RP - ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE - PARTE 18

ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE

PARTE XVIII

Wagner entra na capela, tira os óculos escuros e se aproxima do primeiro banco onde Mônica está sentada, sentando-se ao lado dela. Mônica sequer olha para ele. Continua com os olhos fixos na imagem da santa no altar.

- Oi, comadre... Vamos pra casa? Todo mundo já foi embora.

Mônica não responde. Ele coloca os óculos sobre o banco e toca sua mão.

- Você não quer chorar só um pouquinho, garota? Às vezes ajuda...

Ela tira a mão debaixo da dele e se levanta devagar. Olha para a imagem, se benze e começa a andar para fora da capela. Wagner se levanta também, se benze diante da santa e vai atrás dela.

Mas Mônica não toma a direção da casa. Segue para os fundos da igreja na direção do pequeno cemitério onde estão enterrados os mortos da família. Os pais de Leonardo e agora seu filho.

Ela aproxima-se do túmulo e fica em pé perto dele em silêncio, olhando para a foto de Cláudio. Wagner respeita aquele momento dela e fica a certa distância, olhando para ela.

Depois de alguns segundos, ela olha para o céu, surpreendentemente azul sem nuvens, apesar do frio do inverno, e sua respiração parece ficar diferente, mais alterada. Ela ergue as mãos devagar, fechando as duas com força, e um grito dolorido sai de sua garganta. Wagner chega a se assustar, mas depois é como se sua dor entrasse dentro dele e ele começa a chorar em silêncio.

Mônica se ajoelha junto do túmulo e grita:

- Cláudio! Volta pra mim! Não me deixa aqui sozinha, meu amor!

Ela se debruça sobre o túmulo e continua chorando desesperadamente.

- Me leva com você... Isso não foi o que você me prometeu. Eu não sei o que fazer aqui sozinha, sem você... Cláudio!

Wagner se aproxima e abaixa-se junto dela, colocando as mãos sobre seus ombros em apoio. Mônica se ergue e se abraça com ele, ainda chorando compulsivamente.

- Ele não podia ter feito isso comigo, Wagner!

- Com nenhum de nós... ele sussurra.

Eles ficam sentados sobre o túmulo de Cláudio, abraçados. Por algum tempo, ela o abraça forte e Wagner chega a sentir suas unhas entrarem em suas costas, devido à força que ela faz nesse abraço, pelo desespero.

- Chora... Chora... Se você quiser, a gente fica o dia inteiro aqui chorando. Te confesso que eu também estou bem fulo da vida com ele. Sempre achei que não era justo ele querer ir na frente da gente, mas... quem faz o doutor Cláudio mudar de planos?

Wagner também começa a soluçar e beija os cabelos dela.

Aos poucos, toda aquela dor é extravasada, depois de uma semana sem chorar, e ela vai se acalmando. Mônica apenas continua abraçada a Wagner e ele acaricia seus braços, com carinho. Ainda abraçada a ele, ela olha para a foto de Cláudio e sussurra.

- Desculpa...

- Você está pedindo desculpas pra quem? Pra mim ou pra ele?

- Pra ele... Eu prometi pra ele que seria forte, mas não deu...

- Se ele quiser que a gente pare de chorar, que volte, não é, não?

Mônica consegue sorrir e se afasta dele, enxugando o rosto.

- Está melhor? – ele pergunta.

Ela responde que não, balançando a cabeça.

- Nunca... nunca mais...

- Tudo bem, eu também não estou, mas quando você precisar de um ombro pra reclamar da raiva que sente dele por ter ido embora sem ordem da gente, você vem falar comigo, ok?

Mônica beija o rosto dele.

- Obrigada.

- De nada, comadre.

Eles se levantam e Mônica olha novamente para a foto de Cláudio. Abaixa-se outra vez e a beija, acariciando a foto.

- Descansa em paz, meu anjo. Eu te amo.

Ela se ergue e suspira, parecendo mais aliviada. Wagner lhe estende o braço curvado que ela enlaça, encostando a cabeça em seu ombro, e os dois seguem para a casa.

No caminho, encontram com Diana que veio chamá-la para amamentar Maria Cecília e ela se apressa em acudir a filha.

RETORNO AO PARAÍSO – ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE

PARTE 18

OBRIGADA! BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 28/07/2018
Código do texto: T6402880
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