamentos, exponho eu mesmo, não preciso de porta-voz e não sou propriedade de ninguém. Eu vou falar com ela.

- Não, não vai falar com ela não. Deixa pra lá. Eu acredito em você. Já chega o Otávio dando trabalho. Eu só fiquei chocada com o jeito que ela falou comigo sobre o assunto...

- Tem certeza? Levar em conta o que a Bete fala é passar por cima de tudo que a gente tem passado. Ou você acredita que eu te amo de verdade, ou...

- Eu acredito... ela disse, olhando nos olhos dele. Esquece tudo isso.

- Tem certeza?

- Tenho.

Marco a beijou. Ela perguntou:

- Quer carona?

- Não, vou passar na lanchonete do meu tio; depois... eu gosto de ir a pé pra casa.

Amanda o segurou pela gola do casaco da escola, puxando-o para si e o beijou de novo.

- Tchau.

- Tchau, te amo.

Ele saiu do carro e ela partiu em seguida. Quando o carro sumiu, virando a esquina, Marco viu Otávio, do outro lado da rua, olhando para ele, encostado numa árvore. Sentiu um arrepio percorrer a espinha.

MUITO BOM PRA SER PRA SEMPRE

PARTE II

BOM DIA!

PAZ, BÊNÇÃOS E LUZ PARA TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 17/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6451028
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