MANDY - O DIA CERTO PRA SE COMER PIZZA VI - PARTE 4

IV – O DIA CERTO PRA COMER PIZZA...

Na noite seguinte, Laila e Antônio resolveram realizar o tão adiado jantar que há tanto tempo planejavam e Marco ficou sozinho em casa. Como não havia nada de interessante na televisão, ele resolveu fazer alguma coisa na cozinha pra comer ou beber e depois ir para o quarto ouvir música, ler algum livro ou mesmo dormir.

A campainha tocou, quando ele desligou o liquidificador que batia uma vitamina de frutas.

- ‘Tô indo! - gritou, indo atender a porta.

Era Teo.

- Oi, cara. Me empresta sua TV?

- Oi, boa noite, pra você também, Teo! O quê?

- Você está sozinho, não está? - ele perguntou, já entrando.

- Estou... como você sabe?

- Eu vi o carro do seu pai saindo e sua mãe estava com ele. Vai passar “O carro assassino” na televisão e minha mãe não quer me deixar assistir. Deixa eu assistir aqui?

Marco riu, já o vendo pegar o controle e ligar a TV.

- Esteja à vontade... É toda sua.

Teo sentou-se no sofá e Marco foi de novo para a cozinha, voltando logo depois com o copo do liquidificador e dois copos grandes, dando um deles ao amigo.

- Oba! Cheguei na hora certa! - falou Teo.

- De vez em quando isso acontece... Às vezes, você parece ter dez anos, sabia?

Marco encheu os dois copos e sentou-se também.

- Que filme é?

- “Christine, o carro assassino”. Eu vi no cinema com a Lídia. É um barato!

- Já ouvi falar. Se sujar o tapete da minha mãe de sangue, você vai limpar, tá?

Teo riu, tomando um gole da vitamina.

- Hum! Que treco bom! O que é?

- Nada demais. Banana, abacate e aveia com leite.

- Hum... gostoso demais. Por falar nisso... Como é que vai a Amanda?

- Não sei, ele respondeu, colocando os pés na mesinha de centro.

- Como, não sabe? Vocês não estão brigados, estão?

- Não, a gente vai se ver na quinta-feira, na escola.

Teo olhou para ele, achando estranha aquela resposta.

- Isso está me parecendo fuga, ou estou enganado?

- Ninguém está fugindo, Teo. Eu amo a Amanda. Só que, toda vez que eu olho pra essa mão, me lembro da cara daquele... Você acredita que ele teve a coragem de dizer pro pai dela que eu estava tentando seduzi-la, em plena grama do clube, no meio de um monte de gente?

Teo riu.

- Pô, cara, não tinha outro lugar pra você fazer isso, não?

Marco olhou para ele com vontade de esganá-lo.

- Brincadeirinha, amigão! Brincadeirinha! O Rotemberg acreditou?

- Não, mas só depois que ela negou tudo. O Otávio quis envenenar a imagem que ele tinha de mim e ainda não sei se não conseguiu.

- Que nada! O JR adora você. Não acho que você deva se afastar da garota, por causa disso.

- Não quero me afastar dela... só quero... descansar de ontem... falou o rapaz, encostando a cabeça no sofá e estirando o corpo.

Teo tomou toda a vitamina e lambeu os lábios.

- Isso aqui está bom demais, rapaz, posso pegar mais?

- Claro.

- Foi você quem fez?

- Foi.

- Já pode casar! - falou ele, enchendo outro copo.

Marco sorriu e apoiou a cabeça na mão. O telefone tocou. Ele ficou olhando para o aparelho.

- Não vai atender? - Teo perguntou. – E se for ela?

O telefone tocou de novo e Teo perguntou:

- Quer que eu atenda?

Marco não respondeu. No terceiro, Teo ia levantando para pegar o aparelho e Marco o impediu, segurando seu braço. Teo sentou novamente e deu de ombros. Depois do quinto toque, Marco atendeu:

- Alô!

- Marco? - era a voz de Amanda, do outro lado da linha.

Ele fechou os olhos e calmamente respondeu:

- Oi.

- Está sozinho?

- Não, estou com o Teo, por quê?

- Você não tem atendido ao telefone, demorou pra atender agora, não foi à escola, hoje...

- O Teo, o Miro e o Aldo foram suspensos. Não achei justo ir, já que eu fui o pivô.

- Sua mãe me contou. Você está bem?

- Estou...

- Só vai na escola na quinta?

- É...

Ela ficou em silêncio por um momento e disse:

- Só queria dizer que... sinto muito tudo isso e... que eu te amo.

- Também te amo.

- Tchau.

- Tchau...

Ela desligou o telefone. Marco ficou com o aparelho na mão, pensativo.

- Papo fúnebre, hein, meu? - falou Teo. - Monossilabicamente falando, digo.

Marco colocou o telefone no gancho e permaneceu em silêncio. Depois de algum tempo em que só prestaram atenção no filme, Marco disse:

- A gente podia fazer alguma coisa, amanhã, pra animar o Aldo. Não consigo parar de pensar nele. Eu tenho que fazer alguma coisa pra levantar o astral dele...

- Vamos jogar uma partida de futebol, lá em frente de casa!

- É uma! Faz tempo que a gente não faz isso. Você sabe onde o Miro mora?

- Sei, pode deixar que eu ligo pra ele. Vai ser a Copa Suspensos 88! - disse, erguendo a mão no ar.

Marco riu e bateu nela com a mão esquerda. O cumprimento saiu meio torto e os dois acabaram rindo.

O DIA CERTO PRA COMER PIZZA

PARTE IV

BOM DIA!

PAZ, BÊNÇÃOS E LUZ PARA TODOS

(QUE CHUVA GOSTOSA! ADORO CHUVA!)

Velucy
Enviado por Velucy em 14/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6448172
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