RP - NASCE UM ANJO... - PARTE 26

NASCE UM ANJO...

PARTE XXVI

Depois do almoço, Beto, Sandra, Mônica e Cláudio vão sentar na varanda já com a intenção de esperar por Wagner. Matilde serve a todos um refresco de jabuticaba.

Pouco depois das duas, eles avistam a poeira na estrada provocada pelo carro dele que se aproxima em velocidade.

O Mercedes estaciona diante da casa e, como já tinha visto o amigo de longe, sai do carro e corre para abraçá-lo, emocionado. Os dois ficam algum tempo abraçados e Wagner afasta-se para olhar para o rosto do amigo.

- Que barba é essa, cara? Não tem barbeador na Bahia, não?

Beto apenas sorri e não responde. Wagner olha para Sandra e ao perceber sua barriga, aproxima-se, extasiado.

- Não acredito que você fez isso na Bahia, cara! Você levou pra lá, não foi?

- É óbvio que não, maluco.

- Como assim? Vocês têm quatro meses de casados. Essa barriga não tem só quatro meses.

Sandra e Beto riem ao mesmo tempo.

- Ah, fala logo, Sandra. De quantos meses você está?

- Seis, é pra julho.

Wagner faz as contas nos dedos e coloca as duas mãos na cabeça.

- Eu jurava que tinha alguma coisa pronta desde a nossa festinha em outubro. Eu tinha certeza!

- Acertou, diz Sandra, sorrindo. – A gente tentou disfarçar... e conseguiu!

- Nem você ficou sabendo, diz Beto.

- Eu sabia! Aquele casamento foi apressado porque já tinha suspeita. Não era nem suspeita. Era fato concreto! Vocês me enrolaram direitinho, caramba! Amigo da onça!

- Desculpa, cara. A gente estava bem assustado com isso na época que soube. Não dava nem pra dizer pra você. Depois te conto o rolo que deu.

- Deu rolo?

- Ô!

Wagner beija Sandra também e toca sua barriga.

- É macho, não é?

- Não... ela diz, rindo.

- É macho. Filho do meu amigo só pode ser macho.

- É menina, bobo, dessa vez você errou.

- Outra? Quando é que vai começar a nascer homem nesse mundo? Já tem nome?

- Walquíria... com W, diz Beto. - Ia ser Wagner, mas...

Wagner volta para perto do amigo e o abraça, emocionado.

- Estava morrendo de saudade de você, cara.

- Eu também...

Wagner passa por Cláudio, mas não fala com ele, nem olha para ele. Se aproxima de Mônica e pega suas mãos, beijando seu rosto.

- Oi, mãezinha.

- Oi, meu amigo.

- Você está bem?

- Estou e você?

- Cadê minha princesa?

- Dormindo... Esperou por você até agora a pouco, cansou e foi dormir. Só deixou um recado.

- Qual?

- Pra você trocar a fralda dela depois que ela acordar.

Wagner faz uma careta engraçada, respira fundo e diz:

- Tudo tem a primeira vez, não é? Eu já me conformei que vou ficar pra titio, mesmo. Acho que vou ter que encarar essa também. São as mulheres da minha vida voltando pra se vingar de mim.

- Eu estou brincando... Você não vai beijar seu irmão?

Wagner fica olhando para o rosto dela e sua expressão vai ficando séria e triste. Mônica percebe que ele precisa ficar sozinho com o irmão e pega Sandra pela mão, levando-a para dentro da casa.

- Vamos ver se a bebê já acordou, Sandra?

Beto segue as duas, pois também entendeu a situação. Wagner olha para Cláudio e suspira dolorido.

- Quer me dizer quando você para de emagrecer?

- Já parei...

- Não mente pra mim...

- Não tenho mais por que mentir pra você.

Wagner sente as lágrimas rolarem dos olhos.

- Eu não consigo tocar em você... Tenho a impressão que eu vou te quebrar.

Cláudio se aproxima dele e o abraça. Wagner envolve o irmão nos braços e chora ainda mais, murmurando.

- Não é justo... Não é justo... Não é justo, meu Deus...

Cláudio não diz nada. Wagner olha para o rosto dele e o toca.

- Desculpa... desculpa eu ter ido embora daqui daquele jeito. Eu...

- Fica quieto. Não fala nada. Não foi pra isso que você veio aqui. Vai ver sua afilhada. Ela compensa tudo.

Wagner dá um beijo no irmão e entra abraçado com ele na casa. Wagner beija Magda e Matilde e sobe para ver a sobrinha.

A menina está no colo da mãe acordada e olha para ele parecendo curiosa talvez por que os cabelos claros dele chamam a sua atenção.

- O que está olhando, garota? Parece que nunca me viu, ele brinca.

A menininha sorri, não se sabe se por reflexo, mas aquela visão faz Wagner sentir os olhos se encherem de água.

- Ela sorriu pra mim!

- Sorriu mesmo, Mônica concorda. – Ela reconheceu sua voz.

- Ela já tinha feito isso com alguém?

- Com o pai... ontem de madrugada. Ele acordou com o choro de fome dela e foi pegá-la no moisés pra mamar. Colocou ela em cima da cama, enquanto eu me preparava e começou a conversar com ela pra ela parar de chorar. Ela ouviu a voz dele e, quando sentiu a mão dele na barriga dela, abriu um sorriso lindo pra ele, ainda com os olhos cheios de lágrimas e parou de chorar, prestando atenção na voz dele.

Wagner envolve o corpo da menina e a segura nos braços.

- Você me conhece, não é, garota? A gente tinha altos papos, quando você estava dentro da sua mãe. Você já conhece o dindo, não é, princesa?

Wagner beija a mãozinha da sobrinha e se senta na cama, extasiado.

RETORNO AO PARAÍSO – NASCE UM ANJO...

PARTE 26

OBRIGADA! BOA NOITE!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/07/2018
Código do texto: T6396369
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.