MANDY (AMANDA, ESCRITO NAS ESTRELAS) II-PARTE 10
X – MANDY
(AMANDA, ESCRITO NAS ESTRELAS)
Na saída do colégio, Marco pegou a bicicleta e foi novamente pedir ao pai o carro, que, não sem relutar, Antônio emprestou.
O rapaz parou o carro no mesmo lugar do dia anterior e foi a pé até a loja. O coração pulava a cada passo que dava e ele teve que parar um pouco para acalmá-lo.
Quando entrou na loja, Marco viu Amanda com uma das moças conversando, no balcão, e procurou disfarçar para que ela não o visse. A garota que o havia atendido na tarde anterior, o reconheceu e sorriu, acenando. Ele colocou o indicador sobre os lábios, pedindo silêncio. Ela entendeu e concordou. Aproximou-se dele e perguntou baixinho:
- Não quer ver nada?
- Vocês vendem roupa pra homem aqui também?
- Vendemos, sim.
- Mas eu não vim pra comprar nada hoje, não trouxe... a carteira.
- Olhe só, sem compromisso. Se gostar, vem buscar depois.
- Tudo bem. Traz aí alguma coisa...
A garota foi buscar os artigos e ele virou-se para ver o que Amanda estava fazendo. Ela estava entrando no provador e ele foi até a outra ponta do balcão para ficar mais perto dela. Amanda demorou o suficiente para ele esticar o olho tentando ver alguma coisa lá dentro, olhar as roupas que a balconista havia trazido e resolver provar alguma coisa também.
- Sem compromisso, tá?
- Claro, mas tenho certeza de que você vai gostar e voltar pra comprar, falou a moça, muito simpática, com um sorriso.
- Quem sabe...
Ele olhou de novo para a cortina preta que ainda escondia Amanda e entrou no provador do lado. Ela saiu, segundos depois e foi até o balcão. Olhou em volta e perguntou:
- Não tinha um rapaz, aqui, agora?
- Tinha, sim, ele entrou no provador agora mesmo.
Amanda olhou para o provador e sorriu. Colocou duas calças compridas sobre o balcão e decidiu:
- Eu vou levar essas aqui, por enquanto...
A balconista fez a nota e entregou a ela, depois levou as roupas para o pacote. Amanda tirou o talão de cheques e uma caneta do bolso da calça e apoiou-se no balcão para preencher, mas parou e ficou olhando para o provador em que Marco estava. Ele demorou ali tanto quanto ela. Cansada de esperar, ela preencheu o cheque, entregou à balconista e recebeu o pacote. Marco, finalmente, saiu e percebeu Amanda já fora do provador, deu um leve sorriso e colocou as roupas sobre o balcão bem perto dela, apoiando-se nele. Olhou para Amanda e sorriu.
- Oi!
- Oi, ela disse também, jovial.
- Vai levar alguma coisa? - perguntou a balconista.
- Gostei de muita coisa, mas eu venho buscar outro dia. Prometo. Não estou com dinheiro agora...
- Quer emprestado? - Amanda perguntou.
Ele olhou para a garota, surpreso, mas recusou.
- Não, obrigado... mas você tem costume de emprestar dinheiro pra um desconhecido?
- Você não é desconhecido. A gente estuda no mesmo colégio, não é?
Ela apanhou a sacola com suas compras, despediu-se das moças e foi para a porta da loja, saindo. Ele agradeceu às moças do balcão pela ajuda e foi atrás dela.
- A Amanda nasceu com o traseiro virado pra lua, disse a balconista. - Que é aquilo que está indo atrás dela, meu Deus? - suspirou a moça, encostando o rosto no braço apoiado no balcão.
A outra apenas balançou a cabeça, concordando, e voltaram ao trabalho, pois já havia mais fregueses chegando.
Já na rua, Amanda perguntou:
- Você mora por aqui?
- Não, na João Dias.
- João Dias? Em que bairro fica?
- Santo Amaro, mesmo, ele respondeu, rindo.
- Ah... É que eu não conheço muito por aqui. Está perdido?
- Um pouquinho... Deixei meu carro lá na sua rua.
Ela parou e olhou para ele.
- Você me seguiu desde a minha rua?
Ele confirmou, balançando a cabeça, com um sorriso maroto nos lábios, coçando a nuca.
MANDY
PARTE X
BOM DIA!