RP - NASCE UM ANJO... - PARTE 21

NASCE UM ANJO...

PARTE XXI

Wagner tem a voz embargada. Ele está tentando muito não chorar do outro lado da linha.

- Vai ficar tudo bem, você vai ver, diz Cláudio.

- Vai... Eu sei que vai.

- A gente está pensando em batizar a Maria Cecília no inicio do mês que vem. O que você acha? Você pode vir pra cá no último final de semana de abril pra gente combinar tudo? A Karen já confirmou que vai ficar com a gente até maio.

- Vou dar um jeito. Cláudio, me fala um pouco da tua filha. Ela é grande ou pequenininha que nem a mãe?

Cláudio sorri.

- Ela é até grande proporcionalmente ao corpo da mãe. Cinquenta centímetros.

- Uau! Como coube dentro daquele corpinho de bailarina?

- Não sei.

- Nisso ela puxou a você.

- Talvez...

- Ah... tenho uma má notícia pra você: voltei a fumar.

Cláudio fica em silêncio.

- Não vai dizer nada? - Wagner pergunta, já sabendo o que ele está pensando.

- Não... Você é adulto, dono do seu nariz e do seu pulmão. Faz o que quiser da sua vida. Só vai me fazer o favor de não chegar perto da minha filha com cheiro de nicotina na boca nem nas roupas.

- Pode ficar sossegado. Eu só vou fumar aqui em Campinas e na faculdade. Antes de ir praí, eu vou escovar os dentes, usar enxaguante bucal bem poderoso e todo ritual de praxe, duas horas antes de viajar. Está bom assim?

- Não, mas... fazer o que, não é? Por que você voltou a fumar?

- Eu nunca parei. Só não fumava aí. Eu não lido muito bem com estresse e... solidão.

- Você não fez amigos na faculdade?

- Ainda é cedo pra dizer quem é amigo ou não. Você sabe que eu moro sozinho e os poucos colegas a quem eu me liguei mais são muito “caxias” ou muito certinhos pro meu gosto. E eu não consigo estudar só olhando pro livro ou pra apostila ou mesmo pro professor. Tenho que fumar.

- Pode fumar na sala?

- Pode, se ninguém reclamar...

- No meu tempo, não podia.

- Você fez medicina, meu irmão. Não compare.

- É... E namorada? Você não arranjou ninguém ainda?

- Não... A maioria nesse curso é macho e quando aparece uma garota, ele está vestida com o jaleco igual a todo mundo e só fala de agronomia e isso tira o tesão de qualquer um.

Cláudio ri. Mônica entra na biblioteca e se aproxima dele. Cláudio a segura pela cintura e a faz sentar-se no lugar em que ele está sentado e avisa Wagner, abaixando-se perto dela.

- Adivinha quem chegou aqui?

- Não faço ideia, quem?

Cláudio passa o telefone para ela e diz o nome do irmão sem som na voz.

- Fala meu compadre favorito!

- Oi, mãezinha! - ele diz, muito animado. - Minha comadre preferida, agora pra valer. Parabéns! Como você está?

- Eu estou ótima. Com saudade de você.

- Minha princesa está aí?

- Não, ela subiu com as duas avós pro quarto dela pra estrear o berço.

- Metidez, seu nome é Maria Cecília... A garota tem duas avós paternas e eu não tive nem mãe. É o cúmulo da injustiça.

Mônica ri.

- Quando você vem ver a gente?

- Acabei de dizer pro Cláudio. Eu vou praí depois de amanhã à tarde. Vou, durmo aí e volto no dia seguinte cedo.

- Ótimo. A gente te espera. Como está indo nosso agrônomo? Está gostando do curso?

- É bem puxado, mas acho que eu sobrevivo até o segundo semestre.

- São seis anos! Você acha que dá conta?

- Tenho que dar. Se não der, eu tranco e faço Magistério no Chico Thomaz.

Ela ri de novo.

- Mônica, não dá a entender pra ele, mas... como está o meu irmão?

Ela acaricia o rosto de Cláudio e sorri.

- Está bem. Está feliz. Não se preocupe com isso. Quando você vier, a gente conversa mais.

- Está bem. Dá um beijo em todo mundo aí. Inclusive no chato do meu pai.

- Ele não é chato, não seja injusto. Ele até chorou agora a pouco, segurando a neta no colo.

- Ela é um pedacinho do Cláudio. Ele se derrete com tudo que tenha a ver com meu irmão... mas eu não quero falar sobre isso. Beija ele também, minha madrasta e minhas irmãs e dá uma mordida bem levinha no bumbum cor de rosa da Mi por mim. Ah, e um beijo de língua bem gostoso no Cláudio que ele merece. Depois de amanhã, eu estou aí. Te adoro, comadre. Tchau.

- Tchau, querido, ela diz rindo a valer.

Ela entrega o telefone a Cláudio que o coloca sobre o aparelho e se abraça novamente à cintura dela.

RETORNO AO PARAÍSO – NASCE UM ANJO...

PARTE 21

OBRIGADA! BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 19/07/2018
Código do texto: T6394282
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