RP - MUDANÇA - 1978 - PARTE 8
MUDANÇA – 1978
PARTE VIII
Mônica ri sem acreditar no que está ouvindo.
- O quê?!
- É... Me pede alguma coisa que você queira comer e a gente não tenha em casa e que seja difícil de encontrar.
- Que ideia é essa? Por quê?
- Nesse momento, eu não quero ser o marido de uma futura enfermeira e não quero que você seja a mulher de um médico. Quero que a gente seja um casal bem simples, bem normal. Você não tem vontade de comer nada absurdo de vez em quando?
- Ah, entendi. Mas isso é bobagem. É fricote de mulher grávida.
- Não tenho muita experiência no assunto, mas acho que deve ter algum fundo de verdade nisso. As mães das crianças que eu cuidava me contavam coisas bem interessantes sobre o tempo em que estavam grávidas que eu não sei tenho o direito de duvidar. De qualquer forma... faz de conta que eu não sei disso e que você não pensa assim. Eu te vi enjoar hoje pela primeira vez. Me pede alguma coisa bem absurda pra terminar meu dia normal...
- Hum... Uma coisa bem absurda...? - ela pergunta pensativa.
- Faz um esforço.
Mônica coloca a mão na barriga.
– Ai, filha... me ajuda.
Cláudio encosta o ouvido na barriga dela.
- Sorvete de massa... de milho! - ela diz.
- Ótimo. Eu ouvi a mesma coisa. Isso é meio difícil mesmo, considerando que a gente não tem em casa e eu não tenho a mínima ideia de onde encontrar sorvete de milho aqui por perto, mas...
Ele a levanta nos braços e a leva até o carro, colocando-a perto do veículo. Depois volta para fechar a casa.
- O que você vai fazer? Você vai buscar? - ela pergunta, rindo.
- Você pediu, ele diz, abrindo a porta do carro para ela entrar.
- Eu não pedi nada! Pensei que você estivesse brincando, Cláudio. Você não vai sair daqui a essa hora da noite pra buscar sorvete de milho pra mim.
- Está cedo ainda, ele diz, entrando no carro também. A gente já passou madrugadas trabalhando, lembra?
Meia hora depois, eles estão num rancho da pamonha de beira de estrada tomando sorvete de milho.
- Satisfeita?
- Eu nunca fiz uma coisa tão maluca assim. Nunca nem sonhei em estar com você num lugar como esse. Acho que eu estou sonhando.
- Até a Maria Cecília nascer, a gente vai vir outras vezes aqui. Quer?
- Claro que quero.
Ele segura e beija sua mão.
- Eu te amo... Eu quero começar uma vida nova com você e quero que você tenha o máximo de felicidade que eu puder te dar. Você e a nossa filha.
Ela sorri e o beija.
- Eu não preciso de nada tão radical assim, mas adorei. Também te amo.
Minutos depois eles estão de volta em casa. A casa está silenciosa. Karen e Lucila já estão dormindo. Eles entram na casa com o máximo de cuidado para não fazer barulho. Já no quarto, Mônica senta-se na cama e ri.
- Eu nunca fiz isso! - ela diz.
- O quê?
- Ir a um lugar inusitado sem avisar ninguém e chegar a essa hora da noite.
- Nem eu...
Cláudio fica pensativo, lembrando que aquilo não é totalmente verdade. Mônica percebe.
- O que foi?
- Eu já fiz isso sim... Nós fizemos... Eu e você fomos ao Cobalto... juntos... na nossa primeira noite...
Ela se lembra do fato e sorri.
- Foi... E chegamos muito mais tarde que isso...
Ele também sorri. Se aproxima dela, senta na cama a seu lado e a beija.
- A noite mais... linda da minha vida...
- Está arrependido? - ela pergunta depois do beijo.
- Não, parece loucura dizer, mas... eu faria tudo de novo...
Mônica fita os olhos dele com amor.
- Eu também...
Outro beijo apaixonado e eles se abraçam, ficando assim por um momento.
RETORNO AO PARAÍSO – MUDANÇA - 1978
PARTE 8
OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!
BOA TARDE!
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!