MANDY - O DIA CERTO PRA SE COMER PIZZA VI - PARTE 8

VIII – O DIA CERTO PRA SE COMER PIZZA...

Marco voltou, minutos depois, já pronto e olhou pela janela para ver se os amigos já estavam chegando.

- Você foi mais rápido que os três juntos, ela disse.

- Pois é... Você dirige há muito tempo, Mandy? - perguntou ele, olhando para o carro dela estacionado diante da casa.

- Há três anos, mais ou menos. Mas eu não tenho carta, ainda.

- Eu sei, você já disse. É que ele tem tudo a ver com você.

- É, mas eu não dirijo na cidade, nem em distâncias maiores do que da minha casa ao colégio ou lugares próximos daqui. Pego sempre ruas de menor movimento, nunca passo de oitenta... Precauções que meu pai determinou pra eu tomar, pra me deixar dirigir. Lá em Minas era tranquilo e ele já fazia mil exigências...

- Foi ele quem te ensinou? - ele perguntou, sentando-se ao lado dela.

- Não...

- Quem foi?

- O Otávio, lá em Poços...

Ele ficou sério e desviou o olhar, levemente aborrecido.

- Você queria que eu mentisse?

Marco respirou fundo e balançou a cabeça, negativamente.

- Não... Eu sei que ele já... foi importante pra você... de alguma forma. Não foi?

- Um vizinho, amigo de infância... que virou namorado... Só isso.

- Não precisa amenizar as coisas. Eu quero saber.

Ela sorriu.

- Estou dizendo exatamente o que é. Eu gostava muito dele. Minha vó não gostava que eu saísse muito, mas nós conhecíamos a mãe do Otávio e toda a família dele e quando ele pedia pra me levar a alguma festa ou ao cinema, ela deixava. Ela confiava nele e eu também. Sempre foi muito legal comigo. Quando eu fiz quatorze anos, nós começamos a namorar e não foi surpresa pra ninguém. Tanto a família dele quanto minha avó e meu pai, que morava aqui por causa do trabalho e que ia pra lá todo final de semana, já sabiam que isso podia acontecer... e acho que eu também. Nunca tive muitas opções. Eu era muito sozinha. Acho que deixei ele pensar que podia ser responsável por mim, substituir meu pai quando ele não estava...

- Você não tinha colegas homens na escola?

- Eu estudei num colégio de freiras até vir pra cá. O Paralelo, pra mim, foi uma quebra total de costumes. Lá, minhas salas tinham sido sempre totalmente de meninas. Nunca estudei com rapazes na mesma sala.

- Acho que veio daí o estresse do Otávio com você.

- É, mas isso pra mim se chama falta de confiança e eu não gosto de desconfiem de mim.

- Vou me lembrar disso, no futuro, ele brincou.

Ela segurou sua mão.

- Você perguntou se o Otávio foi muito importante pra mim. Foi, mas não do jeito que você é. Ele nunca me paquerou, nem apareceu na minha frente, de repente, sem eu nem esperar...

Marco segurou a mão dela na sua, pensativo. Amanda continuou:

- Ele nunca quebrou o braço por minha causa...

Ele discordou:

- Quebrou sim, o meu!

Riram os dois.

- Toca pra mim aquela música?

- Do Barry?

- É. Não deu pra ouvir direito naquele dia.

- Tudo bem, vem comigo.

Ele a puxou pela mão e a levou até seu quarto. Só então percebeu que ela estava com o porta-retratos na mão.

- Gostou da foto? - ele perguntou, enquanto procurava o disco.

- Adorei. Você deve ter sido um bebê e um garoto muito paparicado.

- Pode crer. Eu não te falei que a fase do “Marquinho” passou faz pouco tempo? Pode ficar com a foto.

- Jura? Sua mãe não vai achar ruim?

- O que não falta nessa casa é foto minha. Filho único é o bicho mais fotografado do planeta! São quase dezoito anos de fotografia. Uma a menos não vai fazer diferença. Depois que a gente casar, você me devolve, ele falou, tão naturalmente, continuando a procurar o disco, que nem percebeu.

Ela abraçou-se ao retrato, contente. Marco colocou o disco para tocar e sentou-se perto do aparelho no chão.

O DIA CERTO PRA SE COMER PIZZA

PARTE VIII

BOM DIA!

PAZ, BÊNÇÃOS E LUZ PARA TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 16/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6450010
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