MANDY - PROVA DE CORAGEM V - PARTE 3
III – PROVA DE CORAGEM
Marco e Amanda sentaram-se encostados ao pé de uma árvore e conversaram mais, enquanto comiam.
- O que foi que o Otávio te disse, naquele dia em que vocês conversaram perto do carro dele, na escola?
- Você viu a gente?
- Vi, de longe, e vi que você chorou depois que ele foi embora.
Amanda passou o guardanapo pela boca e respondeu:
- Eu fiquei com pena dele. Ele disse que me ama ainda e que eu ia...
- Ia o quê?
- Me cansar de você...
Marco ficou em silêncio, olhando para ela, enquanto mastigava. Amanda olhou-o nos olhos.
- Mas eu não vou... Não vou.
- Você acredita que ele te ame?
Ela respondeu afirmativamente, balançando a cabeça.
- Eu também. Lá do jeito dele, mas acho que ama sim. Mas é um jeito exagerado de amar. Exagero não é bom em situação nenhuma. Vira obsessão.
Ela encostou-se no peito dele e Marco a abraçou.
- Eu soube que você foi ao colégio esta semana, porque a Ângela me disse. Mas eu não te vi. Onde você estava? Assistiu aula na sala do seu pai?
Amanda riu.
- Não... Eu chegava com ele, ficava com ele na sala dele e entrava na sala de aula depois que a aula já tinha começado e saia antes de terminar. Meu pai combinou com os professores.
- Ah...
Ficaram em silêncio. Alguém, ali perto, estava com um rádio de pilha ligado e depois de um rock barulhento, começaram os primeiros acordes do piano da canção “Mandy” de Barry Manilow.
Marco sorriu.
- Escuta.
- O quê? - ela perguntou, levantando a cabeça
- Ouve.
Amanda prestou atenção e ouviu a canção; sorriu.
- É ela! Eu lembro sim!
Marco começou a cantarolar baixinho, junto com Barry, e Amanda ouviu a música inteira sem interromper, seus olhos começaram a se encher de água. Ao final, olhou para ele e o beijou doce e apaixonadamente.
- É linda demais!
- Parece com você, embora a letra não tenha muito a ver com a gente. Mas... é sua.
- Você também?
- Desde antes de nascer...
Ela o abraçou forte. Ficaram ali por mais algum tempo e Amanda olhou no relógio e viu que precisava ir embora. Foram caminhando até o Fiat e, antes mesmo de chegarem ao veículo, viram Otávio parado junto dele, esperando por eles. Amanda parou.
- Meu Deus! O Otávio!
- Estava muito bom pra ser pra sempre. Vamos até lá. Não vou ficar evitando esse cara a vida inteira. Você entra no carro e vai embora. Eu me entendo com ele.
- Não!
Marco a puxou pela mão e aproximou-se de Otávio.
- Oi.
O rapaz olhou para Amanda e depois para ele e começou a erguer as mangas do casaco.
- Otávio, não! Para com isso! - disse ela, colocando-se diante de Marco. – Isso não vai resolver nada!
- Ele vai ter que resolver isso comigo, agora. Não vai sair barato, não. Sai da frente, Amanda!
- Não! - ela gritou.
- Amanda vai embora, pediu Marco, afastando-a.
- Não vou deixar vocês dois brigarem. Isso não tem sentido!
- Eu não vou brigar com ninguém. Vai pra casa.
- Não!
Ela avançou em Otávio, totalmente fora de si, batendo nele.
- Deixa a gente em paz! Vai embora! Você não vai tocar nele! Sai da minha vida!
Otávio a segurou pelos pulsos e a empurrou, fazendo-a cair no chão. Marco sentiu o sangue subir à cabeça e desferiu com toda força, no rosto de Otávio, o primeiro soco de sua vida.
O rapaz caiu e ficou olhando para ele que esfregava o pulso e a mão ainda machucada. Sem pensar mais, Otávio avançou nele e começaram a brigar, debaixo dos gritos de Amanda que pedia ajuda, sem saber como separá-los.
Pessoas que passavam ali por perto foram se aproximando e tentaram apartar os dois, o que foi feito com dificuldade, pois Marco não soltava do rival. Dois rapazes mais fortes conseguiram segurar Marco e afastá-lo de Otávio que também foi imobilizado.
Amanda abriu a porta do carro e pediu que colocassem Marco dentro dele; depois, entrou também e saiu rapidamente, ainda ouvindo os gritos de Otávio, prometendo revanche, seguro por dois rapazes.
- Filho da mãe! - esbravejou Marco, colocando a mão no nariz. – Ai!
- Você está sangrando, de novo, sabia?
- Por onde desta vez? Já estou ficando acostumado.
- Que loucura, Marco! Por que você fez isso?
- Ele empurrou você! Queria que eu ficasse olhando?
- Vou te levar a uma farmácia. Nunca me vi numa situação assim! É horrível! Que medo que tive que vocês tivessem se machucado sério. Você ainda está com a testa costurada! Podia ter aberto o corte novamente!
- Se não abriu... ele falou, encostando a cabeça no banco e começando a rir de nervoso.
- E você ainda ri!? Tem lenço de papel no porta-luvas. Seu nariz está sangrando, Marco! Deve ter rompido algum vasinho... Meu Deus! Vou levar você a um hospital.
- Não, hospital de novo, não!
PROVA DE CORAGEM
PARTE III
BOM DIA!
MUITA SAÚDE, BÊNÇÃOS E PAZ PARA TODOS!