MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS) - PARTE 12
MI – UMA GAROTA MUITO ESPECIAL
PARTE XII
Janete baixa os olhos, mas respira fundo e volta a encarar Wagner.
- Como você está? – ela pergunta.
- Bem... Aonde... você estava indo?
- Almoçar no Barão. Minha avó não está fazendo nada em casa, não pode cozinhar e eu venho almoçar aqui e levo um marmitex pra ela quando volto.
- Quem é o garoto que estava com você?
Ela ia responder, mas o garoto aparece na porta do restaurante e grita:
- Vem logo, mãe! O Gerson já vai trazer nosso almoço!
- É... seu filho? - ele pergunta.
Janete não responde. Passa por ele e entra no restaurante, segurando o garoto pela mão e indo com ele sentar-se numa das mesas. Wagner segue os dois e presta mais atenção ao garoto.
- Seu filho...
O menino olha para ele e pergunta:
- Quem é esse cara, mãe?
- Um amigo antigo da mamãe, filho. Ele já vai embora.
Ao contrário do que ela diz, Wagner se senta perto deles, na mesma mesa, ainda olhando para o menino, que observa:
- Não vai, não... Ele vai almoçar com a gente?
- Wagner, vai embora. Foi bom rever você, mas eu estou com pressa e muito ocupada.
- Você se casou? Quando? Com quem?
- Não, não me casei... - ela diz, com orgulho na voz.
- Então...
- Vá embora... por favor.
- Você não ouviu minha mãe, cara. Dá o fora! - diz o menino.
Wagner olha para ele, depois para ela novamente e resolve ir mesmo. Levanta-se e vai até o balcão pedir sua água. Fica do balcão olhando para os dois, enquanto espera o troco. Quando sai do restaurante, resolve ir até a casa de dona Joana. Chega ao portão e bate palmas, mas demoram a atender.
Ele se lembra que Joana está doente e talvez não possa atender ou deve estar dormindo. Como tem alguma intimidade com a casa, abre o portão, passando a mão por cima do muro baixo e entra. Atravessa o pequeno jardim e tenta entrar na casa, lembrando que no passado, dona Joana nunca trancava a porta. Abre e chama:
- Dona Joana?
Ninguém responde. Ele entra e vai até a porta do quarto da velha senhora que está entreaberta. Ele vê, de longe, a senhora deitada na cama, recostada num travesseiro. Ele se aproxima e fica olhando para ela, que parece dormir. Wagner toca sua testa e a sente um pouco quente. Dona Joana abre os olhos devagar e ao vê-lo fica confusa.
- Wagner...?
- Oi, dona Joana... Desculpa ter invadido a sua casa... A porta estava aberta.
Joana se vira na cama e tenta se erguer. Ele a ajuda e ela tosse um pouco.
- Eu não sabia que a senhora estava doente.
- Minha neta veio de Ribeirão pra me ajudar. Você já viu ela? Janete! Filha, o Wagner está aqui!
- Ela não está, dona Joana.
- Não? E onde ela está?
- Ela está almoçando no Barão e logo vai trazer um marmitex pra senhora almoçar também. Eu a encontrei lá.
- Foi?
- Foi...
- Você viu... o menino dela?
- Vi. É um garoto lindo, só que... bem genioso.
- Mal educado, você quer dizer.
- Não sei, ainda não deu pra analisar esse lado. Eu não fiquei sabendo que ela... tinha se casado.
- Ela não se casou...
- É... Ela me disse. Mas... de quem é o garoto?
- Você vai ter que conversar com ela sobre isso, filho.
Joana começa tossir de novo e Wagner vai até a cozinha pegar um copo de água para ela. Depois de tomar a água, ela pede:
- É melhor você ir embora, Wagner. Ela já refez a vida dela e está feliz.
- Dona Joana, eu preciso saber de quem é aquele menino?
- É seu...
Janete está na porta e é ela quem fala. Ele se volta e se levanta, olhando para ela.
- Meu? Você está... brincando, não está?
RP – MI - UMA GAROTA MUITO ESPECIAL (DOZE ANOS DEPOIS...)
PARTE 12
OBRIGADA! BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!