MANDY (AMANDA, ESCRITO NAS ESTRELAS) II - PARTE 8
VIII – MANDY
(AMANDA, ESCRITOS NAS ESTRELAS)
No dia seguinte, Marco entrou na sala de aula preparado para tudo, mas não viu Otávio. Teo também não estava. Nenhum dois apareceu nem na segunda aula. No intervalo, Marco foi até a sala do Segundo A para perguntar a Lídia sobre Teo e ao mesmo tempo ver Amanda, se desse. Nenhuma das duas estava também. Achou muito estranho e perguntou a um rapaz da sala sobre ela.
- A Lídia resolveu faltar hoje com o namorado. Ele não te disse?
- Não. Eles ficaram doidos? Faltaram...?
- Ela o convenceu e acho que por sua causa. Se ele não fosse, ela contaria pro namorado da Amanda que você está paquerando ela.
Marco gelou.
- Como... Como é que você sabe disso, Ivan?
- Ela me contou. Você sabe que ela não consegue guardar segredo das confusões que apronta. Ela faz e diz. Mas, escuta... isso é verdade? A Amanda é filha do Rotemberg, hein? Isso poder dar até expulsão...
- Claro que não! A Lídia é maluca. Está me enchendo, porque eu terminei com a Bete. Sabe como as duas são amigas... Obrigado por avisar, mas não diga a ela que a gente teve essa conversa, tá?
- Eu, hein! Ela me mata se souber que eu te contei. Vou nessa, a aula vai começar... Tchau, Marco.
- Tchau...
Depois da aula, ele não conseguiu pensar em outra coisa senão no fato de não ter visto Amanda. Queria saber o motivo da falta. Será que Otávio também tinha faltado às aulas para ficar com ela, como o amigo e Lídia? Ele não parecia ser do tipo que fizesse isso e a filha do diretor não mataria aula... ou mataria?
Teve então a ideia de verificar por si mesmo. Iria até a casa da moça. Foi até a imobiliária e pediu o carro do pai emprestado.
- Pra quê? - Antônio quis saber.
- Eu preciso ir a um lugar...
- Você não tem carta ainda. Ficou maluco?
- Mas é por aqui por perto. Nem vou enfrentar trânsito, pai.
- Vai de bicicleta, então!
- Não dá... É um lugar especial... falou o rapaz, sem querer revelar todo mistério.
Antônio olhou para ele desconfiado e perguntou:
- Aonde você vai?
- Até a Chácara Flora...
- Me deixa adivinhar, atrás da garota da escola...
Marco ergueu as sobrancelhas, sorriu e não respondeu, porque não precisava. Antônio respirou fundo, sorriu também, pegou as chaves do carro em cima da mesa e jogou para ele.
- Mas não preciso dizer que tenha o máximo cuidado com meu carro, juízo, juízo e... o mais importante...
- Juízo, eu sei. Pode deixar.
- Não passe por ruas movimentadas.
- Firmeza! - Marco falou, indo para a porta.
- Pare em todos os faróis!
- Acho que nem tem muito farol daqui até lá.
- Nunca mais de oitenta, viu?
- Pai, eu dirijo seu carro desde os dez anos. Quer parar de me agourar.
- Meu carro não foi comprado com dinheiro de porquinho, não. Todo cuidado é pouco.
- Vou me lembrar disso. Obrigado, tchau. Já, já, estou de volta, finalizou ele, saindo.
Marco já tinha intimidade com o Monza do pai há muito tempo, mas, naquele dia, estava nervoso, não pelo fato de estar dirigindo sem carta, mas pelo objetivo daquela aventura.
Quando chegou à rua onde Amanda morava, diminuiu a velocidade e foi dirigindo devagar, a procura do número da casa dela. Quando encontrou, parou o carro do outro lado da rua e ficou olhando para a casa. Viu, no jardim, uma senhora de meia idade, jogando água nas plantas com uma mangueira.
Ele saiu do carro, tirou os óculos escuros e apoiou-se no veículo, esperando qualquer sinal da presença da moça, na casa. Não era possível que Amanda fosse ficar dentro de casa todo tempo e ele teve sorte. Ela não ficou.
Cinco minutos depois, Amanda saiu, beijou a mulher, trocaram algumas palavras e ela saiu para a rua, seguindo a pé, rua acima.
Marco achou melhor deixar o carro ali e seguiu andando pela calçada oposta, com certa distância dela. Não queria que a senhora no jardim o visse com ela e muito menos... atrás dela!
MANDY
PARTE VIII
BOA TARDE!
QUANDO ENTRAR SETEMBRO...