RP - UM NATAL ATÍPICO-PARTE 12

UM NATAL ATÍPICO

PARTE XII

Cláudio se senta novamente ao lado do pai e esconde o rosto em seus joelhos, chorando muito. Leonardo acaricia os cabelos do filho, penalizado.

- Ainda assim... eu não acho que seja um motivo tão forte para eu ter que odiá-la...

Ele levanta a cabeça e olha para o pai, enxugando os olhos.

- Foi você que jogou essa mulher na lama em que ela se meteu, pai. Foi você... Tudo começou com você de uma forma ou de outra.

- Eu não contei tudo isso pra colocar você contra ela, filho. Falei porque você já sabe demais e não vale a pena ficar escondendo o resto. Você queria a verdade e eu acho que não tenho mais nada a perder. Só falta agora eu perder a Magda também.

- Eu te proíbo de contar isso pra Magda. Ela não precisa saber e não merece. Isso morre com nós dois. Sua vida é outra depois que você se casou com ela. Você tem duas filhas que precisam da realidade que a Magda trouxe pra essa casa. Você não pode destruir isso tudo agora.

- Mas já está destruído, filho. O velho Russel conseguiu o que queria.

- Não, ainda não. Essa história acaba comigo. Começou comigo e vai terminar comigo. Chega! Não se toca mais nesse assunto. A família Valle vai continuar sendo a mesma. Você, a Magda e nós quatro juntos.

- Você está longe daqui... naquele fim de mundo...

- Mas não estou morto. Estou em outra cidade, mas estou com vocês e um dia eu volto. Meu porto seguro é aqui. Esse é meu paraíso onde eu me criei e quero morrer. Eu não deixei vocês de vez ainda.

Cláudio segura as mãos do pai entre as suas.

- Eu não quero deixar você assim. Você tem que reagir. Aliás... já reagiu muito bem até agora, ele diz, sorrindo entre as lágrimas. - Mesmo que eu esteja longe por enquanto, não quero mais voltar aqui por causa de um susto desse tipo, pai.

Leonardo coloca a mão no rosto do filho.

- Nada do que eu falei... nada do que você soube... está fazendo diferença? Você não se importa com nada disso?

- É minha vida. E tudo já foi dito. Eu tenho que conviver com isso pra seguir em frente. Eu tenho que ter o que dizer pra minha filha quando ela nascer. E não ter nenhuma mentira. Nenhuma meia palavra.

- É tão estranho...

- Não tem nada de estranho, pai. Eu não acrescentaria nada à minha vida odiando você ou ela... Não lucraria nada. Ao contrário, só atrasaria tudo mais ainda. Fique tranquilo. Eu ainda sou o mesmo Cláudio.

Leonardo abraça o filho com força.

- Eu não mereço você. Eu não fui o filho que meu pai queria ter. Às vezes, eu acho que Deus ainda está me preparando alguma surpresa.

- E está mesmo. Logo você vai ter outra mulher na sua vida...

A porta se abre e Diana coloca a cabeça para dentro do quarto.

- Posso entrar pra ver meu pai? - ela pergunta em voz baixa

- Pode, Cláudio responde, enxugando o rosto e sorrindo.

Ela entra, seguida por Elis que corre e pula sobre a cama indo sentar-se no colo do pai.

Diana se senta na outra beirada da cama e pergunta:

- O que houve, Cla? Você está chorando?

- Não... Bobagem. Está tudo bem, amor. Mas vão com calma as duas, diz ele. – O papai ainda está doente.

- O que você estava dizendo, filho? - Leonardo pergunta, acariciando um cachinho dos cabelos de Elis, deitada em seu joelho.

- Vão ser três pulando no seu colo, logo logo. Essas duas e minha filha que vai nascer em breve.

- Acho que eu posso sobreviver a isso.

- Espero que sim. Vocês duas, dois minutos e saiam do quarto. O papai tem que descansar.

Ele vai para a porta e Leonardo pergunta:

- Você vai dormir aqui?

- Quem sabe... Se a Mônica quiser, sim.

- Espero que ela queira.

RETORNO AO PARAÍSO – UM NATAL ATÍPICO

PARTE 12

OBRIGADA PELA COMPANHIA!

BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 19/05/2018
Código do texto: T6340664
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