MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 52

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE LII

Mônica chega pouco antes do almoço e, ao estacionar o carro na frente da casa, vê Chico e Robério em pé na porta da cocheira com caras não muito boas. Fecha o carro e aproxima-se dos dois.

- O que foi, meninos? Que caras são essas?

- Aconteceu uma coisa meio triste, dona Mônica... diz Chico, com o chapéu na mão.

- Coisa triste? O que aconteceu, Chico?

- O Diamante morreu, dona Mônica, diz Robério.

- O quê?

Ela corre até a cocheira e vê o cavalo deitado sobre palhas em sua baia. Aproxima-se dele e abaixa-se junto a seu corpo, constatando que é verdade. Começa a chorar e reclina-se sobre seu pescoço, inconformada.

- Como foi que... Quando foi isso? Ele se machucou?

- Não, não foi nada. Ele morreu de velhice mesmo, dona Mônica. Ele já tinha mais de quinze anos...

- Meu amigo... ela lamenta, acariciando a cabeça do animal.

- A gente estava pensando no que vai dizer pra sua menina. A Mi ama esse cavalo demais.

- Claro que ama, era o cavalo do pai dela. Ela se apegou a ele por causa disso, diz Mônica.

Ela se levanta e enxuga o rosto.

- O que a gente faz com ele agora, senhora? Ele não pode ficar aqui.

- Falem... Falem com... com o Wagner. Ele deve saber o que fazer. Só não quero... que digam nada a minha filha, nem hoje nem amanhã. Eu não quero que ela fique sabendo disso no dia do aniversário dela.

- Sim, senhora, diz Robério. - Vou falar com seo Wagner. Ele está no pasto com os peões, cuidando das vacas. Chico, fica com ele e não deixa ninguém se aproximar. Coloca uma manta em cima dele e vigia.

- Vou fazer isso, diz Chico.

Mônica enxuga o rosto e vai para a casa grande, ainda muito emocionada. Quando entra na casa, vai direto à cozinha e vê Matilde com Magda, enfeitando o bolo de aniversário de Maria Cecília. Ao ver o bolo, Mônica senta-se à mesa e começa a chorar novamente. Magda estranha aquele comportamento e se aproxima dela.

- O que aconteceu, filha?

- Dona Magda, eu acabei de saber... que o Diamante morreu!

- O quê? Como?

- O Robério e o Chico acabaram de me contar.

- Meu Deus, mas... eles não me disseram nada.

- Eles devem ter acabado de ver isso. Não deve fazer muito tempo. Por favor... não digam nada a Maria Cecília.

- Não, claro que não. Ela vai ficar muito triste. Temos que evitar que ela saiba por enquanto.

Matilde balança a cabeça concordando e também já começando a chorar.

- Onde ela está? - Mônica pergunta.

- No quarto dela com a Lucila. Ela saiu de manhã, depois do café, foi brincar lá fora e quando voltou algum tempo depois, estava meio febril...

- Febril?

- Uma febre leve, não... Eu tentei ligar pra você, mas você já tinha saído do...

Mônica não espera que ela termine a frase, corre para a sala e sobe as escadas rapidamente indo até o quarto da filha. Ao entrar no quarto, vê Maria Cecília deitada em sua cama dormindo. Lucila está sentada em uma cadeira perto dela.

- Meu bebê! - Mônica exclama, sentando-se na cama, preocupada e colocando a mão sobre sua testa.

- Fique tranquila, Lucila diz baixinho, com um sorriso. – Ela já tomou um antitérmico e um chá de ervas que eu e a Magda fizemos. A febre já está cedendo.

- Mas o que foi que ela teve?

- Sinceramente, eu não sei. Quando a encontrei no jardim, ela estava chorando, mas não disse por quê. Não parecia ter se machucado. Eu a levei até minha casa, lhe dei um pedaço de bolo, ela comeu e quando eu encostei a mão na mão dela, senti que estava muito quente. Toquei sua testa e estava quente também. Aí resolvi trazê-la pra cá. Quem sabe pra você ela diga o que aconteceu, quando acordar.

- Obrigada, dona Lucila. Se a senhora quiser, pode ir.

- Vou ajudar a Magda com o bolo. Está ficando muito bonito.

Ela se levanta, aproxima-se da neta e lhe beija a testa.

- Fica com Deus, meu anjinho.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 52

OBRIGADA! BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!