RP - UM NATAL ATÍPICO-PARTE 17
UM NATAL ATÍPICO
PARTE XVII
Muito aborrecido, mas cumprindo ordens, o mordomo vai chamar Gart no meio da noite de um frio cortante. Bate forte várias vezes na porta do quarto de Gart e ele demora a abrir, mas abre zangado:
- (Julian, sabe que horas são?)
- (O senhor me desculpe, mas o bisneto de Mr. Russel está ao telefone e diz que tem urgência em falar com o senhor.).
- (O que é que ele quer agora?).
- (Não tenho ideia, senhor. Ele não quis dizer pra mim. Por isso seria bom que o senhor exercesse logo seu lugar de dono da mansão também e passasse a dormir lá na casa.).
- (Eu não vou fazer isso, Julian. Não insista.).
- (Então instale um telefone aqui o seu quarto.).
- (Pra acordar todo mundo quando tocar? Também não. Eu já vou atender. Diga a ele que espere.).
Julian volta à mansão e dá o recado. Gart demora a se trocar propositalmente e vai atendê-lo.
- Alô...
- Que demora, hein, bela adormecida? Se tivesse mudado pra mansão...
- Escuta aqui, garoto...
- Eu sei. Já são nove horas aí e está frio pra caramba, eu imagino, mas...
- São dez horas aqui. Não sabe mais fazer contas?
- Eu precisava falar com você.
- Se não for urgente mesmo, eu nunca mais atendo telefonema seu no meio na noite.
- Arre, que mau humor! A fortuna te virou a cabeça, tio?
- Não, o sono fez isso.
- Não dormiu na noite passada? Deve ter sido aquele Natal, hein?
- Tenho esse direito, não tenho?
- Of course.
- O que você quer?
- Falar sobre money.
- O quê?
- Money, não entendeu? M-O-N-E-Y, money. Dinheiro em inglês. Desaprendeu?
- Você me liga a essa hora na noite pra falar de dinheiro?
- Eu quero ter certeza disso que está acontecendo comigo. A minha conta aqui tinha muito mais dinheiro do que eu esperava. Pode me explicar por quê?
Gart suspira procurando se acalmar.
- Será porque você herdou do seu bisavô uma fortuna considerável?
- Mas isso não foi falado pra mim. Eu pensei que essa fortuna estivesse só aí na Inglaterra e não no Brasil.
- Seu bisavô não confiava em você nem o Bartley... nem eu.
- Ai, isso magoou, titio.
- Por que será, não é? O Bartley também achou melhor não te dizer nada. Você só saberia a menos que descobrisse sozinho. Mas sua estrela é muito brilhante ou seu anjo da guarda ou é muito esperto ou é muito burro e você descobriu. Feliz? Mais alguma coisa?
- Estou ligando pra dar uma satisfação a você e ao Bartley, mal agradecido.
- Satisfação? Sobre o quê?
- Eu saquei uma quantia enorme da minha conta. Eu comprei o carro do meu irmão e ele vale uma fábula.
- Comprou o carro dele? Você já tem carro. Por que comprou o dele?
- Ele está com o meu, mas o ponto não é esse. Ele deu uma entrada numa casa com o dinheiro e acho que vai precisar de mais. Vocês têm algum controle do saldo dessa minha conta? Eu vou ter que sacar um pouco mais. Uma casa vale bem mais do que um carro e eu quero que ele fique livre dessa dívida logo. E quero que ele fique com alguma folga pro futuro. Você sabe, ele vai ser papai...
- Eu vou falar com o Bartley. Ele não me falou sobre limite de saque. O dinheiro é seu, mas preciso falar com ele sobre gastos excessivos.
- Você me retorna sobre isso depois? Eu preciso fazer esse saque ainda no dia vinte e sete.
- Vou ver...
- Dá pra ver logo amanhã?
- Já disse, vou ver, Gart diz, passando a mão pelo rosto, morrendo de sono.
- Ok. Vou te deixar dormir.
RETORNO AO PARAÍSO – UM NATAL ATÍPICO
PARTE 17
OBRIGADA PELA COMPANHIA!
BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!