RP - ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE - PARTE 5

ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE

PARTE V

Wagner sai com Cláudio que o leva até o carro. Cláudio coloca a mão sobre o capô do Mercedes e pergunta:

- Ele te dá trabalho?

- Claro que não. Ele está zero bala. Tem só oito aninhos. Como você dizia, só é muito grande, mas a gente convive bem. É bom ter alguma coisa “retrô” pra atrair as gatinhas.

- Não é tão retrô assim.

- Mas não é do ano. E dá pra levar um monte delas pras boates em Campinas.

- Exagerado. Cabem no máximo três. Não tem andado de moto?

- Sempre. No final de semana, eu vou e volto de qualquer lugar com ela pra desestressar. E por falar em estresse...

Wagner abre o carro e pega no porta-luvas o maço de cigarros, tirando um e acendendo com um isqueiro. Cláudio balança a cabeça desaprovando aquilo. Wagner dá uma tragada e joga a fumaça para longe deles. Como sabe que Cláudio não gosta daquilo, ele diz:

- Você tem como liberar o estresse, eu não. Esse papo de garotas no Mercedes foi só pra te encher o saco. Aliás, como foi o casamento de vocês?

Cláudio não responde. A pergunta é indiscreta e inconveniente.

- Ah, fala vai, maninho. Estamos sozinhos aqui. Valeu a pena?

- Eu não vou responder, só vou te agradecer. Obrigado por tentar amenizar a bronca do meu pai lá dentro. Ele só consegue me ver ainda como uma criança de quinze anos e agora... como uma criança doente, o que é pior. Ele não consegue ver que eu ainda estou vivo. E foi por isso que eu sumi por algumas horas com a Mônica. Eu queria provar pra mim mesmo que eu ainda estou vivo... e eu estou. No dia em que eu não conseguir mais fazer amor com a minha mulher... ou... pelo menos namorar com ela... aí eu vou estar morto mesmo. Mas eu estou ainda mais vivo.

- Fico feliz por você...

- Só que a gente não fez nada do que você está pensando. Mônica teve um bebê há pouco mais de vinte dias. Existe um período que todo homem deve respeitar de quarenta dias depois que a mulher teve filho. Não aconteceu nada.

Wagner coloca a mão no rosto do irmão e o abraça.

- Você é ainda melhor do que eu conheço. Sou teu fã número um, já te disse isso?

- Vai com Deus. Boa sorte com as provas.

- Obrigado. Fica com Ele.

- Juízo!

Wagner ri, coloca o cigarro na boca e vai para dentro do carro, fecha a porta e pergunta:

- Assim?

Ele imprime muita velocidade ao veículo, raspando pneus no terreiro e sai desabalado da fazenda. Cláudio ri também, mas fica sério em seguida e diz:

- Meu irmão... Vou sentir muita saudade de você...

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No domingo seguinte é o dia das mães.

Magda, sabendo que aquele era o primeiro Dia das Mães de Mônica, resolve fazer algo diferente e prepara um almoço especial com Matilde. Além disso, decide convidar Lucila para almoçar na casa grande com a família. Ela nunca tinha tido um Dia das Mães.

Mônica acorda e percebe Cláudio olhando para ela. Sorri e passa a mão pelo rosto para afastar o sono.

- Bom dia...

- Bom dia, ele diz, sorrindo também. – Feliz Dia das Mães!

Mônica fecha os olhos e suspira.

- Nem me lembrava disso... Acho que eu nunca comemorei esse dia. Quando minha mãe morreu, eu era tão pequena que...

Cláudio ergue o corpo e lhe dá um beijo na testa.

- É o seu primeiro Dia das Mães. Você vai comemorar muitas vezes daqui em diante.

Ele coloca a mão por dentro do cobertor e a retira, trazendo de volta, uma caixinha que entrega a ela. Mônica sorri.

- Outro presente?

- Esse é de nós dois: meu e da Maria Cecília.

Ela se ergue e se senta na cama, ajeitando os cabelos e apanhando a caixa. Abre e dentro dela há uma corrente de ouro com dois pingentes: um simbolizando a figura estilizada de uma menina, também em ouro, e outro com as iniciais M e C.

RETORNO AO PARAÍSO – ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE

PARTE 5

OBRIGADA! BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 24/07/2018
Código do texto: T6398846
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