RP - NASCE UM ANJO... - PARTE 19
NASCE UM ANJO...
PARTE XIX
Cláudio olha para a mãe e se levanta, com a ajuda dela e do pai.
- Eu estou bem. Eu vou até lá.
- Tem certeza, filho? - Leonardo pergunta.
- Tenho... e você devia vir também.
Cláudio vai para a porta e sai na varanda. Vê Salomão parado ainda a cinco metros da casa. O velho olha para ele sem dizer nada. Cláudio se aproxima dele.
- Oi, vô...
Salomão coloca a mão em sua testa e faz o sinal da cruz sobre ela com o dedo polegar.
- Deus te abençoe, meu filho. Está melhor?
Duas lágrimas rolam pelo rosto de Cláudio e ele balança a cabeça, confirmando. Segura a mão do avô e a beija.
- Foi você...?
- Todo mundo que te ama aí dentro podia ter feito isso. Tem muita gente aí dentro que te ama.
- Eu sei... Você quer entrar? Quer ver sua bisneta?
Salomão olha por cima do ombro dele e vê Leonardo em pé na varanda ao lado de Lucila. Cláudio percebe a direção do seu olhar e olha para ele também. Estende a mão e chama:
- Vem, pai. Vem aqui.
Leonardo desce os degraus devagar e se aproxima deles. Salomão o encara com tristeza. Leonardo não consegue encará-lo também e baixa os olhos.
- Como vai... patrão?
Leonardo ergue os olhos e diz:
- Eu não sou seu patrão, Salomão. Nunca fui. Seu patrão era meu pai.
- Não precisa ter medo de mim então, precisa?
Leonardo se cala. A garganta aperta.
- Já está tudo bem. Tudo já foi resgatado e está voltando ao normal. Acalma teu coração.
Eles são interrompidos pelas vozes de Diana e Elis que descem as escadas da varanda correndo e gritando e se abraçam ao velho:
- Salomão! Eba, você veio!
O velho sorri animado pela alegria delas. Já tinha aprendido a gostar das duas que frequentavam sua casa sempre que Magda deixava.
Mônica tinha descido do quarto, atrás delas e trazia Maria Cecília nos braços. Ela se senta na cadeira de balanço de Leonardo na varanda e ajeita a menina no colo, esperando que ele se aproxime para vê-la.
Cláudio pega no braço do avô e o leva até ela, ajudando-o a subir os degraus devagar. Ajuda Salomão a sentar-se do lado dela e ele olha para o rosto da menina que está acordada. Salomão sorri.
- Agora eu já posso morrer...
- Não diga bobagens, Salomão, Mônica diz, sorrindo. – Você ainda vai viver muito, se Deus quiser...
Salomão olha para Cláudio.
- Acho que não...
Ele volta a olhar para a bisneta e pede:
- Posso segurar a menina?
- Claro...
Mônica coloca a filha nos braços dele e Salomão se levanta, indo com ela até a beira da varanda. Ergue a menina acima de sua cabeça em direção ao céu e diz algumas palavras em voz baixa, como se orasse e a consagrasse a alguma força superior. Depois volta para perto de Mônica e beija a barriguinha da bisneta.
- Deus te abençoe, menina.
Coloca de novo Maria Cecília nos braços de Mônica.
- Obrigado.
- Obrigada a você, ela diz emocionada.
Salomão se volta e vai descer os degraus. Cláudio o ajuda outra vez.
- Quer que alguém te leve até em casa?
- Não... Não precisa. Eu vou sozinho. Sei o caminho. Fica com Deus, filho.
O velho se afasta de novo em seus passos lentos.
- Vai com ele, Robério, por favor, Cláudio pede.
- Eu vou, doutor.
Robério acompanha Salomão à distância e vai levá-lo em casa. As atenções se voltam para Mônica e para a menina que faz sua primeira excursão fora do quarto. As pessoas cercam as duas, tendo o cuidado de ficarem a certa distância para não tumultuarem o lugar.
RETORNO AO PARAÍSO – NASCE UM ANJO...
PARTE 19
OBRIGADA! BOA TARDE!
DEUS ABENÇOE A TODOS!