MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 45
MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL
PARTE XLV
Cássio, Maria Cecília e Mônica vão juntos para a fazenda e, ao chegar diante do portão de entrada, Maria Cecília faz a mãe parar o carro para mostrar a ele o que disse antes.
Cássio fica impressionado com a beleza do portal da fazenda. Além do arco que exibe as quatro estrelas, há dois ipês amarelos enfeitando cada lado da entrada.
- Não é lindo?
- Realmente. Muito bonito mesmo.
- O mais legal é ir a pé até a casa grande. É muito gostoso.
- Não é muito longe?
- Não... Posso ir, mãe?
- Se você quiser...?
Maria Cecília abre a porta traseira e desce do carro, entrando correndo pelo portal. Mônica já tinha acionado e aberto o portão eletrônico e faz o carro entrar, trancando-o em seguida atrás deles.
- Você não quer ir andando também? - ela pergunta a ele.
- Não é longe mesmo? Parece uma fazenda tão grande...
- Nada que assuste. O caminho é muito bonito. Vale a pena.
- Vamos nessa.
Eles descem do carro e, depois de trancar tudo, Mônica e Cássio começam a andar devagar, na direção da casa grande, há alguns metros dali.
- Seu marido sempre morou aqui?
- Não... Ele nasceu aqui, morou até os dezoito anos, se casou, foi morar na cidade, ficou lá por oito anos e... depois que a nossa filha nasceu, viemos de novo pra cá.
- Espera... Tem uma lacuna nessa estória. Ele não era casado com você?
- Não, ela diz com um sorriso triste. – Eu tinha... oito anos quando ele se casou...
Uma ruga aparece na testa de Cássio.
- Então...
- Ele é pai da minha filha, mas nós nunca nos casamos formalmente. E, se você não se importa, essa... essa é uma parte da nossa vida que eu não gosto de contar e nem tem importância. Não é relevante.
- Tudo bem, desculpa. Não quis ser indiscreto. Eu só pensei... Você sempre fala dele como se tivesse vivido com ele a vida inteira.
- E eu vivi. Eu só me lembro da minha vida com ele, ao lado dele. Pra mim é a parte que importa.
- Desculpa de novo, mas... você é tão jovem, tão bonita... Você não pensa em refazer sua vida? Você está... viúva há quanto tempo?
Ela olha para ele e responde séria.
- Doze anos, quase treze.
- Isso é uma vida. Uma mulher bonita como você não pode se enterrar junto com o marido morto.
- Cássio, eu não convidei você pra vir até aqui julgar minha vida. Eu só convidei você pra almoçar.
- Desculpa, desculpa, desculpa de novo. Eu vou calar minha boca. Você já percebeu que eu falo demais. Parei.
Mônica se adianta e começa a andar mais rápido. Cássio corre atrás dela e segura seu braço.
- Espera, você não vai me deixar aqui! Esqueceu que eu não conheço a fazenda? Eu já pedi desculpas.
Ela começa a andar mais devagar, mas vai em silêncio. Cássio também não fala mais nada.
Na casa, Mônica apresenta Cássio a todos, como o novo pediatra que está substituindo o doutor Renato e todos fazem amizade com ele sem dificuldade. Só Wagner não está na casa. Está numa reunião sobre laticínios na distribuidora Argênzio.
Eles almoçam e, na mesa, o assunto são as notas de Maria Cecília que ouve os elogios dos avós e das tias em silêncio, enquanto come, com uma modéstia quase franciscana. Na verdade, ela está mais curiosa em saber o que o pai pensa disso tudo, já que faz quase dois meses que ela não fala com ele.
Quando termina seu almoço, ela pede licença para sair da mesa e sobe para escovar os dentes, como sempre faz. Quando desce, aproveita que todos ainda estão conversando à mesa e vai para a biblioteca.
MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)
PARTE 45
OBRIGADA! BOA TARDE!
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!