RP - ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE - PARTE 11

ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE

PARTE XI

Miguel e Valter chegam em três horas e, ao entrarem na casa, Magda já vem recebê-los na varanda e pede:

- Por favor, eu não quero abusar de vocês, mas um de vocês tem que ir ver meu marido.

- Calma, dona Magda, diz Valter. - O que está acontecendo realmente com ele?

- Desde que eu contei pra ele que o filho estava pior, ele se trancou na biblioteca e está na mesma posição desde então. Ele estava com dor de cabeça e eu dei um comprimido pra ele, mas ele não sai de lá e nem diz se passou ou não passou.

- Valter, vai lá ver o seo Leonardo. Eu vou ver o Cláudio, diz Miguel.

Magda leva Valter até a biblioteca e Miguel sobe.

Quando vê Valter entrar na biblioteca, Leonardo olha para ele e sorri. Valter se aproxima e se abaixa diante dele, colocando a mão sobre a sua.

- Seo Leonardo, como o senhor está?

- Meu filho... está morrendo, doutor?

Valter não sabe o que responder.

- Eu acabei de chegar, ainda não o vi. O Miguel deve estar com ele. Eu estou mais preocupado com o senhor. Está sentindo alguma coisa?

- Eu não sou importante. O senhor tem que fazer alguma coisa por ele, doutor. Eu não quero que ele morra. Não posso ficar sem meu menino.

Valter retira o estetoscópio da valise e o coloca no ouvido; ausculta o coração dele, segurando seu pulso e medindo sua pressão ao mesmo tempo. Seus batimentos estão bem alterados.

- O senhor tem que se acalmar. Vai ficar tudo bem. O senhor não acha melhor se deitar no sofá na sala. Eu posso lhe aplicar uma injeção calmante...

- Não quero injeção nenhuma! Quero meu filho aqui do meu lado.

Leonardo se levanta, mas sente um dor forte no peito e as coisas ficam escuras diante de seus olhos e ele desmaia.

Valter o faz se sentar de novo e corre para chamar algum homem que possa ajudar a levantá-lo e levá-lo ao menos até onde ele possa se deitar. Consegue a ajuda de Chico e Leonardo é colocado no sofá.

Valter faz um ligeiro exame nele e constata que foi apenas um desmaio. Colocam-no na posição mais confortável que conseguem e Magda fica ao lado dele. Leonardo acorda minutos depois e quer se levantar novamente, mas Magda e Valter não deixam.

- Fique deitado, seo Leonardo, por favor. Não vamos complicar mais a situação.

- Meu filho...

- Não há nada que o senhor possa fazer agora. Só vai prejudicar o senhor mesmo.

- Eu quero vê-lo. Eu preciso ver meu filho.

- Leonardo, não fale tanto, diz Magda. – Não se agite. Tente descansar. O doutor Miguel e a Mônica já estão lá com ele.

Valter começa a preparar uma injeção.

- Eu não quero injeção, já falei.

- Se o senhor não se acalmar, eu não vou ter outra alternativa e vou ter que levá-lo para a Santa Casa na cidade.

- Eu não quero ir pra hospital nenhum!

- Então se acalme, Leonardo. Se não, eu mesma vou querer que você esteja bem longe daqui pra eles poderem cuidar melhor do Cláudio.

Leonardo recosta-se na almofada e, mais calmo, diz:

- Ele não merece o que está acontecendo, doutor Valter.

- Eu sei, seo Leonardo. Concordo com o senhor. Mas agora a gente tem que se apegar com Deus e aceitar a vontade dEle. O Cláudio vai ficar bem, eu tenho certeza.

Leonardo pega a mão de Magda e a coloca junto de seu peito, abraçando-se a ela.

Miguel desce as escadas e se aproxima deles, com feições tristes, mas tranquilas. Ele olha para Valter e diz:

- Ele quer falar com você.

Valter sobe e Leonardo olha para Miguel.

- Como ele está, doutor?

- Está bem... ele diz, sorrindo sem vontade. – As dores já amenizaram e a febre cedeu. Eu passei no Santa Mônica antes de vir pra cá e o Henrique me disse que mais tarde passa aqui, já que o doutor Jairo está em Curitiba.

- Eu queria falar com meu filho... ou pelo menos vê-lo.

- Mais tarde. Só mais um pouquinho de paciência, seo Leonardo. Seu filho é um guerreiro e eu tenho certeza que ele herdou isso do senhor. Tenha paciência e... fé...

Ele olha para Magda.

- Dona Magda, eu posso usar seu telefone? Preciso ligar pra minha mulher. Eu disse a ela que ligaria logo que chegasse aqui e soubesse notícias. Ela está muito preocupada com o Cláudio e os meninos também, principalmente o Alberto.

- Claro, doutor. O telefone está ali na biblioteca. Fique à vontade.

RETORNO AO PARAÍSO – ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE

PARTE 11

OBRIGADA! BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 26/07/2018
Reeditado em 26/07/2018
Código do texto: T6400785
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