MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 43
MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL
PARTE XLIII
Cássio pega Maria Cecília pela mão e vai com ela até a cozinha. Pede à irmã cozinheira dois copos de suco.
Dez minutos depois, Mônica aparece na porta da cozinha e, muito séria, encosta-se ao batente da porta, olhando para os dois.
- Mãe! - ela diz, correndo para Mônica e se abraçando a ela, enroscando-se em sua cintura.
- Oi, meu amor. Bom dia, doutor Cássio.
- Bom dia, Mônica, ele responde, com um sorriso.
- E a minha carteirinha? - ela pergunta, ainda pendurada à cintura na mãe.
Mônica olha para ela séria, acaricia seus cabelos e segura sua mão.
- Vamos conversar no meu escritório?
- Foi tão ruim assim?
Mônica a puxa pela mão e Maria Cecília olha para ele, enquanto acompanha a mãe, dizendo baixinho.
- Eu estou frita...!
Cássio sorri e balança a cabeça.
Ao chegar no escritório, Mônica a faz se sentar em sua mesa e se senta na frente dela, ainda séria.
- Mamãe, mostra logo minha carteirinha. Eu estou quase explodindo de ansiedade...
- Filha... você não confia em você?
- Confio, mãe, mas...
Mônica sorri e pega a bolsa da qual tira a carteirinha da menina e entrega a ela. Maria Cecília abre o importante e tão esperado documento e seu rosto começa a se iluminar.
- Eu não acredito, mãe! Eu fiquei com oito em História! Consegui!
Ela corre até a mãe e a abraça.
- Só essa nota era importante, minha princesa? E o dez em Biologia, o nove e meio em Matemática, o oito e meio em Geografia?
- Tudo é importante, mas eu estava mais preocupada com História, mãe. Detesto História.
- Mas você estudou, não estudou?
- Estudei... Estudei... com meu... pai na biblioteca...
- Então... ele te ajudou.
- É deve ter sido isso... se bem que eu não tenho visto muito ele...
- Não?
- Não... Mas ele me avisou que ficaria um tempo distante. Quem sabe ele volta, agora, depois desse boletim...
Maria Cecília se abraça a Mônica, orgulhosa e feliz. Cássio chega perto da porta e encosta-se a ela, sorrindo, de braços cruzados assistindo àquela efusiva comemoração de mãe e filha. Mônica o vê e afasta-se da filha. Maria Cecília também nota sua presença e diz:
- Consegui, Cássio! Eu fui bem!
- Eu disse que iria...
A menina se aproxima dele e lhe dá um beijo no rosto.
- Obrigada. Mãe, vou mostrar minha carteirinha pra irmã Gabriela e as outras.
- Vai, filha.
Ela se afasta e Mônica fica de braços cruzados, olhando para ele e sorrindo. Cássio também sorri.
- Ela é uma garota muito especial. Nunca vi tanta personalidade aliada a tanta doçura. Sua filha consegue ser criança e quase mulher ao mesmo tempo.
- É... ela diz, pensativa, deixando escapar um suspiro.
Cássio percebe que Mônica ficou melancólica de repente.
- Está tudo bem?
Ela descruza os braços e vai se sentar atrás de sua mesa.
- Está... Depois de ouvir que minha filha é um retrato do pai na escola... só pode estar tudo bem.
- Você não parece estar tão satisfeita.
- Estou, estou sim, ela diz, mexendo nuns papéis sobre a mesa a esmo.
Ele se aproxima da mesa e se apoia nas costas de uma cadeira.
- Você já almoçou?
- Não, ainda não. Pensei em fazer isso na cidade, mas lembrei que ela estava aqui me esperando e resolvi que a gente vai pra fazenda, comer lá. Vou só dar uma olhada nuns papéis aqui e já vou sair. Você já almoçou?
- Também não. Eu já estava indo embora. Só fiquei até agora, porque a Maria Cecília estava tão tensa esperando você que... acabei ficando. Fiquei preocupado com a minha assistente chefe.
Ela sorri e pergunta:
- Ela não te atrapalha fazendo o que faz, atrapalha?
- Não, de maneira alguma. Ela me ajuda muito. Acalma as crianças mais temerosas e distrai as que ficam com medo do estetoscópio ou das seringas, quando eu tenho que tirar o sangue de alguém. É uma verdadeira enfermeira mirim. Ela tem a quem puxar. Ela me contou que você ajudava seu marido assim, depois que vocês se conheceram.
- É isso mesmo, ela diz. – Só que eu tinha quinze, dezesseis anos. Ela tem doze.
- Eu já te disse. Ela, às vezes, parece uma mulherzinha de vinte. Ela é apaixonantemente responsável.
Mônica fica pensativa e suspira, pensando em como Cláudio falava dela, quando os dois conversavam, antes de se declararem apaixonados um para o outro.
Vendo que ela ficou aérea, ele estala os dedos à frente de seus olhos.
- Terra para Mônica!
Ela acorda e olha para ele, sorrindo.
MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)
PARTE 43
OBRIGADA! BOA TARDE!
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!