MANDY - PROVA DE CORAGEM V - PARTE 6

VI – PROVA DE CORAGEM

Antônio olhou para a mulher, abismado. Marco sorriu.

- Laila!

- Lembra que você brigou com o Armando por minha causa, amor? Nunca me esqueci.

- Laila, por favor...

- Que Armando, mãe? O discotecário?

- É, como você sabe?

Marco riu, olhando para o pai.

- O papai me contou.

- Isso não tem graça nenhuma, Antônio falou sério.

- Antônio, você brigou com o Marco por ter brigado com o rapaz por causa da Amanda?

- E você apoia?!

- Não, mas tenho certeza de que não foi nosso filho que provocou; e, se foi provocado, tinha mais é que brigar mesmo.

- Eu não acredito, Laila!

- Nem eu... disse Marco, olhando admirado para a mãe.

Antônio levantou-se e saiu da mesa, zangado.

- Meu bem, você não terminou de almoçar...

Ele não respondeu e nem voltou.

- Você estava falando sério, mãe, ou foi só pra chatear ele?

- Estava e estou. Não quero ter um filho covarde. Eu sei que você não é de provocar ninguém, mas não quero que corra de ninguém. Só espero que não tenha machucado muito...

Ela levantou-se e foi verificar sua testa. Marco a abraçou pela cintura e a beijou várias vezes.

- Eu adoro você! Obrigado.

- Coloca uma compressa gelada aqui que o roxo passa em alguns dias. Agora, vou ver como ficou o orgulho do meu herói. Ele brigou com você, não foi?

- Sermão dos bons. A gente discutiu. Ele quer me proteger e acaba misturando os canais.

- Hum... Eu falo com ele. Coma.

Laila foi até seu quarto e encontrou o marido fumando nervoso, parado diante da janela, olhando para a rua. Aproximou-se e o abraçou por trás, pela cintura, colocando a cabeça em seu ombro.

- Ei, o monstro não é tão feio quanto você pinta, meu amor.

- Você me fez ficar ridículo diante do meu filho.

- Desculpe, mas eu não sabia que vocês tinham discutido feio por causa disso. Se eu soubesse que tinha sido sério, não teria falado nada, mas eu não menti, não é? Você tirou o Armando da minha cola a tapa, não foi?

- Isso não vem ao caso, Laila. O Marco não teve a mesma criação que eu. Eu fui criado na rua, com mais oito irmãos, e meus pais não davam conta de nenhum de nós. Eu fui moleque de rua, uma peste mesmo, mas o Marco não é assim!

- É um rapaz educado, calmo, que teve uma infância tranquila, tudo o que quis esteve sempre à mão dele, dentro do possível... mas isso não faz dele um alienado, um covarde, nem eu quero isso.

- Você é sempre a primeira a desmaiar, se ele corta um dedo, Laila! O que está acontecendo com você? Você viu o rosto dele? Levou um soco no olho, abaixo do corte que nem cicatrizou direito! Deu um soco no outro com a mão que ainda está enfaixada também!

- Provas de coragem. Meu filho é um homem de verdade, não é mais criança...

- Brigar não é prova da masculinidade de ninguém, Laila!

- Ficar se escondendo, também não. Ela está defendendo o direito dele. Amar a Amanda.

- Vocês, mulheres, são todas umas românticas, mesmo. Quanto mais a gente se arrebenta por causa de vocês, mais orgulhosas vocês se sentem.

- Eu não sei se a Amanda vai se sentir orgulhosa; pode até ficar morrendo de medo dessa rixa dos dois, mas pelo menos ela vai ter o que comentar com os filhos no futuro, mesmo que o Marco não seja o pai deles.

- Não vou ter seu apoio então?

- Meu apoio você tem sempre, querido, mas não pra reprimir o Marco de lutar pelo primeiro amor verdadeiro da vida dele. Ele está apaixonado por essa menina de verdade.

- Apaixonado... Tudo bem que esteja apaixonado... mas eu tenho medo que isso se transforme em coisa pior. Não sei até que ponto esse Otávio também está apaixonado por ela e quer se arriscar, machucando meu filho.

- É só um rapaz enciumado, despeitado e briguento. Você já viu a Amanda?

- Já.

- Se tivesse a idade deles, não brigaria por ela?

Antônio olhou para ela, vencido, e não respondeu. Laila sorriu.

- Vem almoçar, vem.

Ele a seguiu, ainda de cara fechada. Sentou-se à mesa e olhou para Marco, que tinha um sorriso maroto nos lábios.

- Me passe as batatas, Laila.

PROVA DE CORAGEM

PARTE VI

BOM DIA!

PAZ, BÊNÇÃOS E LUZ PARA TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 11/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6445285
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