RP - MARIA CECÍLIA - PARTE 20
MARIA CECÍLIA
PARTE XX
Ao chegar diante do estacionamento o Hospital Santa Mônica*, Miguel vê o Peugeot encostar ao lado do carro dele e Mônica sair de dentro dele apressada. Ela se aproxima da janela do lado direito e ao ver Cláudio desmaiado, nem pergunta nada e entra no hospital subindo as escadas correndo. Volta minutos depois com alguns enfermeiros com a maca para socorrê-lo.
Miguel mal acredita na enorme coincidência e fica apenas olhando o trabalho dos enfermeiros que levam Cláudio desacordado para dentro do hospital. Antes de ir com ele, Mônica se volta para Miguel e agradece, ofegante:
- Obrigada...
- Como... O que você está fazendo aqui, garota?
- Eu explico depois, ela diz com lágrimas nos olhos. – Eu vou subir e ficar com ele.
- E seu pai? Será que ele vai concordar com isso? Eu o trouxe pra cá porque fiquei apavorado e aqui... eu tinha certeza que ele seria bem tratado.
- Vai, eu sei que vai. Eu cuido do meu pai depois.
- Como você soube que eu estava vindo pra cá?
Mônica coloca a mão sobre a barriga e diz:
- Ela me avisou... que ele não estava bem...
Miguel não sabe o que dizer. Mônica lhe dá um beijo no rosto e segue na direção para onde os atendentes levaram a maca com Cláudio.
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São oito horas na noite quando Cláudio acorda. Seus olhos se abrem e ele fica confuso no início, mas aos poucos começa a ter noção de onde está.
Ele está deitado num leito do hospital Santa Mônica. Reconhece pelas luminárias que estão na parede, logo a sua frente e que ele conhece tão bem. A enfermeira Nancy está ao seu lado e sorri para ele.
- Boa noite, doutor. Como está? É muito bom tê-lo aqui de volta, ela diz com sua voz sempre suave.
- Nancy? - ele pergunta, ainda confuso.
Ele leva a mão até a máscara de oxigênio em seu rosto e começa a tirá-la.
- Não, não faça isso, diz Nancy, tentando impedi-lo.
- Eu estou bem. Não preciso dela.
- Precisa sim. Por favor, não tire, doutor.
- Quem me trouxe pra cá? Por que eu estou aqui?
- O doutor Miguel...
- O Miguel?
- E a Mônica...
- Mônica...? E onde eles estão?
- Ele voltou pra fazenda do seu pai, logo que o deixou aqui, pra avisar a todos o que aconteceu com o senhor. A Mônica desceu pra comer alguma coisa no refeitório, mas daqui a pouco ela está de volta. Não saiu do seu lado um minuto.
Cláudio fecha os olhos e respira fundo, sentindo o estômago pesar.
- Eu não devia estar aqui...
- A Mônica falou que o senhor ia dizer isso, diz a enfermeira, sorrindo. – Mas fique calmo. Tudo vai ser explicado. O doutor Henrique já foi avisado que o senhor acordou e já está subindo pra lhe falar.
- Doutor Henrique?
- Ele mesmo. O senhor está com fome? Se estiver, eu vou só esperar que o doutor Henrique autorize e já lhe trago seu jantar.
- Fome? Não... Meu estômago está... pesado...
- Deve ser devido à medicação intravenosa que o senhor teve que receber... Vai passar logo...
- Eu só quero... sair saqui, Nancy... Preciso sair daqui...
Ele é interrompido pela porta que se abre e Mônica entra por ela.
Ao contrário do momento em que chegou, ela está tranquila e se aproxima dele com um sorriso. Nancy se afasta para que ela se aproxime e segure sua mão. Mônica retira a máscara de oxigênio e lhe dá um beijo terno e pergunta à enfermeira, sorrindo, sem tirar os olhos dos dele:
- Ele já tentou fugir, Nancy?
- Quase... a enfermeira diz, brincando. – Eu vou avisar os seguranças aí fora que ele já acordou e está calminho. Com licença.
- Você já avisou o Henrique?
- Já. Ele já deve estar subindo.
- Obrigada, Nancy.
Nancy sai do quarto e Mônica passa a mão na testa dele delicadamente, beijando sua boca de novo.
* Se você não leu do começo, aviso: O Hospital Santa Mônica não existe realmente na cidade de Casa Branca. Eu o mantive no romance porque é importante para a trama e já estava quando eu o escrevi em 1980. Só conheci Casa Branca em 1982.
RETORNO AO PARAÍSO – MARIA CECÍLIA
PARTE 20
OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!
BOM DIA!
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!