MANDY - PROVA DE CORAGEM V - PARTE 2

II – PROVA DE CORAGEM

Marco deslizou os dedos no rosto de Amanda e a beijou novamente.

- Onde você arranja essas coisas que você diz?

- Como diz o Didi: “tenho um baú cheinho lá em casa.” Quer ir ver?

- Não... Ouvindo da sua boca é mais romântico...

- Você não viu meu quarto, ainda.

- Deve ter um pôster enorme da Brooke Shields nua, na parede.

- Como você adivinhou? - ele perguntou, erguendo as sobrancelhas.

Amanda franziu a testa e perguntou:

- Tem mesmo?

- Não, porque eu não encontrei, mas tenho um da Minnie, que não deixa de ser um símbolo sexual americano, pelo menos pro Mickey.

Ela riu a valer.

- Você curte cinema, não é?

- Quando me deixam assistir... É duro falsificar documento escolar pra poder entrar no cinema. Não vejo a hora de fazer dezoito.

- Você não tem vídeo cassete?

- Tenho, mas você assistiria “Nove semanas e meia de amor” com seus pais na sala?

Amanda riu, novamente.

- Não... acho que não.

- Os meus assistiram sozinhos, uma noite, depois que eu fui dormir.

- Sério?

- Sério! Mas mal sabiam eles que eu já tinha assistido no cinema logo que saiu. O lanterninha do cinema era afilhado de casamento do meu pai e quase não me deixou entrar, alegando que eu não tinha dezesseis.

- E tinha?

- Tinha, mas ele implicava comigo. É mais gostoso ver o filme no cinema, só que esse cara toda vez ficava me olhando com uma cara esquisita e eu perdia o pique.

- Você costuma ir ao cinema sozinho?

- Nunca. É muito sem graça. Estou sempre com um amigo ou dois, geralmente o Teo e a chata da Lídia, ou... com uma garota.

- Hum... A Bete?

- Por um bom tempo. Mas, depois que eu rompi com ela, só fui ao cinema sozinho uma vez... por sua causa.

Ela sorriu.

- Aquela vez?

- É.

- Mas eu não tive culpa.

- É, eu já perdoei.

Ela tocou seu rosto e deslizou os dedos por ele até chegar a seus lábios. Marco fechou os olhos.

- Você me chama de Mandy, às vezes. Por quê?

- Já te falei. É o nome de uma música do Barry Manilow, muito dez. A tua cara.

- Não me lembro dela. Canta um pedacinho.

- Ah, eu não sei cantar.

- Não me importo com o inglês, só quero o tom.

- Eu sei a letra, mas desafino pra burro, ele disse, sorrindo.

- Tenta... Queria tanto saber como é!

- Não. Um dia eu empresto o disco e você ouve o Barry cantando. Eu não quero ofendê-lo. Vou estragar a música. Mandy é o apelido carinhoso pro seu nome em inglês. Eu já tenho o disco há muito tempo, mas fui prestar atenção nessa música no dia em que eu te vi na frente da imobiliária do meu pai, mexendo no motor do carro. Foi a segunda vez que eu te vi, depois daquela no barzinho do Benê. Corri pra ver se falava com você, mas quando consegui atravessar a rua, você já tinha entrado no Fiat e ido embora.

- Eu não te vi.

- Eu sei, você nem me conhecia ainda. Quando eu cheguei em casa, coloquei esse disco e liguei o nome da canção ao seu nome. Foi nossa primeira coincidência.

- Ah, canta um pedacinho! Deve ser antiga, mas eu não me lembro.

- Não, ele falou, deitando-se na grama, de costas.

- Por favor!

- Não! - ele ratificou a decisão, rindo.

Rolou na grama, levantou-se e começou a correr.

- Vamos lá, madame. Vamos ver até onde vai sua resistência física! Me alcança!

- Não vale! Você já tinha começado! - disse ela, erguendo-se e correndo atrás dele.

Correram juntos por algum tempo e Marco parou junto a um carrinho de cachorro-quente.

- Quer? Fiquei com fome.

- Quero, ela confirmou.

- Vai guardando lugar pra gente debaixo daquela árvore, porque, daqui a pouco, isso aqui está tão cheio que nem a grama acha espaço.

PROVA DE CORAGEM

PARTE II

BOM DIA E OBRIGADA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS

Velucy
Enviado por Velucy em 10/09/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6444278
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