MANDY - GÊMEOS & LIBRA III - PARTE 11
XI – GÊMEOS & LIBRA
À noitinha, Marco estava deitado no sofá com a cabeça no colo da mãe, assistindo televisão, quando Antônio chegou.
- Boa noite, família!
- Boa noite, querido! - falaram os dois ao mesmo tempo.
- Que coro! Boa noite, queridos! - Antônio balançou a cabeça e jogou as chaves sobre Marco, pedindo:
- Lava o carro pra mim, querido número dois?
- Não se pode mais bajular, reclamou Marco, levantando-se.
- Seu ex-futuro sogro esteve na imobiliária, hoje.
- Meu ex quem?
- O pai da Bete. Ele vai comprar aquele dito imóvel na Chácara Flora.
- Maravilha! Não vou precisar me sacrificar, namorando a Bete só pra você fazer negócio.
- E você ia?
- Deixa eu pensar... não! Ela não quer mais nada comigo. E eu tinha certeza de que o pai dela conhecia a filha que tem.
Ele saiu da sala, rindo, e foi lavar o carro. Antônio tirou o paletó e a gravata e deitou-se no lugar que Marco ocupava antes. Laila o beijou e acariciou seus cabelos.
- Cansado, meu amor?
- Preocupado.
- Com o quê?
- Com ele...
Antônio tirou do bolso da calça um pedaço de papel e entregou a Laila.
- O que é?
- Colocaram na mesa da Hilda, enquanto ela não estava.
Laila abriu o papel e leu: “Marco Antônio, não facilite, ou vai se dar muito mal!”.
- Que é isso? Quem escreveu isso, Antônio?
- Não sei, não assinaram. Mas é alguém que sabe que eu sou pai dele e que entregaria.
- E você vai entregar? Você não vai assustar meu filho com isso, vai?
- Não, não vou entregar, mas não pra não assustá-lo. Não vou entregar, porque sei que o Marco vai querer saber quem foi que escreveu e eu não quero vê-lo preocupado com esse tipo de ameaça. Seja lá quem for que tenha escrito isso, fez por pura inveja dele. Talvez ele até já saiba quem escreveu.
- Quem? O que você sabe que eu não sei?
- O ex-namorado da atual namorada do Marco.
- Ah, meu Deus, Antônio! Eu só vi isso em filmes! Não pode estar acontecendo com o Marco!
- Fique calma e não deixe que ele perceba. Está tudo bem. Não conte nada a ele em hipótese nenhuma, entendeu? Deixa que eu resolvo. Vou tomar meu banho.
Ele levantou-se, indo para o banheiro e Laila foi colocar a mesa do jantar.
Aldo Pagliuso era vizinho dos Ramalho e estudava na sala de Marco no colégio. Colocou a cabeça por cima no muro que separava as duas casas e, ao ver Marco lavando o carro, pulou e foi lhe falar.
- Oi, Marco!
- Fala, italiano! Tudo bem?
- Eu já disse que não sou italiano, droga! Para de me chamar assim, caçamba!
Marco riu, jogando um jato da mangueira sobre ele.
- Fica frio, japonês!
- Ah, vai catar coquinho! Vim pra te avisar pra ter cuidado com o Otávio.
Marco parou e apoiou os braços no carro.
- O quê?
- Ele está tramando pra te pegar. Eu ouvi ele conversando com o André e o Caio, na porta do colégio, hoje à tarde. O cara está com bronca de você e está querendo te pegar.
- Eu já estou meio cansado de ouvir o nome do Otávio. Eu não fiz nada pra ele, cara, que saco! Ele encarnou em mim!
- Vim só pra te avisar pra ficar esperto. Se quiser, tem a minha ajuda. A gente bota ele pra correr.
Marco sorriu, no fundo imaginando que Aldo era tão de briga quanto ele, mas achou muito especial esse gesto de amizade.
- Eu não quero brigar com ninguém, Aldo. E não vou brigar... se ele não me provocar.
GÊMEOS & LIBRA
PARTE XI
BOM DIA!
QUE DEUS ABENÇOE NOSSO PAÍS NESSE SETE DE SETEMBRO!