RP - MORRE UM ANJO... - PARTE 4
MORRE UM ANJO...
PARTE IV
Wagner abraça a beija Linda. Sem paciência de ouvir os planos felizes do sobrinho, Gart interrompe.
- Você disse que tinha uma notícia não muito boa...
- É... É uma notícia que pegou a minha família de surpresa. Meu irmão está doente...
- O Cláudio? O que ele tem? - Linda pergunta.
- Câncer...
- Meu Deus! - ela diz.
- Foi descoberto agora no começo do ano, mas ele já está em tratamento no Hospital Santa Mônica. A gente espera que ele saia dessa logo.
- Esse hospital não é do pai da Mônica? - Gart pergunta.
- É, mas graças a Deus, depois da ajuda de muita gente, ela conseguiu que ele se internasse lá. O próprio doutor Jairo concordou. Não gostou muito, mas não impediu.
- Milagres acontecem, diz Gart. – Seu irmão merece isso.
- Merece muito. E o nome desse milagre é Maria Cecília, a própria filha dele. O doutor Jairo viu um ultrassom feito pelo ginecologista da Mônica e isso tocou o coração dele. Não perdoou totalmente o Cláudio, mas aceitou recebê-lo no hospital, desistiu de separá-lo da Mônica e acho que até desistiu de colocá-lo na cadeia, graças a Deus!
- Graças a Deus! - Linda repete. - Isso seria um final feliz... se ele não estivesse doente.
Wagner respira fundo.
- Ainda vai ter outro final feliz. Já aconteceram vários este ano. A mãe biológica do Cláudio voltou pra fazenda e está morando com o pai.
- Isso é ótimo! E seo Leonardo? Aceitou bem? Tudo bem com ele?
- Tudo bem. Eles não vivem muito próximos um do outro, mas... vivem bem. Até minha madrasta aceitou bem a situação. As coisas estão se ajeitando e acho que, com a família reunida de novo e todo mundo torcendo pelo Cláudio, ele tem tudo pra sair bem dessa.
- A filha deles vai nascer quando? - Linda pergunta.
- Em maio. E eu quero marcar a data do nosso casamento pra fevereiro agora, depois do carnaval, pra eles terem como ir assistir.
- Fevereiro...? Já? - Linda pergunta, olhando para Gart.
- Que é que você acha?
- Eu preciso... fazer muita coisa ainda...
- Não tem que fazer nada. Só tem que casar comigo. Eu fui falar com o padre Solano da matriz, antes de ir até Campinas comprar a passagem pra cá e ele me disse que tem uma data pra depois do carnaval. A gente tem só que chegar no Brasil e você confirmar. Depois é só ir escolher o vestido, em Casa Branca mesmo, em Rio Preto, em Campinas, onde você quiser.
- Eu acredito que não vá ter festa, já que seu irmão está doente...
- Não como foi a do Beto, mas vai ter uma reunião de família bem legal na fazenda, só com nossos amigos mais íntimos. Uma coisa bem simples. Tudo bem?
- Tudo bem... ela diz, sorrindo.
Ele a beija. Gart se levanta e, sentindo-se incomodado, diz:
- Eu acho que já vou indo pra vocês... ficarem mais à vontade.
Quando ele se levanta, Wagner percebe o coldre debaixo do casaco, junto ao peito dele.
- Você está armado, Gart?
- Estou... ele responde.
- Por quê? Nunca te vi armado dentro de casa.
- Depois que você foi ameaçado aqui dentro dessa sala, eu achei melhor ficar mais atento.
Wagner olha para Linda.
- Vocês estão me escondendo alguma coisa? O que é?
- Não é nada, Wagner, diz Gart. – Nada com que você tenha que se preocupar.
- Eu pensei que essa sua cara feia fosse só por minha causa, mas eu estou vendo que não é só isso. Conta logo o que está acontecendo.
Linda se senta e fica apreensiva. Diante do silêncio dos dois, Wagner fica nervoso e vai para a porta, segurando a maçaneta.
- Vocês vão falar ou eu vou ter que perguntar pro Peter, ou pro Bob, ou...
- Não precisa, diz Gart. – Eu falo. O Teo está por perto... e não apareceu mais porque você estava no Brasil, mas ele disse que se você pisasse na Inglaterra de novo, da próxima vez que ele tentasse matar você...
- O quê?
- Ele ia conseguir... Você não escaparia.
Wagner volta para perto de Linda, se senta ao lado dela e coloca as mãos no rosto.
- Meu Deus... eu não aguento mais isso. Eu vou ter que chamar a polícia pra esse cara. Eu não quero ficar me escondendo dele cada vez que venho aqui. Essa casa é minha, caramba!
Eles ouvem um barulho estranho do lado de fora da casa. Wagner e Linda se levantam, assustados. Gart apenas espera.
A porta se abre violentamente. A figura maltratada de Teo aparece com uma arma na mão. Ele tem a barba por fazer e parece não tomar um banho há dias. Parece estar alcoolizado também. Seus olhos dizem disso.
Wagner e Linda erguem as mãos devagar e ele olha para Gart, enquanto fecha a porta, batendo-a com violência.
RETORNO AO PARAÍSO – MORRE UM ANJO...
PARTE 4
OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!
BOM DIA!
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!