RP - ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE - PARTE 16
ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE
PARTE XVI
Valter leva Wagner até o quarto do irmão.
O aposento está às escuras. Apenas a luz de um abajur transmite alguma claridade. Mônica está sentada na cama, recostada na cabeceira, do lado direito, com a mão de Cláudio na sua. Seu rosto não tem expressão nenhuma. Nem mesmo quando Wagner entra, ela parece percebê-lo. Miguel está sentado junto da janela.
Wagner se aproxima, senta-se diante dela e pega sua mão que está fria como gelo.
- Ele está esperando você, desde ontem... ela diz, com os olhos sem vida.
- Eu não pude vir. Tinha... um trabalho pra fazer pra entregar hoje... Não deu mesmo...
- Ele vai entender. Tenho certeza.
Wagner sente a garganta amarga e não consegue dizer mais nada. Aproxima o rosto do dela e lhe dá um beijo. Mônica apenas fecha os olhos e olha para Cláudio, apertando sua mão contra o peito. Wagner faz o mesmo e olha para o irmão. Levanta-se e vai sentar do outro lado da cama. Pega a outra mão de Cláudio e a sente quente.
- Ele está tão quente...
Wagner sente uma leve pressão na mão que segura a do irmão. Olha para o rosto dele e o vê abrir os olhos lentamente.
- Cláudio... Sou eu, Wagner, maninho... Está me ouvindo, meu irmão?
Cláudio aperta um pouco mais sua mão e sorri levemente.
- Você demorou...
- Desculpa ter demorado... Se eu soubesse...
- Chega mais perto... Cláudio murmura.
Wagner aproxima o ouvido de sua boca e espera, chorando.
- Preciso pedir... uma coisa...
- Peça...
Cláudio respira fundo e consegue dizer:
- Cuida... da Diana... do pai... e da Mi... por favor.
Wagner balança a cabeça aceitando aquela missão e encosta o rosto no rosto do irmão, mal conseguindo respirar.
- Eu vou cuidar, cara. Prometo. Me perdoa não ter vindo antes... Me perdoa por tudo... Eu te amo...
Os olhos de Cláudio se fecham novamente e a pressão que ele fazia na mão do irmão vai diminuindo.
- Cláudio... Wagner chama.
Miguel se levanta, já com os olhos cheios de lágrimas, e segura o pulso esquerdo do amigo.
- Cláudio, fala comigo! - Wagner insiste.
Miguel coloca a mão em seu ombro.
- Ele se foi, Wagner. Não está mais aí...
- Não, ele está apertando a minha mão ainda, Miguel.
Miguel não insiste e se afasta dele, saindo do quarto. Ao ver essa atitude do médico, Wagner baixa a cabeça e encosta o rosto no travesseiro do lado do irmão, chorando baixinho, mas compulsivamente.
- Feliz aniversário, mano... Deus te abençoe... me perdoa...
Mônica solta a mão de Cláudio e se levanta lentamente, indo até a janela. Abre as cortinas e a janela totalmente. A brisa da noite fria entra pelo quarto e faz seus cabelos, já bem compridos, esvoaçarem. Ela respira fundo e fecha os olhos. Não há lágrima nenhuma no seu rosto. Só dor.
Valter se aproxima de Wagner e o segura pelos ombros.
- Vem comigo. Vou dar alguma coisa pra você dormir um pouco. Vai ajudar. Você precisa descansar pra cuidar da sua família...
Wagner se levanta e o segue, saindo do quarto. Quando os dois saem, ela volta para perto da cama, beija Cláudio mais uma vez e se deita ao lado dele, com sua mão de novo na dela.
- Feliz aniversário, meu amor...
RETORNO AO PARAÍSO – ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE
PARTE 16
OBRIGADA!!!!!! PRINCIPALMENTE A MEUS NOVOS AMIGOS
LINX E JUDD! ESCRITORES E POETAS COMO EU.
BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A VOCÊS, MENINOS, E A TODOS NÓS!