RP - MARIA CECÍLIA - PARTE 16

MARIA CECÍLIA

PARTE XVI

Cláudio apenas espera, imaginando o que Leda tem pra dizer.

- Eu... Eu preciso lhe pedir desculpas... Eu fiz uma bobagem muito grande... no final do ano passado.

- O que você fez Leda? - ele pergunta, já sabendo da resposta, mas querendo que ela mesma repita.

- Eu... Eu contei ao pai da Mônica onde ela estava morando em São Paulo...

Ele respira fundo. Ela continua.

- Eu sinto muito... Foi... um impulso meu. Eu estava cheia de ciúme dela... por causa... do doutor Miguel. Eu não aceitava que ele tivesse saído daqui por não querer...

- Eu sei por que você fez isso. Mas não é pra mim que você tem que pedir desculpas. É pra ela. Você era amiga dela. Devia lealdade a ela.

Leda sente que vai começar a chorar.

- Mas eu não acredito que a Mônica tenha ficado com nenhuma mágoa de você, Leda. Fica em paz.

- Eu gostaria muito de pedir desculpas pra ela pessoalmente... Eu não tinha intenção de fazer mal a vocês. Eu gosto muito do senhor e... adoro ela.

Cláudio sorri.

- Obrigado...

- Se serve de consolo... o doutor Miguel nem olha mais na minha cara. Ele deve estar com ódio de mim.

- Não acredito nisso também. O coração dele é maior do que você imagina. Se você tivesse acreditado mais em você, talvez ele até se interessasse. Lamento que tenha terminado assim. Tchau, Leda. Eu vou estar lá fora. Por favor, quando tiver notícias do Chico...

- Pode deixar, doutor, eu vou avisá-lo pessoalmente...

- Obrigado.

Ele sai do prédio e vai ficar na caminhonete com Robério.

- Robério, vai esperar lá perto da enfermaria. Se tiverem alguma notícia do Chico, fica mais fácil comunicar com você lá dentro.

- O senhor não vai entrar também?

- Não. Eu espero aqui.

- Isso é uma injustiça. O senhor já fez tanto pra tanta criança aqui, doutor...

Cláudio apenas sorri triste e entra na caminhonete. Robério vai para o hospital.

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Quando Miguel sai da fazenda para ir à cidade, tem intenção de ir falar com Jairo sobre Cláudio, mas resolve seguir um caminho diferente para amaciar o coração do médico.

Resolve usar Maria Cecília, sua neta, para tocar seu coração. Consegue que Jairo venha do Santa Mônica até a Santa Casa, com a desculpa de falar com o diretor sobre seus direitos como médico da casa, mas, ao chegar lá, ele o leva direto a seu consultório.

Jairo reluta no início, pois imagina as intenções dele, mas já que estava ali e estava seguro sobre o que queria, resolve ficar e ver até onde o Miguel chegaria. Que outras desculpas teria para defender o amigo.

- Você não vai conseguir mudar minha cabeça, Miguel. Eu já dei minha posição pra minha filha. Minha resposta é a mesma. Nada que você faça ou fale, vai me fazer mudar de ideia.

- Mas eu ainda acredito que dentro do senhor tem um homem coerente, humano e um pai amoroso, além do médico brilhante.

- Um médico que foi traído da forma mais absurda possível pelo melhor amigo que também é médico. Não adianta você querer puxar meu saco pra defender seu amigo.

Miguel não retruca e coloca uma fita no deck do monitor, ligando o aparelho. As imagens do ultrassom de Mônica começam a passar e ainda que saiba do que se trata, Jairo pergunta:

- O que é isso?

- Isso... é sua neta.

Jairo se cala. Miguel aumenta o som dos batimentos cardíacos na menina e aquele som consegue arrepiar Jairo debaixo do jaleco e seu coração bate num compasso diferente. Ele não consegue dizer nada. Fica os cinco minutos que duram a gravação em silêncio, olhando para o monitor.

RETORNO AO PARAÍSO – MARIA CECÍLIA

PARTE 16

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!