MANDY - GÊMEOS & LIBRA III - PARTE 10
X – GÊMEOS & LIBRA
Neste mesmo momento, Otávio entrava na sala de José Rotemberg, a pedido dele, com o ar mais educado do mundo.
- Boa tarde, seo José. O senhor mandou me chamar?
- Boa tarde, Otávio. Chamei sim, desculpe por não ser em horário de aula, mas é que... quero resolver certos... problemas o mais rápido possível. Sente-se, por favor.
Otávio sentou-se.
- Vou ser bem franco com você e bem direto também. Eu sei que você e a minha filha romperam e...
- Sem nenhum motivo justo, professor...
- Não é o que ela diz.
- Ela reclama do meu ciúme, mas o senhor como homem deve me entender.
- Ciúme dela por quê? Com quem?
- Eu amo a Amanda, seo José. Quando eu estou com ela... não consigo me controlar, é... mais forte que eu. Não gosto que ela fale nem olhe para mais ninguém além de mim. Ela é bonita demais e chama a atenção de todo mundo, principalmente dos outros rapazes...
- Você não acha que isso é um pouco possessivo demais? Minha filha não é sua esposa, muito menos sua escrava ou propriedade sua. Ela é livre e uma boa menina e eu não a eduquei para virar uma Amélia na mão de nenhum homem. Pensei que tivesse deixado isso bem claro, desde sempre. Achei que você soubesse disso.
- Eu sei, claro que sei, e admito que é uma falha minha, mas eu já pedi desculpas a ela e ela não aceita! Eu tenho direito a uma segunda chance.
- Já passou pela sua cabeça que ela pode não gostar mais de você, como antes?
Otávio não respondeu.
- Não é um direito dela, escolher quem ela quer namorar? Ela tem só dezesseis anos. Você não pode obrigar uma garota a gostar de você e muito menos ficar do seu lado contra a vontade dela.
- Ela mudou depois que veio pra cá, seo José. Foi a pior coisa que fizemos. Vir pra cá...
- Ela diz que você mudou.
- Eu gosto dela como antes. Pra mim, não há nenhuma outra garota no mundo.
- Há sim, Otávio. E ainda assim, isso não pode ser problema dela. É seu, e você não vai resolver isso obrigando-a a namorar com você. Vai acabar fazendo com que ela o odeie, o que seria bem pior, não?
Otávio novamente não respondeu.
- Deixe a Amanda resolver a vida dela sozinha, filho. Estou falando como amigo da sua mãe, da sua tia e seu que não quero deixar de ser. Não se aproxime da minha filha, se ela não quiser, ouviu?
O rapaz ficou impassível. José levantou-se e deu a volta na mesa, indo encostar-se nela.
- Há outro problema; este, aqui na escola. Sobre aquele problema que você mesmo me contou sobre o seu colega de sala, Marco Antônio. Eu soube que quem provocou a confusão foi você.
- Soube pela boca dele? Aquele é um frouxo!
- Otávio, mesmo que ele seja um frouxo, também não é direito seu julgar. Eu não quero confusão dentro do colégio e você, por favor, deixe esse rapaz em paz, ou eu vou ter que tomar providências muito sérias.
- Ele veio pedir proteção?
- Não, ele não veio pedir nada. Eu é que quero proteger o meu colégio. É o último ano de vocês. Não estrague tudo. Se isso continuar, transfiro você pra unidade de Interlagos do colégio. Já entrei em contato com o professor Tales, diretor de lá, e ele aceitará você com o maior prazer.
- Mas fica muito longe daqui!
- Escolha... Ou um ano pacífico aqui, ou lá...
Otávio apenas balançou a cabeça, aparentemente concordando.
- É só isso, por enquanto. Obrigado, Otávio.
Ele levantou-se e saiu. André e Caio esperavam por ele do lado de fora do colégio. André perguntou:
- Como é que foi?
- Eu vou acabar com a raça do Marco Antônio, mas não vai poder ser aqui dentro. O Rotemberg vai pegar no meu pé. O burguesinho comprou o diretor.
- Quer ajuda?
- O cara não é de briga. Vai ser moleza, mas se vocês quiserem se divertir um pouquinho...
GÊMEOS & LIBRA
PARTE X
BOA TARDE!