RP - GILBERTO - PARTE 8
GILBERTO
PARTE VIII
Mônica vem da cozinha com um copo de água na mão e um comprimido e entrega para ele. Lucila vem logo atrás dela. Olha para ele timidamente em silêncio. Cláudio olha para ela também e se lembra das coisas que o pai lhe falou sobre o seu passado, mas não fala nada. Pega o comprimido e a água e toma.
- Nós estamos fazendo arroz doce. Vocês gostam?
- Eu adoro, diz Mônica.
- Cláudio, vá tomar um banho morno e volta para comer com a gente. Num instante você vai estar bom. Açúcar acalma.
Ele se levanta e Lucila pergunta:
- Como está seu pai?
- Bem... Foi só um susto... Ele está bem.
- Fico feliz.
- Eu também... Com licença.
Ele vai se afastar, mas Lucila segura seu braço. Cláudio olha para sua mão e para ela e espera.
- Você está zangado comigo?
- Não... Por que estaria?
- Não sei... Você disse ao seu pai que me viu?
- Disse...
- Como ele reagiu?
Cláudio fecha os olhos e pede:
- Dona Lucila, será que a gente poderia... conversar sobre isso depois? É sério... minha cabeça está explodindo.
Ela solta o braço dele.
- Claro... Desculpe.
Cláudio vai tomar seu banho. Karen vai com Mônica para a cozinha e Lucila para seu quarto. Karen quer saber tudo que aconteceu na viagem a Casa Branca e Mônica resume para ela em poucas palavras. Depois de saber tudo que de mais relevante aconteceu e de arrumar os pratos de arroz doce branquinho coberto por uma fina camada de canela e coco ralado, Karen se dá conta de que Mônica também chegou de viagem e também está cansada. Embora ela mesma tenha ajudado a finalizar o doce e colocá-lo nos pratos sem demonstrar sinais de cansaço.
- Você vai ser uma excelente dona de casa, diz Karen, com a cabeça apoiada no braço sobre a mesa. - Deve estar cansada também e eu estou aqui te aborrecendo.
Mônica sorri, limpando a mesa dos restos de coco que caíram sobre ela.
- Eu estou mais preocupada com o Cláudio. Eu tenho convivido com ele nestes dois últimos anos e nunca o vi abatido como está agora. Nunca o vi com uma dor de cabeça tão forte.
- A viagem de Casa Branca pra cá não é fácil. Ele não está acostumado. Tudo lá é perto. É falta de costume. Logo ele fica bem. Vá ver como ele está. Leve os pratos de vocês para comerem no quarto. Se ele continuar com a dor de cabeça, antes de vocês irem dormir, me avise. Eu e a Lucila faremos um chá que é tiro de queda. Aliás, já vou fazendo isso.
- Obrigada.
Mônica beija seu rosto e vai para o quarto. Quando chega lá, vê Cláudio deitado na cama de olhos fechados, apenas com a calça do pijama e com a maleta do bebê aberta ao seu lado. Ele segura um macacãozinho amarelo junto ao rosto.
Ela sorri, se aproxima dele e inclina-se sobre ele beijando seu rosto levemente para não acordá-lo. Vai até o armário e apanha um cobertor para cobri-lo, pois a tarde parece querer esfriar. Recolhe a maleta e a coloca no armário de novo.
Toma um banho também, troca-se e deita-se ao lado dele devagar, mas ele parece sentir que ela está ali e abre os olhos, voltando-se para ela sonolento.
- Não queria te acordar, desculpa... ela diz, baixinho, tocando seu rosto.
Ele não diz nada apenas se vira na cama e se abraça com ela, fechando novamente os olhos. Mônica começa a massagear suavemente suas têmporas e sussurra.
- Está melhor?
- Vou ficar...
- Gostou da cor do macacãozinho?
- Adorei... Tem um cheirinho gostoso de novo. Fiquei imaginando ela dentro dele.
Mônica sorri e beija sua testa suavemente.
RETORNO AO PARAÍSO – GILBERTO
PARTE 8
OBRIGADA PELA COMPANHIA!
BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!