RP - NASCE UM ANJO... - PARTE 14
NASCE UM ANJO...
PARTE XIV
No terreiro, Leonardo, já mais animado, comemora o nascimento da neta com os empregados e o barulho é tanto que Magda precisa repreendê-los.
- Leonardo, sua neta e a mãe dela estão dormindo. Acredito que seu filho também. Tentem fazer menos barulho.
- O Cláudio não vai descer mais de lá? Queria dar um abraço forte no meu filho.
- Acho que ele está descansando também, Leonardo.
- A gente não pode ver a Maria Cecília, mãe? - Diana pergunta.
- Ainda não, Diana. Ela acabou de nascer. Daqui umas duas horas quando ela acordar pra mamar, vocês sobem. Por enquanto só venham tomar café. Eu vou pedir pra Matilde vir trazer alguma coisa pra todo mundo aqui fora também. Ela fez café, empadas, coxinhas e pães de queijo suficientes pra todo mundo, mas moderem no barulho, por favor.
- Dona Magda tem razão, diz Chico. – Mas uma musiquinha em tom baixinho pode, dona Magda?
- Pode, Chico. Toque... “Tristeza do Jeca”. Eu gosto muito, embora o momento seja de alegria.
Chico começa a cantar em voz moderada e Robério pergunta.
- Como é o nome da menina, dona Magda?
- Maria Cecília, responde Leonardo. - Minha neta se chama Maria Cecília Valle!
Nesse momento eles vêem um carro se aproximando. É o carro de Jairo. Todos ficam em silêncio. Só Chico continua cantando baixinho. O carro para e Jairo desce dele e se aproxima.
- Boa tarde.
- Boa tarde! - respondem todos.
- Veio conhecer nossa neta, doutor? - Leonardo pergunta, com um sorriso, apertando a mão dele.
- Eu... soube que ela nasceu... Eu posso ver minha filha?
- Elas estão dormindo, doutor Jairo, diz Magda. – Mas o senhor pode subir pra ver as duas. Quer vir comigo?
- Não, se elas estão dormindo... eu volto depois...
- Não, doutor, não precisa ir. O senhor não é qualquer um. Eu ia servir um café para todos. Entre e espere lá dentro, por favor. Elas não vão demorar a acordar. Daqui a pouco a menina vai querer mamar e o senhor vai poder vê-las.
- Onde está o Cláudio?
- Descansando também. Ele não anda se sentindo muito bem ultimamente. O senhor entende.
- Entendo...
- Então entre, por favor.
Jairo vai com Magda para o interior da casa. Miguel já está lá, tomando café com Matilde.
- Boa tarde, Miguel.
- Boa tarde, doutor.
- Sente-se, doutor Jairo. A Matilde já vai servir o senhor. Fique à vontade.
- Obrigado, dona Magda, diz Jairo, sentando-se numa cadeira na ampla mesa, na frente de Miguel.
Magda vai para a cozinha providenciar tudo para o café dos homens lá fora.
- Foi você quem fez o parto da minha filha?
- Eu vim até aqui só pra fazer uma consulta preliminar, mas sua neta ficou tão emocionada com a minha visita que resolveu chegar antes, aí... Ela mesma fez questão, Miguel fala, dando uma mordida no pão de queijo em sua mão.
- Eu queria ter estado aqui, mas... foi tudo bem?
- Foi. A menina não deu trabalho. A bolsa estourou de manhã, mas a Mônica tinha se preparado bem pra chegada dela. Até que foi tudo tranquilo. Ela quase não chorou.
- Ela... não chorou?
- Chorou, claro. Tem pulmões bem fortes, graças a Deus. Ela é bem saudável!
- Graças a Deus!
- A sua neta é uma guerreira, apressadinha, mas guerreira. Chorou depois da palmadinha tradicional. Dois quilos e setecentos gramas, cinquenta centímetros. Não nasceu muito pesada porque a mãe é pequenininha, mas vai ser alta feito o pai. Linda, uma bonequinha, mas o senhor vai poder ver a sua neta e babar em cima dela o quanto quiser daqui a pouco.
Jairo fica em silêncio, enquanto Matilde coloca na frente dele uma xícara e o serve de café com leite quentinho. A fumaça sobe da xícara, cheirosa.
RETORNO AO PARAÍSO – NASCE UM ANJO...
PARTE 14
OBRIGADA! BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A TODOS!