RP - GILBERTO - PARTE 5
GILBERTO
PARTE V
Cláudio está apenas assistindo aquilo tudo, ao lado de Wagner, encostados no carro e pergunta:
- O que é isso tudo?
- Adivinha. É pra você.
- Pra mim?
- Um presentão de Natal. Eu fiquei besta quando vi. Aposto minha moto que você não faz nem ideia do que seja.
- E acertou. Não faço mesmo. Não é outro carro, é?
- É maior que um carro.
- Maior que um carro?
- Pelo menos não cabe dentro de um carro.
- Fala logo. O que é?
Ivan vem voltando e coloca o braço curto em volta dos ombros de Cláudio, sorrindo enigmático.
- Meu querido primeiro neto, aí dentro desse caminhão estão todas as minhas últimas economias. Eu decidi que, de hoje em diante, eu vou só me dedicar à minha filha e a curtir minhas netas. Nada mais de viagens nem de aventuras. Isso tudo é um presente pra você e espero que seja útil nesse momento da sua vida e que você aceite como aceitaria de um avô verdadeiro. Só que eu gostaria que Mônica estivesse aqui com você. Quero a família completa. Onde ela está?
- Na casa do Lopes.
- Então vá buscá-la.
- Mas, Ivan... afinal de contas... que espécie de maluco é você? Você não tem obrigação de me dar nada. Esse presente não está muito... exagerado?
- Não é tão grande assim.
- Não é tão grande?
- Vá buscar Mônica.
Cláudio vai fazer o que ele pede. Quando chega à casa de Carolina, Mônica está aflita esperando por ele.
- Você demorou tanto, ela diz, abraçando-se a ele.
- Calma, está tudo bem.
- Ela já foi?
- Foi.
- O que ela disse?
- Nada que eu já não tivesse ouvido.
- Ela estava quase dando a luz aqui também, doutor, diz Carolina, sorrindo com o filho no colo.
Cláudio se aproxima dela e pega o menino de seus braços.
- Ele está bem, Carolina?
- Graças a Deus. Mama feito um bezerrinho. Eu quase não dou conta. Nós vamos batizá-lo no primeiro domingo de janeiro. O senhor tem certeza de que não quer mesmo ser o padrinho?
- Vocês não convidaram ninguém ainda?
- Já. Minha irmã e o marido, mas eu avisei que ainda dependia da sua resposta final.
Cláudio olha para o bebê e coloca o dedo dentro de sua mãozinha e ele o segura com força.
- Não, fica como está.
- Eles colocaram seu nome nele, diz Mônica. – Cláudio José Lopes.
- Eu sei... Já é uma honra.
Cláudio beija a testa do menino e o devolve à mãe.
- Parabéns de novo, Carolina.
- Não vejo a hora de ver a filha de vocês também. Maria Cecília é um nome lindo.
- Obrigado. A gente já vai embora daqui a pouco. Fica com Deus.
- Vão com Ele, doutor.
Cláudio enlaça Mônica pela cintura e saem da casa.
Enquanto Cláudio foi até a casa de Lopes buscar Mônica, os homens descarregaram o caminhão. Várias caixas são retiradas dele e colocadas no armazém.
Quando Cláudio e Mônica chegam são levados até lá e ele não acredita no que vê.
As caixas contêm nada menos do que todo o equipamento necessário para a montagem de um consultório médico completo. Todo o maquinário necessário, cuidadosamente embalado em madeira, vindo da Alemanha.
Cláudio fica sem fala olhando para tudo.
- Não gostou? - Ivan pergunta.
- Se eu não gostei? Ivan... eu simplesmente não posso... Eu não posso aceitar isso... Não posso.
- Por que não pode? Eu já comprei, está pago, e é seu. Eu não posso mandar isso tudo de volta pra Alemanha. Já deu um trabalho danado pra vir.
- Aqui tem um consultório médico inteiro!?
- Uma máquina de raio xis, duas macas, um jogo de estetoscópios de alta precisão, aparelhos de fisioterapia adaptado pra criança e mais uns trecos que eu não entendi muito, mas sim... um consultório médico inteiro.
- Isso tudo deve ter custado uma fortuna... Não é coisa que se ande dando por aí à toa.
- Mas eu não estou dando à toa. Estou dando pra você, o melhor pediatra de Casa Branca.
Cláudio fica ainda olhando para tudo sem saber o que dizer. É o sonho de sua vida que está ali na sua frente em forma de presente.
RETORNO AO PARAÍSO – GILBERTO
PARTE V
OBRIGADA PELA COMPANHIA!
BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!