MANDY - UMA GATA CHAMADA AMANDA I - PARTE 9

IX – UMA GATA CHAMADA AMANDA

Quando a luz se acendeu novamente, Marco se levantou e percorreu todo o recinto com os olhos. Foi só aí que a viu, já saindo na porta da esquerda. Apressou-se em passar por todo mundo, empurrando uns, esbarrando em outros, pisando no pé de alguns e indo então alcançá-la já fora do cinema. Chamou:

- Amanda!

Ela voltou-se ao ouvir seu nome e parou. Ele aproximou-se dela, ofegante, e disse, sorrindo:

- Oi!

Sorrindo também, ela retribuiu:

- Oi!

Mas as colegas estavam com pressa:

- Vamos logo, Amanda! Já está ficando tarde.

- Eu posso levar vocês para casa, ele convidou. – Estou de carro.

- E quem é você? - perguntou a outra desconfiada.

- É um colega do colégio, respondeu Amanda. – Está tudo bem.

- Vocês não querem tomar alguma coisa, antes de ir? Depois eu levo vocês.

- Sinto muito, mas não vai dar, Amanda respondeu. – Já são sete e meia e meu pai espera a gente antes das oito. Estamos de carro também.

- Mas não vai tomar nem vinte minutos. A gente toma alguma coisa e vai. Daqui até sua casa é bem pertinho.

- Como você sabe onde é minha casa?

Marco ficou sem saber o que dizer.

- É... que... bom, você é filha do diretor do Paralelo, não é?

- Sou...

- Pois é, ele... Eu descobri por acaso o endereço dele... pela lista telefônica.

Amanda sorriu, entendendo tudo.

- Vamos logo, Amanda! Está ficando tarde! - insistiu a garota.

- Eu sinto muito, mas não vai dar mesmo. Um outro dia, talvez... ela disse, tão decepcionada quanto ele, mas não podia deixar as colegas sozinhas, afinal, tinha vindo com elas.

Ele colocou as mãos nos bolsos da jaqueta e respirou fundo, tendo de concordar.

- Tudo bem.

- Tchau.

- Tchau...

Ela deu as costas e afastou-se com as amigas. Virava para trás, de vez em quando para olhar para ele e Marco sentia o coração pular de alegria no peito a cada olhar dela.

Voltou para casa nas nuvens e, logo que entrou na sala, onde os pais assistiam televisão, sentados, juntos, no sofá, cumprimentou os dois. Antônio estava deitado no colo de Laila.

- Boa noite, mãe! - disse, animado, beijando a mãe longa e estaladamente.

- Meu Deus, filhote! O que foi que houve? Viu passarinho verde?

- Dois, mãe. E lindos! Estou feliz.

- E pode-se saber por quê? - Antônio perguntou. - Pelo que sei, você saiu azedo.

- Pode-se sim, pai. Convidei a garota mais linda do colégio pra tomar um refrigerante.

- E...?

- E ela não aceitou... mas do jeito que ela disse não... Ah, pai... eu tenho certeza de que você nunca levou um “não” daquele.

Laila e Antônio se olharam sem entender nada. Marco seguiu voando para o quarto e correu a colocar a canção de Barry Manilow no aparelho de som. Agarrou o gato que estava em sua cama, tranquilamente dormindo e falou:

- Sherlock, você não sabe como é bom amar!

E lhe deu um beijo no meio da testa.

Pouco mais tarde, em seu quarto, Amanda também pensava no rapaz que já invadia sua vida há uma semana.

Sem querer, sem combinar, ele estava sempre perto dela, desde a primeira vez que o vira no barzinho-lanchonete do Benê. E ela nem sabia seu nome... Só sabia que ele era lindo, educado, gentil. Diferente do jeito ultimamente grosseiro do namorado Otávio, com que até já tinha se acostumado a conviver, ou de todos que já tinha conhecido.

Marco tinha um rosto saudável e feliz de quem nunca faria ninguém infeliz. Os olhos verdes brilhantes de quem nunca tinha deixado de sorrir. E a voz gostosa de quem estava sempre pronto a dizer palavras de carinho.

Ela deitou-se, apagou a luz do abajur e fechou os olhos. Ela o via melhor em sua mente com os olhos fechados. Mal via a hora de estar novamente na escola.

UMA GATA CHAMADA AMANDA

PARTE IX

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 29/08/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6433181
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