RP - UM NATAL ATÍPICO-PARTE 21

UM NATAL ATÍPICO

PARTE XXI

No final daquele dia de Natal, Jorge chega em casa pouco depois das onze horas da noite. Bárbara está cada dia mais preocupada com o marido, que se enterra no trabalho o dia inteiro e não tem mais vontade de voltar para casa para não se lembrar do estado em que a filha se encontra, desde a separação do marido.

Ver Tânia daquele jeito, sem nenhuma alegria de viver, o deixa deprimido também.

Ao abrir a porta de casa e ver Bárbara, sentada no sofá, esperando por ele, diz:

- Não há necessidade de ficar esperando por mim toda a noite, Bárbara.

- Hoje é dia da Natal, Jorge. Onde você andou? Não acredito que estava no jornal até essa hora.

- Eu não fiquei lá o dia inteiro... ele diz, sentando-se pesadamente no sofá ao lado dela.

- E estava onde?

- Por aí... Pensando... Foi muito descaramento do Cláudio, voltar à cidade depois de tudo... e com a nossa sobrinha a tira colo. Eu tive vontade de...

- Ele veio ver o pai, Jorge. É direito dele.

- Ele não tem mais direito nenhum aqui... E que voltasse sozinho. Foi uma falta de respeito voltar com Mônica a tira colo como se fossem marido e mulher. Eu não sabia onde colocava a cara diante dos meus amigos no jornal. Senti vontade de voltar lá e expulsá-lo de novo como o Jairo fez.

Jorge se levanta e vai até o bar colocar uma bebida num copo.

- Você não vai começar a beber agora, vai? São onze horas da noite. Eu não quero você cheirando a álcool na cama do meu lado. E você tem que levantar cedo amanhã. Vai acordar com dor de cabeça. Vamos dormir. Eu te faço um chá ou um copo de leite quente e você relaxa.

- Eu já vou. Vá você pra cama. Já devia ter ido.

Quando se levanta para ir para o quarto, Bárbara vê a filha parada na entrada do corredor.

- Tânia... Filha...

- Eu ouvi vocês falando do Cláudio... O que tem ele?

Bárbara fica sem saber o que dizer, mas Jorge não.

- Ele voltou. Esteve aqui na cidade.

- Jorge! - Bárbara ralha com o marido.

- Voltou? Como voltou? – Tânia pergunta. - Ele não foi expulso daqui pelo tio Jairo? Não podia voltar. O irmão dele já não levou as roupas dele?

- O pai dele teve um infarto e ele veio visitá-lo.

- Jorge, pare! - diz Bárbara.

- Ele deve estar na fazenda do pai agora, festejando o Natal com a família.

- Jorge! - Bárbara grita. – Por favor, você não ajuda nada fazendo isso.

- Ela tem que cair na realidade, Bárbara.

Jorge se aproxima da filha e a segura pelos ombros.

- Você tem que esquecer esse homem, filha. Ele não merece você e nem merece o sofrimento que você está passando por causa dele. A melhor coisa que você faria era dar o desquite logo pra ele e viver sua vida livre comigo e sua mãe. Liberte-se desse canalha logo, meu amor.

- Nunca... ela sussurra. - Se eu der o desquite pra ele, ele vai correndo procurar a Mônica e se casar com ela.

- Ele já está com ela, Tânia! Com ou sem desquite, ele já está com ela!

- Não... ela diz, parecendo tranquila. – Ela está na Inglaterra com tio Jairo.

- Ela está na fazenda do Leonardo com ele, filha! Acorda!

- Jorge, pelo amor de Deus, para com isso! - Bárbara pede.

A respiração de Tânia começa a ficar alterada e ela se solta das mãos do pai e se afasta dele.

- Isso não é verdade...

- Cale a boca, Jorge. Fique quieto! Você não devia ter dito nada, Bárbara diz, chorando.

Tânia vai sentar-se no sofá e esconde o rosto nos braços cruzados sobre as pernas. Bárbara se senta ao lado dela e procura acalmá-la.

- Vem pro quarto, filhinha.

- É mentira o que ele falou, não é, mamãe?

- É, sim, meu amor. Vem comigo.

- Até quando você vai ficar enganando a minha filha com essa conversa e tratando ela como se fosse um bebê, Bárbara? Ela é uma mulher de vinte e sete anos.

Bárbara não liga para o que ele fala e leva a filha para seu quarto. Passa com ela a noite.

Na manhã seguinte, Tânia acorda antes de Bárbara, se veste e sai sem que ninguém a veja.

RETORNO AO PARAÍSO – UM NATAL ATÍPICO

PARTE 21

OBRIGADA PELA COMPANHIA!

BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!