MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 23

MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL

PARTE XXIII

Como André não sai do lugar, Wagner vai para perto do carro e abre a porta para Janete entrar.

- Vem, André... ela chama. – Vó, eu não demoro. Vou resolver logo de uma vez por todas esse problema.

Ela entra no carro e espera o filho.

- Anda logo, menino, vem!

André se volta para a bisavó e beija seu rosto, indo para perto do carro. Wagner abre a porta traseira para ele e sorri, mas o menino entra no veículo, sisudo.

Quando Wagner entra no carro e liga o motor, Janete diz:

- Não, para!

- O que foi? - ele pergunta.

Janete abre a porta e sai do carro, nervosa.

- Eu não vou. Sai desse carro, André!

Wagner sai também e pede:

- Não faz isso, Janete. Vamos acabar com isso logo.

- Sai do carro, André! – ela grita, com as mãos fechadas.

O menino sai lentamente do carro e pede:

- Deixa eu ir com ele, mãe...

- Se afasta desse carro, eu estou mandando.

- Janete, deixa ele ir comigo. Se você não quer ir, deixa eu pelo menos apresentar o avô pra ele. Eu não digo nada pra ninguém e nem ele, mas... por favor... deixa ele ir.

Janete pega o menino pela mão violentamente e entra de novo no quintal da casa com ele, entrando e batendo a porta. Wagner ainda ouve o menino falar alto:

- Se ele é meu pai, deixa eu ir com ele, mãe, por favor!

Wagner não ouve mais nada. Vai até a porta e bate:

- Janete! Me deixa levar ele pelo menos. Você...

Dona Joana abre a porta e pede:

- Vá embora, filho. Pelo amor de Deus. Vá embora. Ela é capaz de bater no menino e eu não vou conseguir impedir, do jeito que ela está nervosa. Vá embora, pelo amor de Deus!

- Eu vou voltar. Isso não vai ficar assim. Eu vou voltar, dona Joana. Não deixa ela sair da cidade com ele. A senhora é testemunha de que eu tentei. Eu quero assumir o André.

- Dê tempo ao tempo. Eu vou conversar com ela, a mulher diz, baixinho, tossindo. – Mas vá embora por enquanto. Tenha fé. Tudo vai dar certo.

Ele respira fundo, olha para o pouco que vê do interior da casa e desiste, decidindo fazer o que dona Joana pede. Um escândalo e o estresse não iriam resolver nada naquele momento. Volta para o carro e sai da cidade sem saber que rumo tomar.

Não vai para casa. Ninguém entenderia, se ele chegasse alterado como está na fazenda. Toma o rumo de Poços de Caldas. Resolve passar a noite por lá.

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À noite, como faz sempre que está em casa, Mônica fica com a filha no quarto para conversar com ela sobre as coisas que lhe aconteceram durante o dia.

Maria Cecília já está vestida na camisola azul celeste e está pronta para ir dormir. Mônica está penteando seus cabelos compridos diante do espelho. O que a menina gosta que façam sempre e o prendam com uma redinha para que ele não fique embaraçado e se torne difícil de pentear no dia seguinte. Quando a mãe está de plantão no hospital, essa função é de Magda ou de Matilde.

Mônica percebe que a filha está muito calada, diferente dos outros dias em que mal consegue conter a filha que sempre tem tanto assunto que fica até difícil conversarem.

- Você está bem, meu anjo? Está tão quieta, hoje?

- Estou...

- Aconteceu alguma coisa aqui na fazenda que preocupou você?

- Não... Está tudo bem...

Mônica continua deslizando a escova pelos cabelos pretos da filha e olhando seu rosto pelo espelho. Percebe que Maria Cecília evita seu olhar, mexendo com os vidros de perfume sobre a penteadeira.

- Me passa a redinha, amor? - ela pede.

Maria Cecília pega a rede de cabelos sobre a penteadeira e passa para a mãe que a pega e começa a enrolar seu cabelo num coque no alto da cabeça para poder prendê-lo.

MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)

PARTE 23

OBRIGADA! BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 08/08/2018
Código do texto: T6413342
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