MANDY - O DIA CERTO PRA SE COMER PIZZA VI - PARTE 6
VI – O DIA CERTO PRA COMER PIZZA...
Amanda sorriu e brincou:
- Não, na verdade, eu tenho sessenta e um, mas fui vítima de uma descarga de raios ultravioleta que me condenaram à juventude eterna.
Ele a beijou de novo e perguntou, incentivando a brincadeira:
- Sessenta e um, hã?
- Hum, hum.
- É a velhinha mais gostosa que eu já conheci... murmurou em seu ouvido.
Beijaram-se longamente e quando ela se afastou dele, perguntou:
- Você estava tão frio no telefone, ontem. Tenho ligado e sua mãe diz que você não está...
- E não estava mesmo.
- Não minta. Eu sei que estava.
- Sabe como? Tem bola de cristal?
- Só sei, ela respondeu, dando de ombros. – Eu sei de tudo sobre você.
- Ah, é? O que mais você sabe, por exemplo?
- Sei que você não sai da cabeça de alguém que te meteu na maior fria da sua vida... e não consegue ficar longe de você...
Marco sorriu e a beijou, erguendo-a do chão com o braço esquerdo. Teo, Aldo e Miro, que não tinham parado de espiar, aplaudiram os dois, com direito a assobios e gritos de torcida.
Marco corou e olhou para os três, no portão da casa de Teo.
- Querem parar com essa palhaçada? A rua não precisa desse espetáculo!
- Mas já está vendo tudo, sem pagar ingresso! Amanda, sou teu fã!
Ela sorriu, corando também, escondendo o rosto no ombro de Marco, mas depois ergueu-o e sugeriu:
- Que tal se a gente fosse a algum lugar tomar alguma coisa?
- Oba! - exclamaram os três, já se aproximando.
- Mas está todo mundo sujo e fedendo a cachorro morto, falou Marco. – Se a gente entrar assim em alguma lanchonete ou barzinho, batata que prendem a gente. Aí a festa está completa. Somos suspensos da escola e da cidade.
- Eu espero todo mundo se trocar, ela disse.
- É, falou Miro. – Você vai pra casa do Marco e a gente se encontra lá em... uma hora.
- Tudo bem pra você, Marco? - Teo perguntou.
- Tudo bem, ele respondeu, sorrindo enigmático.
- Que foi? - Amanda perguntou, percebendo.
- Nada, vamos lá, pessoal. Todo mundo bem limpinho e cheirozinho em uma hora lá em casa.
Teo correu para casa, Miro foi para a sua e Aldo foi com o casal, separando-se deles ao chegar em sua casa.
Quando Marco e Amanda entraram no jardim da casa dele, foram recebido pelo collie Max, que pulou nele e o cobriu de beijos lambidos.
- Para, Max! Qualquer dia você leva meu rosto junto com uma lambida dessas.
Amanda acariciou o pêlo do cão que já a conhecia. Entraram na casa pela lavanderia, que dava na cozinha.
- Eu vou tomar um banho rápido. Se quiser beber ou comer alguma coisa, fique à vontade. Se quiser ir pra sala é no fim desse corredor. Eu volto em uma... meia hora, ele falou, vendo um bilhete da mãe sobre o fogão: “Filho, fui até o Mappin comprar um presente pro seu pai. Volto logo. Beijos, te amo, mamãe.”
- Minha mãe saiu... disse ele, mostrando o bilhete a ela.
- Ah... e... seu pai não está também...
- Não... na imobiliária... ele disse, com ar maroto.
- Nós estamos... sozinhos?
- Não, estamos com o Max e o Sherlock, meu gato.
Amanda olhou para o cão, sentado ali perto deles e sorriu.
- Algum problema? - ele perguntou, com ar inocente.
- Vá tomar banho... espertinho.
- É pra já, alteza, ele disse com uma reverência.
Beijou a palma da mão e soprou o beijo para ela, indo para o interior da casa.
Amanda atravessou a cozinha e foi para a sala de estar. Era ampla e arejada, com uma janela grande que dava para a rua. Viu sobre a estante da televisão, vários livros e porta retratos e foi observá-los mais de perto.
Eram fotos da família. Antônio ao lado de Laila. Cada um deles com Marco em várias épocas e de Marco, quando bebê, no colo da mãe e do pai. E dele já rapaz, bem atuais.
Ela apanhou um foto dele quando criança e começou a olhar os títulos dos livros. Apanhou um deles e folheou a esmo, depois o colocou no lugar.
Ao lado da estante estava o estéreo. Uma enorme coleção de discos de vinil se alinhava junto dele e ela começou a olhar os títulos. Tinha de tudo, de rock’n’roll a música clássica.
Amanda apanhou um disco da banda inglesa The Police e sentou-se no sofá para olhar o encarte. Sobre a mesinha do lado do sofá havia uma revista Bizz com o cantor Bono Vox, líder do grupo U2 na capa. Ela apanhou e começou a folheá-la.
Estava distraída com isso quando Marco apareceu na sala com duas camisetas nas mãos e vestindo apenas jeans.
O DIA CERTO PRA COMER PIZZA
PARTE VI
BOM DIA!
PAZ, BÊNÇÃOS E LUZ PARA TODOS