RP - UM NATAL ATÍPICO-PARTE 13
UM NATAL ATÍPICO
PARTE XIII
Cláudio sai do quarto e vê Magda encostada na parede do lado de fora do quarto esperando que ele saia.
- Por que não entrou com as meninas?
- Eu cheguei agora. Ele... está bem?
- Por que não entra e vê com seus próprios olhos?
- Será que ele quer me ver?
- Que pergunta sem propósito é essa? Claro que quer! O que te faz pensar o contrário?
- Ele anda tão entranho. Não é mais o mesmo, desde que você saiu da cidade. Pode perguntar pra qualquer um que more nessa casa.
- Voltou a ser o mesmo então. Não quero ver você com essa ruguinha de preocupação na testa.
- O Leonardo não confia mais em mim, Cláudio. Se confiasse, me contaria os problemas dele. Ele não me conta uma palavra sobre o passado dele. A vida dele parece que começou quando se casou comigo.
- E não deixa de ser verdade. Vem comigo.
Cláudio a leva para seu antigo quarto. Ele a faz sentar-se na cama e senta-se numa cadeira logo a sua frente.
- Ele não conta e eu concordo com ele. Os problemas do meu pai são de uma fase muito, muito anterior a você. Não é justo que ele te envolva neles. Quando ele te conheceu, ele nasceu de novo, como eu estou nascendo de novo com Mônica. As coisas que o preocupam não dizem respeito a você, por isso você não deve se preocupar também. Tudo isso vai acabar. Já está acabando. Ele vai voltar a ser o mesmo, você vai ver.
- Mas eu queria dividir as tristezas dele... Eu amo seu pai demais e não gosto de vê-lo sofrer sozinho.
- Eu tenho certeza disso, mas não vale a pena, Magda. Você tem que ajudá-lo a esquecer de tudo isso a partir de agora, como conseguiu até hoje. Faz isso pra mim?
Ela sorri.
- Claro...
- Você é um anjo, Cláudio diz, beijando suas mãos.
Ela volta a ficar séria de novo.
- Só que eu preciso que você me responda uma pergunta...
- Qual?
- Logo que seu pai viu você no hospital, ele perguntou se você tinha visto... “ela”. Ela quem?
Cláudio suspira e responde.
- Minha mãe...
- Ela... está viva?
- Está...
- Ele parecia muito preocupado com isso. Por quê?
- Por minha causa. Ele tinha receio que eu ficasse contra ele quando a conhecesse.
- E ficou?
- O que você acha?
Magda olha para o rosto tranquilo dele e o abraça.
- Acho que não. Quero acreditar que não.
Cláudio a abraça também, sorrindo. Ela volta a olhá-lo nos olhos e faz uma nova pergunta:
- Tem certeza que é só isso? Há a possibilidade de ele ainda... amar sua mãe?
Ele fica sério e diz sem olhar nos olhos dela, olhando para suas mãos:
- Se há... eu aproveito a ocasião e realizo um sonho meu de adolescente...
- Qual?
- Você se separa dele e eu me caso com você.
Ela olha para ele abismada no início, mas depois que percebe que foi uma brincadeira começa a rir.
- Cláudio...!
- Você era muito gata quando se casou com meu pai. Eu já tinha idade pra perceber isso.
- Pare com isso, menino.
Ele a abraça novamente, rindo.
- Se você falar novamente ou mesmo insinuar que meu pai ama outra mulher que não seja você, sou eu que vou ficar em pé de guerra com você, está ouvindo?
- É tão bom ouvir isso...
Ele beija seu rosto e levanta-se, puxando-a pela mão.
- Você vai dormir aqui essa noite, não vai? - ela pergunta. - Se forem agora pra São Paulo vão chegar lá à noite. Mônica parece estar se fazendo de forte, mas não vai fazer bem pra ela viajar mais três horas de volta.
- Você acha bom que a gente fique?
- Com certeza! Amanhã cedo depois de uma boa noite de sono e um café reforçado e vocês vão.
- Tudo bem, a gente fica. Eu vou falar com ela.
Magda sorri e vai até a janela abrindo-a.
- Vou deixar o quarto aberto por umas duas horas e trocar as roupas de cama. Logo estará tudo pronto pra vocês e se ela quiser descansar um pouco...
- Deixa que eu faço isso. Vai fazer companhia pro meu pai. Tire as meninas de lá e descanse com ele. Sua noite não deve ter sido fácil. A gente se vira com a bagunça delas lá embaixo.
Ele pega sua mão e a leva para a porta do lado, fazendo-a entrar. Dentro do quarto, Leonardo sorri ao ver Magda. Estende a mão que ela segura, sentando-se ao lado dele e das filhas. Cláudio manda:
- Eu dei dois minutos e já se passaram cinco. Saindo todo mundo!
As duas meninas obedecem prontamente e, depois do beijo do pai, saem do quarto. Cláudio fecha a porta e pega Elis no colo, beijando e mordendo de leve seu pescoço.
- Eu estava com saudade de você, garota.
- E de mim? - Diana pergunta, enganchando-se em seu braço.
- Não sei... Eu não te vi ontem? - ele pergunta, brincando, enquanto descem as escadas.
- Não. Faz três dias.
- Ah é... Já deu tempo pra sentir saudade, não é? - ele diz, lhe fazendo cócegas na cintura.
Diana grita, rindo.
RETORNO AO PARAÍSO – UM NATAL ATÍPICO
PARTE 13
OBRIGADA PELA COMPANHIA!
BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!