RP - UM NATAL ATÍPICO-PARTE 16
UM NATAL ATÍPICO
PARTE XVI
A porta se abre devagar e Salomão aparece, mas não sai de dentro da casa. Mônica se aproxima dele.
- Oi, Salomão. Eu posso falar com você?
- Pode... o velho responde sem tirar os olhos de Cláudio.
- A gente pode entrar um pouquinho? O Cláudio veio comigo.
Cláudio se aproxima e os olhos do velho ficam assustados e se enchem de água.
- Quanto tempo...
- É... Muito tempo mesmo, diz Cláudio. – A minha vida inteira.
Salomão sai de dentro da casa e se aproxima mais dele
- Não, você veio aqui outro dia... Estava indo pra São Paulo, lembra?
- Naquele dia... você era o jardineiro da fazenda, Salomão... Eu estou me referindo ao meu avô.
Salomão sorri e sente uma forte emoção, indo se sentar no banco ao lado da casa. Mônica e Cláudio o ajudam a se sentar.
- Você está bem? Está sentindo alguma coisa? - Cláudio pergunta.
Salomão nega e olha para ele como se nunca o tivesse visto.
- Me perdoe...
- Perdoar do quê?
- Eu não pude cuidar de você quando você precisou.
Cláudio o abraça.
- Você não tem nada que me pedir perdão. Eu é que tenho que te agradecer por estar na minha vida desde sempre. E por ter cuidado da Mônica pra mim e... por mim. Obrigado.
O velho olha para ela.
- O braço está melhor mesmo?
- Dois dias... como você disse, ela fala. – Obrigada.
- Vocês... não querem entrar?
- Não, agora não, diz Cláudio. – Já está começando a anoitecer. A gente volta outro dia. Quero só te dizer que... a sua filha está bem.
- Minha Lucila está bem? Viva? Você falou com ela?
- Falei e pode ficar tranquilo. Ela está bem.
- Você a perdoou?
Cláudio suspira e sorri.
- As coisas vão se ajeitar daqui pra frente. Tudo vai se ajeitar...
Cláudio beija sua mão e sua testa e se levanta.
- Fica com Deus, Salomão.
- Deus te abençoe, filho.
Cláudio segura a mão de Mônica e os dois se afastam da casa.
Wagner, depois que chegou da cidade, como Linda falou, se trancou em seu quarto, confuso e perdido.
Deitado de bruços na cama, pensa em várias coisas que andaram acontecendo naqueles dias e cada vez se convence mais de que só faz bobagem e que com isso só tem atrapalhado a vida do irmão e do pai. Está decidido a ser o Wagner de antes e a não se preocupar com mais nada e nem com ninguém. Pede desculpas ao bisavô mentalmente e chega à conclusão de que isso será o melhor para todos.
Minutos depois, cansado de ficar ali tanto tempo sem fazer nada, ele vai destrancar a porta do quarto e resolve ligar para Londres e falar com Gart.
Pega o telefone, senta-se no tapete e faz a ligação. Demoram a atender ao telefone porque já são quase dez horas na Inglaterra.
Quem atende é Julian, o mordomo, que já tinha se recolhido e ele o informa que Gart não está dormindo na casa e sim no alojamento e que já é um pouco tarde para ir chamá-lo. Wagner usa sua autoridade de dono da casa e pede a Julian que vá chamá-lo mesmo assim, alegando urgência em falar com o tio e ex-guarda-costas.
Muito aborrecido, mas cumprindo ordens, o mordomo vai chamar Gart no meio da noite de um frio cortante.
RETORNO AO PARAÍSO – UM NATAL ATÍPICO
PARTE 16
OBRIGADA PELA COMPANHIA!
BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!