RP - MARIA CECÍLIA - PARTE 17

MARIA CECÍLIA

PARTE XVII

Jairo fica os cinco minutos que duram a gravação em silêncio, olhando para o monitor.

- O nome dela é Maria Cecília, diz Miguel. - É uma garotinha que está sendo muito esperada pelo pai e pela mãe dela que a amam muito. E eu acho que ela gostaria de ficar com eles dois depois de nascer. Ela merece isso. E vai precisar também do amor dos avós, dos tios, dos amigos... O senhor não acha?

Jairo não responde imediatamente. Desvia o olhar do monitor e olha para as mãos unidas, procurando se refazer com um longo suspiro.

- O que o senhor vai ganhar separando os três, doutor? – Miguel pergunta.

- Não foi pra isso que eu vim até aqui...

- Mas não valeu a pena? O senhor conheceu sua neta. Ela já tem um nome e já é uma pessoa.

- E se depender de mim, vai ser muito amada, mas por mim... e minha filha.

- Doutor...

- Não insista, Miguel, ele diz, levantando-se. – Se essa menina, que nem nasceu, é importante pro seu amigo, a minha filha também é importante demais pra mim há dezessete anos. E ela me foi tirada da forma mais covarde que existe. E eu quero o responsável por isso preso. Eu sei que ele está na fazenda do pai, mas se vier à cidade, já deixei o Arnaldo de sobreaviso. Ele vai prendê-lo imediatamente.

- Ele está doente, doutor.

- Deus quer que ele pague pelo que fez! Se Ele determinou que fosse assim, eu não posso fazer nada. Se precisar da minha ajuda, vai ter, mas longe da minha menina. Se ele não quiser se afastar dela, terá que ir pra cadeia onde é o lugar dele!

Jairo olha novamente para o monitor com a imagem do bebê, congelada, e sai do consultório. Miguel apoia os dois braços na mesa e se sente derrotado.

- Droga! - esbraveja baixinho.

Quando sai da Santa Casa, ao seguir para seu carro, Jairo vê a caminhonete de Quatro Estrelas e percebe Cláudio dentro dela. Jairo se aproxima e os dois se olham por um momento. Cláudio desce do veículo e o encara.

- Bom dia, doutor.

- O que você está fazendo aqui? Como você teve coragem de...

- Eu só vim trazer um empregado da fazenda do meu pai que se machucou. Logo que eu saiba como ele está, vou embora.

- Você envergonha esse hospital e essa cidade.

- Pena que essa seja só sua opinião. Eu tenho consciência do que já fiz aqui e morro de saudades de tudo e isso não vai se modificar... apesar de sua revolta contra mim.

- Vá embora daqui antes que eu avise o doutor Arnaldo que você está aqui e ele vai colocá-lo no lugar que você merece estar.

- Ninguém mais do que eu quer sair daqui o mais rápido possível, doutor. Não é nada agradável ficar ouvindo insultos... ainda mais de alguém que se admira... mas não há lei no mundo que vá me obrigar a sair daqui. Isso é um hospital público e eu trouxe um doente pra cá e vou ficar esperando pra saber se ele está bem, querendo o senhor ou não... doutor.

Miguel sai do hospital e, ao ver os dois, se sobressalta. Aproxima-se.

- O que você está fazendo aqui? - Cláudio pergunta.

- Já nem sei mais... Miguel diz, olhando para Jairo com desânimo.

- Ele veio tentar me dissuadir de lutar pela minha filha... mostrando a sua.

- Como assim? - Cláudio pergunta, olhando para Miguel.

- Ele pensou que assistir ao ultrassom que ele fez na minha Mônica, eu iria desistir de separá-la de você.

- Miguel...

- Eu pensei que ele tivesse um coração... Miguel diz em voz baixa, mas alta o suficiente para Jairo ouvir.

- Eu estou perdendo meu tempo discutindo com vocês dois. Estou indo pra delegacia agora. Se você não quiser ir pra cadeia ainda hoje, saia daqui, convença minha filha a voltar pra casa e depois venha conversar comigo.

Jairo vai para seu carro, afastando-se em seguida.

RETORNO AO PARAÍSO – MARIA CECÍLIA

PARTE 17

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 30/06/2018
Código do texto: T6377710
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